(mais uma vez) Para a minha primeira causa de coração partido

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Mesmo com tudo que aconteceu, cá estamos nós. A minha primeira causa de coração partido também é a primeira causa do seu conserto completo. 

Você, que apareceu em tantos destes textos retratado como meu melhor amigo, que me apoiou em momentos tão difíceis, que eu apoiei em momentos mais difíceis ainda, que foi meu primeiro amor, me faz torcer para que seja o último, o que vai durar para sempre.

É tão natural estar com você que a gente se assusta às vezes, né? Nunca esperamos acabar assim, tão juntos, cúmplices e parceiros em todos os momentos, tão apaixonados quanto crianças que nunca tiveram seus corações partidos. Eu sei, me pegou de surpresa também, por mais que eu já tenha me apaixonado por você em outros momentos do nosso passado.

E que passado, né? Conturbado, confuso, dolorido e cheio de escolhas que talvez não tenham sido as melhores, mas talvez tenham sido, sim, naquele momento que vivíamos. Éramos crianças que não entendiam muito sobre o mundo, que tomaram decisões baseadas em medos e desconhecimentos. 

Pois é, hoje somos adultos. Nossas escolhas já não são tão medrosas assim e insistimos em nos comunicar, sempre buscando mais conhecimento antes de decidir. Gosto de pensar que a pequena eu e o pequeno você estariam orgulhosos de nós, hoje. Que eles veriam que, mesmo com os erros deles naquele momento, mesmo com a mágoa e a dor, estamos aqui hoje, mais felizes do que nunca.

Quando eu digo que você é o amor da minha vida, não estou exagerando. Há quatro anos, quando doeu mais, eu soube que você seria um dos que mais me marcariam na vida. E eu não estava errada. 

Me arrependo de não ter sido a amiga que você precisava que eu tivesse sido, mas doía tanto, que não sei se poderia ter ficado nem um centímetro mais próxima de você na época. Eu também acreditava que minha lealdade à certo alguém não podia ser cancelada por causa de um menino. Hoje eu sei que isso depende. Que eu devia ter te contado e que você merecia mais do que teve. Eu sei que eu merecia mais do que tive, também. Essa lealdade confusa me gerou problemas dos quais até hoje não consegui me livrar. Me mantém em contato com alguém que me faz mal. 

Mas tudo bem, éramos muito novos e isso não pode definir nossa vida, certo?

O que se pode dizer de alguém de dezoito anos? Sua vida não é tão longa, mas você já tem tantas certezas. Nessa minha vida curta, você é uma das poucas que tive e tenho. 

Você foi quem me segurou em momentos críticos, foi quem me fez sentir ligada a algo de verdade, quando eu me sentia desconectada de todo o resto do universo. Foi você quem nunca me pediu motivos, mas que sempre me disse que ia ficar tudo bem. Você foi um dos poucos que realmente me salvou, não por procurar ajuda por mim ou por ameaçar revelar meus segredos caso eles se tornassem mais graves, mas por confiar em mim e me dizer "Vai ficar tudo bem". 

Se eu te contasse quantas vezes eu repassei essa cena na minha mente quando tudo ficava difícil, você se assustaria. 

Gosto dessa nossa história. Ela me faz reafirmar minha crença de que quando algo é para ser, vai ser, que quando duas pessoas são destinadas a estarem juntas, elas encontrarão seus caminhos de volta uma para a outra. Faz parecer que tudo que eu já li sobre destino, que dizia que "nada é por acaso", era real. E eu espero que seja. Mas minha segunda coisa favorita sobre nós, é que, com tanta coisa ruim no caminho, deu tudo certo no final. Parece um romance que eu escreveria, e a minha coisa favorita, é que quem escreveu fomos nós.

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