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~Camila~

"Desculpa por tentar te fazer feliz"
Essa era a frase que se repetia na minha cabeça a todo momento. Por que eu falei aquilo? Eu queria ela comigo, queria ser abraçada. E agora ela estava longe e magoada por minha causa.

Cheguei em casa depois do trabalho, estava acabada, só conseguia pensar em uma coisa. Lâmina. Minha mãe estava na cozinha e percebeu o meu jeito mais triste.

Sinu: Camila, Tá tudo bem?

- Tá sim.

Sinu: Não parece. Seu pai disse que vamos num jantar importante hoje, ele quer que você vá.

- Eu não vou a lugar algum.

Sinu: Por favor filha, é um rapaz importante para a empresa.

- Então que vá ele, não tenho nada a ver com essa empresa.

Sinu: Filha, por favor, não tente bater de frente com seu pai.

- Eu não quero isso, mãe, será que é tão difícil entender o meu lado, que eu não quero segui o caminho dele.

Nesse momento meu pai entrou na cozinha, ele estava escutando tudo.

Alejandro: Camila, eu não quero saber, você mora de baixo do meu teto e vai hoje sim, você ainda é minha filha e eu mando em você.

- Não se preocupe, logo estarei indo embora.

Alejandro: Pra onde? Morar na praia? Pedi comida na porta de supermercado? Você acha mesmo que pode se manter sem mim? Você não é nada, e se sair daqui morre de fome, você e seus sonhozinhos de merda. 

Sinu: CALA A BOCA ALEJANDRO.

Alejandro: A verdade dói, né? Saber que tem um filha inútil, lésbica e burra que não consegue escolher o melhor para a sua vida. Eu ia empurrar ela para o filho do Sr. Gomes hoje, mas não quero passar essa vergonha. 

Eu estava como um balde embaixo de uma torneira mal fechada. Estava apenas recebendo pingos, e de pingo em pingo esse balde encheu. Escutar tudo aquilo depois do dia horrível que eu tive foi como se eu tivesse apanhado o dia inteiro. Eu estava destruida, arrasada, quebrada. Sai da cozinha correndo para o meu quarto sem nem ligar mais para o que meu pai dizia.

 Entrei no meu quarto e tranquei a porta, peguei a lâmina dentro do guarda roupa e me joguei no chão. As palavras de meu pai e as de Lauren se repetia na minha cabeça junto com as vozes dizendo que era tudo mentira. Eu estava no meio de um conflito entre o coração e a mente, as lágrimas começaram a rolar quando fiz o primeiro corte. As vozes ficaram mais altas e elas diziam pra eu acabar logo com tudo, ninguém sentiria minha falta, era o melhor pra todos. Lembrei do desgosto que eu era para o meu pai e a filha horrível e grossa que eu era pra minha mãe, com certeza ninguém ia ligar se eu realmente morresse. Fiz mais um corte, dessa vez um pouco mais fundo. O sangue saiu mais forte, eu não sabia o que fazer, eu joguei a lâmina no chão e fiquei chorando olhando pro meu braço. Esse era o fim, agora não teria mais jeito, eu estava sozinha trancada e dessa vez não tinha como meu anjo dos olhos verdes vim me salvar, eu tinha mandado ele ir embora.

Tudo começou a rodar, comecei a sentir vontade de vomitar, o cheiro de sangue estava forte e eu já estava toda suja. Comecei a perder os sentidos e me deitei no chão ensanguentado. Não consegui ver mais nada, eu estava morrendo sozinha.

~Lauren~

Era 18:00, eu estava assistindo com Dinah na casa dela quando meu celular tocou. Era a Camila. Dinah disse que não era pra eu atender e foi oq eu fiz, mas novamente ligou e dessa vez eu não aguentei e atendi.

- Oi Camila.

Sinu: Lauren, aqui é a Sinu, estou levando Camila pro hospital, ela tentou suicídio.

Aquela palavras foram como um tiro no meu peito. Eu não consegui escutar mais nada do que Sinu falou, deixei meu celular cair no chão, minhas pernas começaram a tremer e fiquei gelada. Dinah viu o meu desespero e pegou o celular pra saber oq aconteceu, ela desligou e me ajudou a sentar, eu estava paralisada. As lágrimas começaram a rolar no meu rosto, eu não conseguia entender o porquê dela ter feito isso. Meu coração doía só de pensar em perder Camila de vez.

Dinah: Lauren, por favor, a gente precisa ir.- Ela falava batendo no meu rosto.

- Di...Di.. eu.. eu..

Dinah: Vamos, eu dirijo.

Dinah me ajudou a levantar e me levou para o carro, eu não sei como ela conseguiu, eu não conseguia mexer as pernas, eu não sabia o que fazer, eu só queria chorar e desejar que tudo aquilo fosse um pesadelo.

Chegamos no hospital, Dona Sinu estava aos prantos sentada com Sofi do lado. Cheguei perto dela e ela se levantou para me abraçar, nos choramos juntas. Depois fui abraçar Sofi que estava com os olhinhos vermelhos, ela tremia e soluçava.

- Por que trouxe ela?- perguntei a Sinu.

Sinu: Eu não podia deixar ela lá.

Sofia: Eu não quero que minha irmã morra Lolo.- ela falou me abraçando.

- Eu também não, mas você precisa ir embora daqui, aqui não é lugar pra criança.

Sofia: Eu quero ficar com você e a mamãe. Não me faz ficar sozinha, por favor.

Dinah: Vamos comigo pequena. A gente só vai comer alguma coisa.

- Vai Sofi, só comer, depois você volta.

Dinah levou Sofi pra fora do hospital. Sinu estava nervosa, tremia e chorava a todo momento.

- Sinu, oq aconteceu?

Sinu: Camila chegou do trabalho e correu para o quarto, eu não estranhei, ela faz isso todos os dias. Mas ela desce pra comer depois de tomar banho, e hj ela não desceu. Bati na porta do quarto e ela não abriu, tentei abrir mas tava trancada, corri no meu quarto e peguei a chave extra, e quando abri vi ela jogada no chão todo sujo de sangue. Vi a lâmina próxima a porta. Eu poderia ter evitado isso.

Sinu voltou a chorar e eu a abracei. Eu imaginei o desespero dela ao ver Camila jogada no chão do quarto. Com certeza eu surtaria.

Depois de um tempo o médico veio falar com a gente.

Med.: Bom, a moça perdeu muito sangue, chegaram a tempo com ela mas não tanto para ela ficar bem..

Sinu: Fala logo o que ela tem. Ela tem risco de morrer?



Continua hahahha


Quero que votem se estiverem gostando, isso faz com que eu tenha mais animo para escrever e atualizar mais rapido.
Divulguem a fic .

2Bejos

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