Ainda juro fidelidade a você...

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E mais uma vez estávamos ansiosas, com as mãos entrelaçadas, as bocas grudadas. Invadindo mais um quarto de hotel qualquer. A porta se bate atrás das nossas vontades de nos entregarmos mais uma vez. Os pés sincronizados vão ao encontro da cama com lençóis esticados, arrumados pela camareira a poucas horas atrás. Nossas respirações estão aguçadas como já tiveram diversas vezes.

De repente estou aqui relembrando a melhor tarde de nossas vidas:

- Juro fidelidade a você Eliza Taylor. Comprometo-me a amá-la e a respeitá-la, tratar suas necessidades como minhas e você, como meu único amor! Case-se comigo?

O som do público indo à loucura, ainda sem acreditar que eu estivesse pedindo Eliza Taylor em casamento na frente de todos, no meio de painel da ComicExperience Brasil 2016, tudo vem a minha mente quando estou envolvida de novo nos braços de Eliza.

Altos e baixos, desde sempre, estou aqui, novamente, ouvindo Eliza me pedindo "não, assim, não. Eu não quero ter pressa em amá-la, nunca mais, Aly, eu a quero devagar, cada centímetro de você, na palma da minha mão, entre meus lábios, tudo de novo", Eliza sussurrava apressadamente com aquele jeito sexy, fazendo enlouquecer cada fio de cabelo do meu corpo e arrepiar cada célula da minha pele. Como se não bastasse mostrar que ainda era minha, se desmanchava com a fragilidade de quem tivera medo de perder quem tanto amava, mais uma vez. Eliza continuava a cochichar, ao mesmo tempo em que tocava suavemente seus dedos a abrir os botões da minha camisa "Deixe-me saber que não nos perdemos, que nosso amor sobreviveu, a tudo, a todos, deixe-me lembrar, do momento que você se ajoelhou e me fez a mulher mais feliz do mundo".

Quem diria que 15 anos passaria maravilhosamente tão rápido. Quem diria que Eliza Taylor estaria usurpando as palavras de Lexa para pedir que renovássemos os votos de nossa união.

- Juro fidelidade a você, Alycia. Comprometo-me a amá-la e a respeitá-la, tratar suas necessidades como minhas e você, como meu único amor! Case-se novamente comigo?

Depois de tanto tempo, quem poderia imaginar que estaríamos novamente em um quarto de Hotel em São Paulo nos reconciliando, fazendo o que sempre fizemos de melhor: fraquejar pelo amor uma da outra.

**

Entre sorrisos de felicidade e lembranças remotas, nos entregávamos mais uma vez com a urgência dos amantes, apesar de querer a leveza de um comercial em câmera lenta. A incerteza da reciprocidade não deixava a lentidão fluir, e dava espaço aos toques rápidos, certos e milimetricamente em sintonia com o conhecimento de décadas sobre a mesma pele.

Estávamos separadas há seis meses, e desde aquela tarde em que eu me ajoelhei a seus pés, na frente do público brasileiro, pedindo que aceitasse se casar comigo, nunca havíamos ficado tanto tempo separadas. Na verdade, desde aquele dia, dificilmente ficávamos mais que um mês separadas. E quando fazíamos, era por questões de trabalho e jamais por desentendimento.

Estamos destinadas a ficar juntas e ainda que as tentações nos atingissem, sempre voltávamos a casa. Sempre voltávamos ao nosso lar. E aqui estou, diante dos meus olhos, vejo aquele abrir de boca sexy, a mordida de lábios, o sorriso moleque, a língua entre os dentes e só consigo imaginar mais 15 anos ao lado desta loira.

Nossos quadris estavam daquele jeito, encaixados. Os corpos estavam nus, pele sobre pele. Olhos nos olhos, lábios nos lábios e antes que eu jogasse ao ar as palavras que meu coração desejava, ouço Eliza me dizer que queria renovar nossos votos, prometer fidelidade a tudo que havíamos construído naquelas quase duas décadas juntas. Eliza me pedia em casamento dessa vez. Então, o que dizer da mulher que estou apaixonada por quase duas décadas? Nada além de: eu sempre estarei com você! Eu a amo!

Elycia em 2030: 15 anos após the 100Onde histórias criam vida. Descubra agora