Lágrimas na Neve

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As mãos de Toby acariciavam minhas costas quando acordei, logo pude sentir o vermelho nas bochechas.
- T-Toby? - Chamei ele, sua respiração ainda era calma, estava dormindo.
Tentei sair de seus braços sem acorda-lo mas falhei, o mesmo abriu um sorriso preguiçoso e esfregou um olho.
- Bom dia - Ele bocejou, seus olhos estavam cansados - café da manhã?
Apesar de sugerir isso, Toby não me moveu, suas mãos continuavam em mim.
- Depois... - minha voz ainda estava sonolenta demais - mas se quiser pode ir... estou bem cansada.
Por fim, Toby levantou e foi até a cozinha, ouvi o barulho das panelas e dos pratos.
- O que aconteceu ontem a noite... - murmurei para mim mesma olhando meu pulso. cuidadosamente tirei os curativo - oh... Não tem mais roxo... o que--
- Monster - Toby me interrompeu abrindo a porta - trouxe café da manhã para você.
Ele entrou com uma bandeja com algumas panquecas e duas xícaras de café fumegante, se sentando na cama ele pegou um dos garfos e cortou um pedaço das panquecas.
- O Jack voltou para casa? - me sentei na cama e peguei a xícara de café dando um pequeno sopro. - ainda não - Ele respondeu tomando um gole do café - espero que Slenderman não me mande atrás dele... Não sou babá de demonio.
- Claro - disse rindo.
- Sorria de novo - Toby pediu e minha bochechas queimaram, ele colocou a mão em minha bochecha e a acariciou com o polegar.
- Eu..
A porta se abriu novamente e Slender entrou no quarto, Toby deu um salto logo pegando sua xícara de café e saindo do quarto, me deixando sozinha com Slender.
- Monster? - ele se sentou na cama - poderia fazer um favor para mim?
- C-Claro, pai - a última palavra parecia certa quando me dirigi a ele - qualquer coisa.
- Quero que compre algumas coisas no Mercado... Humano - ele me entregou uma lista de compras - pode ir sozinha?
- S-Sim...Claro, pai - peguei a lista nas mãos - só vou tomar um banho e me trocar antes de ir.
Com isso, Slender deixou o quarto, levantei e fui ao armário de Toby que dividíamos e separei minhas roupas: Uma calça jeans escura e uma blusa de manga comprida preta, também peguei um casaco já que era inverno. Depois de tomar banho e me vestir, peguei minha bolsa de pano e fui até a porta.
- Monster, onde vai? - Ben perguntou do sofá.
- Ao mercado - Toby respondeu por mim, também no sofá.
- Querem alguma coisa? - perguntei já abrindo a porta, o vento frio acariciou meu rosto - posso pegar para vocês.
- Não - Eles responderam juntos
- Tchau - coloquei um pé para fora e me virei para fechar.
- Tchau, Monster - Toby virou para mim e sorriu, seus olhos fecharam e pequenas rugas se formaram no canto de seus olhos.
- Tchau, Mons - Ben disse e mandou um beijo brincando, entrei na brincadeira e peguei o beijo, mandei um para ele de volta.
A cidade de Nova York estava branca por causa da neve, o frio fazia com que as pessoas se agazalhasem com no mínimo duas calças, duas blusas e um casaco grande. O mercado mais próximo era a uns 20 minutos da entrada da floresta e não era muito grande, comprei as coisas, paguei e agradeci ao caixa, mesmo dentro da loja quando falei, minhas palavras formaram pequenas nuvens no ar. Voltei andando, ou escorregando, na nave, estava tão distraída em não cair que não percebi uma coisa.
- Onde... Está a casa.. - perguntei para mim mesma olhando em volta - ela... Não pode ter sumido... Não é?
Um pouco de pânico já espreitava meu cérebro quando começei a andar mais rápido, refazendo o caminho que tinha feito mentalmente. As árvores eram as mesmas, os arbustos eram os mesmo... mas nada da casa.
- Toby! - gritei, tentando ouvir com muita atenção, mas mesmo com minhas orelhas não ouvi nada - Ben! Jeff!! Slender!!!
Minhas orelhas se mexiam, tremiam, viravam.... Nada: nem uma respiração, nem um passo... nem uma resposta. Meus olhos percorriam a floresta, analisando cada árvore, cada pássaro, tudo... mas ainda sim... nada.
- TOBY!!!
Nada.
- BEN!!!
Nada.
- JEFF!!!
Nada.
- MASKY!! HOODY!!
Nada.
- P-Pai!! - lágrimas escorriam pela minha bochecha e caim no chão derretendo buracos na neve.
Corri até a saída da floresta, que acabou em um beco, assim que sai a saída começou a desaparecer.
- O que? - tentei entrar novamente, falhando - Não... Não!! NÃO!!!
Soquei a parede, de novo e de novo, até desistir e cair sentada no chão. Encostei minhas costas na parede e chorei, soluçando, murmurando... olhei para minha bolsa, tinha deixado cair no chão e algumas das coisas estavam jogadas, uma dessas coisas era um envelope com uma espécie de caixa dentro ou algo assim. Peguei o envelope com as mãos tremulas e abri, era uma carta escrita em uma letra cursiva linda, começei a ler.
Monster, se está lendo isso você estava fuçando sua bolsa e achou esse envelope, como seu aniversário está chegando, Slender resolveu te dar um grande presente, e talvez você pegue esse presente e não more mais com a gente... e eu ficaria triste se isso acontecesse, espero que esteja gostando da sua vida aqui na floresta e espero que goste do presente. Deu um trabalho para conseguir ele!
Com amor, Ticci Toby Senpai.
- Presente? - consegui dizer no meio do choro e dos soluços.
Olhei para a caixinha preta amarrada com uma fita verde, era pequena, a abri cuidadosamente e vi seu conteúdo.
- Um... Cartão de credito..- o pequeno cartão estava com meu nome e um papel o acompanhava com a senha - O que...
Levantei rapidamente e juntei todas as minhas coisas e corri para as ruas, um banco, precisava de um banco imediatamente.
- Quantos?! - perguntei a agente na minha frente, não acreditando no que havia ouvido.
- 350 mil dólares - ela repetiu impaciente - gostaria de fazer uma retirada?
- Sim - disse - gostaria.
Logo depois de sair do banco corri para uma imobiliária pequena e pedi para uma das mulheres me ajudarem a achar um apartamento pequeno. Depois de algumas boas horas caminhando e vendo casas, achei um apartamento pequeno com dois quartos, sala, cozinha e dois banheiros por um ótimo preço.
Sentada na cama repassei todos os meses que passei naquela casa, todas as aventuras, todos os momentos, as risadas. Lágrimas cairam na cama enquanto eu olhava pela janela a neve cair.
- Um dia - disse a mim mesma suspirando - Um dia....





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