Capítulo 1

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Levo mais uma caixa para o meu quarto, em seguida, me jogo na cama, pois estava extremamente exausta.

Exausta. Essa é a palavra que me descreve nesse exato momento.

Não aguento segurar mais nenhuma caixa, meus braços se encontram mais moles do que uma gelatina e tudo isso por causa da mudança.

Depois da separação conturbada que meus pais tiveram, para evitar o máximo de brigas possíveis, meu pai resolveu se mudar, mas não foi um uma mudança pequena, como ir morar em outro bairro e sim morar em outro país.

E como a relação com a minha mãe não está nada boa, só pelo simples fato de eu ter visto a mesma beijando outro homem enquanto ainda estava com o meu pai, eu resolvi me mudar, juntamente com o meu pai, já que eu preciso espairecer e tirar um tempo para assimilar tudo que anda acontecendo na minha vida.

      Foi muito bom eu ter escolhido vir para Nova Iorque com o meu pai, pois é uma nova chance de vida. Viver várias experiências e conhecer pessoas novas.

      Mesmo que eu sinta muita falta de todos os meus amigos, eu estou me sentindo feliz aqui, mesmo tendo chegado hoje, pois sinto que aqui eu posso ser livre e fazer tudo aquilo que eu sempre quis fazer.

      Pois, quando eu morava na Inglaterra, eu tentava fazer de tudo para agradar os outros, mas agora é lugar novo, vida nova e atitudes novas.

      Vou fazer o que me der vontade, sem me importar com a opinião dos outros, a não ser, a opinião do meu pai, que é a única que me importa.

Pode parecer estranho, mas nós dois sempre fomos como melhores amigos, não que eu conte exatamente tudo para ele, mas sim, a maioria das coisas e ele sempre tem um bom conselho para me ajudar.

Estava tão aérea, que não percebi quando meu pai entrou no meu quarto, só notei a sua presença quando ele gritou o meu nome, fazendo com que eu levasse um grande susto.

— Se quer me matar avisa, eu ainda tenho muito o que fazer antes de morrer. — falei sarcástica e colocando a mão no peito para tentar controlar a minha respiração.

— Como você é exagerada. — revirou os olhos rindo. — Levanta, pois ainda temos muito o que fazer.

— Porque não descasamos agora e deixamos o resto para amanhã? — perguntei com a esperança de que ele falasse sim.

— Porque não. Anda logo, ainda está de manhã, de noite a gente descansa. — disse tentando soar autoritário.

— Isso é trabalho escravo. — falei e me levantei da cama.

— Minha filha é o drama em pessoa. — saiu do quarto rindo e balançando a cabeça em sinal de desaprovação.

Eu não me aguentei e soltei uma risada. Sai rapidamente do meu quarto e desci as escadas para ajudar o meu pai a pegar mais algumas caixas.

      Quando chego na calçada a casa, encontro o meu pai falando com uma mulher, que aparenta ter quase a mesma idade que ele e também é muito bonita.

      Fico parada por alguns minutos, só observando os dois conversarem e pensando que, mesmo tendo passado pouco tempo desde a separação dele com a minha mãe, eu ficaria muito feliz quando ele resolvessem seguir em frente e resolvesse conhecer pessoas novas.

      Continuo olhando atentamente para os dois, mas logo resolvo me aproximar, pois quero acabar logo com essa mudança e ir descansar.

      Ando calmamente em direção a eles, quando meu pai percebe a minha presença, olha para a mulher a sua frente e diz:

— Essa é a minha filha, de quem eu estava falando.

      Olho para a mulher sorrindo, sendo retribuída logo em seguida.

— É um prazer te conhecer. — falei estendendo a minha mão, que logo foi apertada pela senhora que, eu ainda não sabia o nome.

— O prazer é todo meu queria. – sorriu com simpatia. — E a propósito meu nome é Margarida. — disse por fim.

     Nos três ficamos conversando por mais alguns minutos, sobre coisas banais das nossas vidas e nos conhecendo melhor.

      Margarida é uma pessoa muito simpática e bondosa. Gostei muito de conversar com ela e tenho certeza que nós nos daremos muito bem.

      Eu e o meu pai só voltamos a levar as caixas para casa, quando a Margarida falou que precisava ir para casa mas, antes disso, ela nos chamou para ir jantar com ela e sua família, nós rapidamente aceitamos, pois ainda tínhamos muitas coisas para arrumar e não sabíamos de que horas iriamos terminar o fazer o jantar.

      Como faltava poucas caixas, logo acabamos de levá-las para dentro de casa, mas ao invés de descansarmos, o meu querido papai, teve a brilhante ideia de começar a arrumação ainda hoje, ao invés de deixar para o dia seguinte quando já estivéssemos descansados e com as energias renovadas.

— Vamos parar um pouco, estou praticamente morta. — dramatizei, enquanto me jogava no sofá da sala.

— Vamos terminar de arrumar só a cozinha e depois descansamos. — falou,  ao mesmo tempo que colocava alguns quadros na parede.

— Não conte comigo. — avisei e suspirei de cansaço.

— Querida. — chamou minha atenção.
— Não é um pedido, eu estou afirmando que só iremos descansar quando a sala estiver arrumada. – frisou a palavra "afirmando", enquanto parou o que estava fazendo para me olhar e mostrar que ele está realmente falando sério.

      Eu o encarei por alguns minutos, totalmente séria, para demonstrar o meu descontentamento em relação a isso, mas de nada adiantou, então eu me levantei, me dando por vencida e fui ajudar a colocar alguns retratos nas paredes e cômodas.

— Acho que acabamos por hoje. — falou e colocou um último enfeita na mesa de centro.

— Bom, já que nós acabamos, eu vou subir para descansar um pouco e depois me arrumar para o jantar. — falei, indo em direção a escada e subindo a mesma.

Entrei no meu quarto, fui em direção ao banheiro, me despi e tomei um banho pouco demorado. Em seguida, me enrolei na toalha e fui até o closet. Escolhi um short de malha preta e blusa lilás, de mangas compridas.

Sequei os meus cabelos e os amarrei. Caminhei lentamente até a minha cama, coloquei os cobertores para o lado, deitando na mesma e me cobrindo em seguida.

Olhei para o lado, encontrando um retrato da minha família em cima do criado-mudo. O olhei por alguns minutos, mas depois, o peguei e coloquei dentro da gaveta do criado-mudo.

Olhei para o teto, lembrado que aquela família feliz, já não existia mais e tudo isso graças a uma só pessoa.

      E foi com esses pensamentos, que acabei sendo tomada por um sono profundo.











Notas da autora: está aqui o primeiro capítulo dessa história que eu estou amando escrever. Eu espero muito que vocês gostem e acompanhem até o final. Beijos e até a próxima. 😘

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⏰ Última atualização: Oct 07, 2018 ⏰

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