Capítudo 5

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Hoje era dia de jogo e a cidade estava um inferno. Eu estava no quarto deitado e alguém bateu na porta

Gabriel: já até sei que é você só pelo jeito que bate
Ana: sei que bato forte
Gabriel: forte como uma flor

Ela riu e entrou no quarto

Ana: não vou trabalhar hoje e ganhei dois ingressos pro jogo, você quer ir?
Gabriel: você gosta de futebol?
Ana: gosto muito
Gabriel: então vamos
Ana: eu vou me arrumar e você me espera no bar
Gabriel: tá bom

Ela foi em borá e eu fui tomar um banho e depois de me arrumar desci. Ela chegou toda trabalhada no look tiete e eu já comecei a rir

Ana: qual seu problema com minhas roupas?
Gabriel: nenhum, vamos

Fomos caminhando até o estádio que não era muito longe e tava lotado de gente. Achamos nossos lugares e logo começou. Ela gostava bastante, gritava e xingava de um jeito que pareci até homem mas era muito engraçado. Quando acabou nós fomos comer pizza

Gabriel: você entrou no jogo de cabeça em
Ana: eu gosto bastante
Gabriel: então você é linda, engraçada, cheirosa, boa de cama e ainda gosta de futebol, o que mais preciso saber?
Ana: acho que você já sabe o bastante

Ela sorriu e comeu um pedaço da pizza

Ana: para de me olhar assim
Gabriel: você fica fofa comendo
Ana: quando você vai em borá?
Gabriel: não sei
Ana: o que te trouxe aqui?
Gabriel: eu precisava de um ar da minha vida e resolvi sair de carro por aí
Ana: mas pq aqui?

Caralho ela tava começando a me apertar

Gabriel: sempre quis conhecer essa cidade
Ana: pra onde você vai depois?
Gabriel: sei lá, pra casa eu acho
Ana: entendi
Gabriel: pq você veio pra cá?
Ana: eu peguei um ônibus e fui até onde meu dinheiro dava, acabei aqui
Gabriel: e pq foi em borá?
Ana: não quero falar sobre isso
Gabriel: você sabe tudo sobre mim mas eu não posso saber sobre você
Ana: minha vida era uma droga, eu fazia absolutamente tudo que meu pai queria e quando ele passou do limite eu dei no pé
Gabriel: ele era controlador?
Ana: tão controlador que matou minha mãe de desgosto

Ela ficou bem irritada e eu resolvi mudar de assunto

Gabriel: vai dormir comigo hoje?
Ana: lógico, não vou ficar aguentando a gritaria daquele bar a noite toda
Gabriel: vamos então

Voltamos pro hotel e eu fui no banheiro escovar os dentes e coloquei uma bermuda. Ela vestiu uma camiseta minha e deitou em baixo da coberta

Gabriel: quer ver um filme? Deve ter algo nessa tv
Ana: quero

Colocamos um filme de comediante e ela deitou no meu peito. Ficamos em silêncio e acabamos dormindo. Acordei no meio da noite com ela levantando

Gabriel: o que foi?
Ana: só vou no banheiro
Gabriel: tá bom

Me virei e fechei os olhos. Ela voltou e abraçou minha cintura por trás

Ana: Você tá tão quentinho

Me virei de frente pra ela e a beijei

Gabriel: parece que eu te conheço a vida toda
Ana: eu tbm acho isso
Gabriel: volta comigo, você pode ficar escondida na minha casa
Ana: eu jurei nunca mais pisar no Texas
Gabriel: não vou conseguir ir em borá e te deixar
Ana: vou pensar no assunto

Nos logo dormimos e quando eu acordei ela não estava mais no quarto.
Passou um mês e eu continuava ali sem saber o que fazer, comecei a me apaixonar e esqueci do real motivo da minha missão. Meu celular tocou e eu atendi 

Gabriel: senhor
Comandante: você está de brincadeira?
Gabriel: senhor ela não quer ir
Comandante: então eu vou até aí, onde ela está?
Gabriel: em Nova Orleans, em um bar
Comandante: qual bar?

Engoli um seco mas eu não tinha escolha. Passei todos os dados e ele disse que vinha amanhã e desligou. Peguei um cigarro e fiquei na janela, já estava anoitecendo e eu resolvi que precisava ir em borá. Arrumei todas as minhas coisas e quando estava fechando a mala a Ana entrou no quarto sem bater

Ana: o que é isso?
Gabriel: eu tenho que ir em borá
Ana: pq?
Gabriel: não tenho dinheiro pra ficar pagando hotel assim, eu preciso trabalhar e ter uma vida
Ana: tudo bem, adeus então

Ela se virou pra sair e eu a segurei

Gabriel: vem comigo
Ana: não
Gabriel: o que você tem a perder?
Ana: nem te conheço
Gabriel: isso não é desculpa

Ela me olhou nos olhos e saiu do quarto batendo à porta. Terminei de arrumar as coisas e fiquei deitado até umas 21:00 pensando no que fazer até que resolvi conversar com ela mais uma vez. Desci até o bar e quando cheguei tinha um cara a assediando

XXX: eu sei que você faz um servicinho extra

Ele pegou uma nota e enfiou no decote dela

Ana: você é louco seu tarado

Ela arrancou a nota é jogou na cara dele

XXX: vem aqui gracinha

Ele a puxou pela cintura e ela caiu no colo dele

Ana: me solta

Ele começou a fazer movimentos de sexo e os amigos dele rindo

Gabriel: solta ela seu merda

Eu já cheguei socando a cara dele e ela se soltou. Começamos uma briga cheia de socos e eu bati tanto nele que o cara saiu correndo

Ana: meu deus, como você tá?
Gabriel: to bem

Eu estava muito irritado e tremendo

Ana: vem aqui

Ela me levou pros fundos do bar e chegamos em um quarto bem pequeno com uma cama de solteiro e um banheiro

Ana: eu moro aqui

Não disse nada e ela me olhou

Ana: vou fazer um curativo na sua testa mas acho que precisa de pontos
Gabriel: sei que você consegue dar os pontos
Ana: mas vai doer
Gabriel: não ligo

Sentei na cama e ela foi pegar o kit de primeiros socorros depois veio

Ana: primeiro vou limpar

O remédio ardeu mas eu não me mexi. Ela começou a dar os pontos em seguida e logo acabou

Ana: você nem sentiu dor
Gabriel: senti, mas sou resistente
Ana: obrigado por me defender
Gabriel: isso já aconteceu antes?
Ana: coisas sempre acontecem aqui
Gabriel: e nem assim você quer ir em bora?
Ana: você não entende
Gabriel: não mesmo, mas espero que você seja feliz

Dei um beijo na testa dela e sai do. Fui pro quarto pegar minhas minhas malas e depois pro carro. Coloquei o celular pra tocar uma música e quando estava saindo a porta abriu

Ana: pra onde vamos?

Ela olhou pra mim rindo

Gabriel: pra onde você quiser

Let her goOnde histórias criam vida. Descubra agora