Origem da Lua

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Ah! Você está ai! Por favor sente-se e acomode-se. Te procurei por tanto tempo que nem sei por onde começar. Me desculpe, onde estão meus modos? Me chamo Rychard e a história que tenho a contar para você é longa portanto prepare seus ouvidos (ou olhos) ok? Então vamos começar...

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Há muito tempo atrás numa pequena cidade nesse imenso país havia uma pequena garotinha chamada Mel. A menina desde que nascera gostava muito de observar as estrelas. Ah... Como ela ficava fascinada com o brilho que vinha do desconhecido toda vez que olhava para o céu. Só faltava sair voando do colo de sua mãe para brincar com os pequenos pontos brilhantes que faiscavam durante a noite.
Aos 10 anos Mel já sabia o que queria se tornar quando crescesse. -Cientista de estrelas!- dizia ela toda vez que perguntavam que profissão gostaria de seguir quando adulta. As vezes seus pais a pegavam brincando com um jaleco branco que ganhara da tia farmacêutica Elis que sua mãe tivera o trabalho de costurar os buracos e tirar as manchas o deixando como novo para dá-lo a pequena filha que crescia tão rápido quanto uma semente de feijão plantada num algodão.

Mel cresceu depressa. Quando seus pais se deram conta, lá estava ela aos 15 anos se olhando no espelho com os lindos cabelos encaracolados soltos e seus olhos escuros marcados com delineador arrumando o vestido azul turquesa que ia até um pouco antes dos joelhos cheios de lindos bordados em formatos de flores de todos os tipos. Estava pronta para seu baile de formatura. Mel sabia que era nova de mais para namorar mas sempre quis sentir qual era a sensação de amar e ser amada por um garoto que sobretudo, saber se realmente surgiam estrelas nos olhos do garoto que amasse como seus pais haviam dito a algum tempo.

O baile foi maravilhoso. Os pais de Mel encontraram colegas de faculdade e ficaram papeando a noite toda e a garota que sonhava com as estrelas apesar de não ter tido muitos amigos no fundamental se divertiu conversando com seus colegas. Porém havia algo que ela precisava fazer. Falar com Rodrigo. O garoto tinha cabelos escuros ajeitados num topete um pouco desajeitado, olhos tão negros quanto a noite que embelezava o local e pele pálida o que deixava seu olhar ainda mais em destaque. Mas Mel era mais tímida que uma flor quando chega a hora de desabrochar. Então decidiu sair do salão e fazer o que mais lhe agradava. Observar as estrelas.
Saiu do salão e sentou-se num banquinho próximo a um pequeno lago e ficou lá observando as estrelas atentamente. Mel não sabia explicar como e nem porquê, mas quando fazia aquilo, sentia-se conectada a um pedacinho do universo e a cada pontinho brilhante que via no céu. Era como se finalmente se sentisse em seu lugar. Mas quando fechou os olhos para saborear mais um pouquinho daquela sensação, sentiu alguém sentar-se ao seu lado.

-Finalmente um pouco de ar- disse uma voz familiar aos ouvidos da garota.

Mel abriu os olhos e viu Rodrigo. O garoto estava se abanando com uma das mãos olhando para cima parecendo estar sufocado. Fez uma breve pausa e falou:

-Às vezes me sinto sozinho no meio das pessoas sabe? Como se eu estivesse numa espécie de bolha ou algo do tipo. Nessas horas quando a gente pensa que não tem mais saída eu olho para as estrelas. Aí sempre vou me lembrar de que eu não estou sozinho no universo. Entende Mel?.

Nesse momento seus olhares se cruzaram e Mel só pensava em duas coisas. Bom, na verdade em uma já que não dera a mínima para o primeiro pensamento que era saber como o garoto sabia seu nome já que nunca haviam trocado sequer uma única palavra. O segundo pensamento era sobre o brilho nos olhos de Rodrigo que brilhavam mais que as estrelas presentes no céu. -Muito melhor do que o brilho que meus pais me falaram- Disse a si mesma.

-Mas é claro que... Sim. Mas... Qual é o seu nome?- Mel deu o melhor sorriso que pôde dar no momento.
-Sou Rodrigo. Mas prefiro ser chamado de Rychard.

A Terra Desconhecida De ImogenOnde histórias criam vida. Descubra agora