Meu Deus.
Eu não consigo nem acreditar.
Está bem, deixe-me te explicar a razão de toda essa euforia. Mas primeiro preciso lhe dar um aviso: há grandes sentimentos envolvidos neste texto.
Depois de tanto tempo já não aguentava mais viver nessa indiferença. Chegava a ser insuportável. Já fazia tempo que eu não sentia aquela súbita felicidade. Ultimamente eu apenas conseguia sentir a presença súbita de sentimentos que não me deixavam necessariamente feliz.
Ou eram surtos de pensamentos negativos que aconteciam sem avisos prévios de início ou fim. Simplesmente acontecia. E era incrível como uma única palavra poderia servir como gatilho.
Também havia acessos aos piores pensamentos possíveis de coisas que só de imaginar, me faziam chorar. "Definitivamente eu devo ter algum problema" pensei. Ou quem sabe tem alguma vitamina faltando no meu cérebro. Caso você não saiba, isso realmente pode acontecer. Se o seu cérebro, aquela massa cinzenta que concentra toda sua identidade estiver em falta com alguma vitamina, tanto seu pscicológico quanto físico pode ser afetado.
Mas voltando- dessa vez ao assunto.
Claro que de todo não era algo ruim, pois apesar de esses surtos de tristeza repentina, houveram surtos de determinação repentina. E eu sinto que esse ano será bom. Porque eu estou disposta a fazer de tudo para que ele seja bom, e quando 2018 chegar ao fim eu não darei retweet em coisas do tipo "Esse ano foi horrível" porque de fato foi um ano ruim. Será diferente daqui para frente.
Então hoje me lembro do quanto eu adorei a música Wolves. E ela me preencheu de um sentimento tão bom, coisa que não me acontecia há tanto tempo que me senti genuinamente em paz depois de tanto tempo.
Eu não sei do que seria da minha vida sem a música, sem os livros, sem a arte.
Eu provavelmente seria ninguém.
A literatura me acompanha desde sempre pois faz parte de mim. Meu avô adorava ler, minha mãe adora ler e, graças a Deus, eu também.
Cheguei a conclusão de que não me é necessário derramar mais lágrimas nessa vida. Mas só porque eu entendi algumas coisas sobre mim, que eu não vá chorar nunca mais- até porque eu sempre choro quando assisto A Esperança II.
Contudo, encontrei meu canal para drenar toda a minha carga sentimental (que não é pouca) e agora sei disso. Fiz desse pseudônimo parte do meu coração. Fez milagres para mim. Como pessoa me sinto ótima.
Eu me sinto ótima.
Ótima de um jeito que eu até poderia tirar um cochilo agora. Isso que eu nem sou de tirar cochilos!
Pra você ver o quão amena uma mudança pode ser causada por uma música, mas ainda assim, significativa.
Eu poderia parar agora mesmo. Com exatas 424 palavras. Sim, caso você queira uma conta exata, até o último ponto haviam 424 palavras. Agora, porém 441. 442, 443.
Bastante de certa forma, porém aparentemente pouco. Não que eu me importe com isso. Falo (ou escrevo) como uma matraca, e não duvido muito se esse texto ficar muito comprido.
Quer ver que não vai passar de 700 palavras só porque eu disse?
Eu e minha boca grande.
Caso você não saiba, eu toco piano. Desde muito tempo. Eu digo que comecei com 7 anos as aulas oficiais, mas eu tinha alguém muito próximo de mim que me ensinava tudo que sabia- e não era pouco. Entretanto não sei a data certa, quantos anos eu tinha. Apenas sei que era bem pequena pois nem o colégio eu bem frequentava.
E desde então este é meu principal canal. As vezes quando eu fico possessa, não consigo me concentrar em um livro. Eu simplesmente não consigo ficar sentada encarando um livro, fingindo estar lendo alguma coisa.
Dependendo da minha inspiração eu faço um desenho. Aquele desenho, que eu levaria no mínimo uma hora e meia para criar, acaba sendo finalizado em meia hora.
Aquela música que requer certos momentos de ff (forte, fortíssimo) é performada com maestria. Se o dedilhado alguma vez foi complicado, por fim é tirado de letra.
A música transforma.
Transforma pessoas em artistas, em humanos na sua mais pura essência. Transforma pessoas mostrando-lhes seu talento.
O piano transforma. Ali, se esquece facilmente tudo a tua volta. Não se é necessário o uso de palavras, apenas sentimentos. Ali você é quem é, sem preocupações. É criativo. É talentoso. É apenas você. É quem quiser. É você mesmo.
Ali você é tudo, e isso basta.
