[2] Memories

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Sempre amei dançar, mas ao mesmo tempo que aquilo crescia como paixão dentro de mim em outro lado me sufocava e sempre foi assim. Por mais que me machucasse eu amava de mais para deixar para lá.

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11 Anos atrás

Acabará de sair de uma de minhas apresentações, agradecendo a todos que me elogiavam enquanto eu saia. Afastado de todos, o sorriso sumiu e o buquê fora jogado no lixo perto do ponto de ônibus, sentei-me no banco gélido daquela noite fria a qual estava sozinho e deixando um suspiro pesado sair de meus lábios enquanto me afogava em pensamentos.

Mais uma vez eles não tinham ido me ver, ele tinha vergonha dos meus gostos e ela era depressiva. A família perfeita de Seul – Não demorou muito para o ônibus chegar, mostrei meu cartão de estudante e sorri para o motorista sentando-me na primeira cadeira.

–E então filho? Como foi? –Perguntou o senhor. Confesso que por carência de não ter com quem conversar acabei me abrindo uma vez para aquele senhor do ônibus e acabamos por virarmos amigos.

Sorri levemente olhando ele que mesmo tendo a atenção na estrada parecia curioso – Todos amaram! Ficaram impressionados com tantos passos e me deram flores e chocolate!

Tirei um chocolate do bolso do casaco e coloquei no bolso dele sorrindo, ele agradeceu com um aceno de leve com a cabeça e sorriu minimamente.

–Parabéns garoto.... – E depois de sorri mais uma vez, confesso que com um pouco de animação no olhar fiquei em silêncio apenas olhando a vista pela janela.

Como sabia que ele primeiro deixaria os demais e eu seria o último –Pedido feito por mim, já que não tinha nenhuma pressa de chegar em casa. – Fechei os olhos para descansar um pouco. Não que eu não tinha amigos, muitos queriam se aproximar para conversar ou até mesmo meninas para quem sabe babar em cima de mim, mas eu que não queria tanta aproximação.

Quem sabe com a aproximação quisessem conhecer minha casa, ou talvez, meus pais e eu não podia permitir que pessoas vissem como minha família é de verdade. Então preferia ficar "sozinho" sem deixar de ser simpático com todos na escola e em todos os lugares.

Fui acordado pelo senhor do ônibus me mandando descer, acordei e mesmo com o ar sonolento agradeci e desci indo para a porta de casa que ainda se encontrava com as luzes acessas, ao me aproximar da porta já escutei os choros abafados de minha mãe e os gritos de meu pai. Parei na porta por uns segundos olhando o chão e soltando mais um pouco o ar de meus pulmões de forma cansada.

Peguei minhas chaves e abri a porta entrando e anunciando minha chegada bem baixinho, tirei meus sapatos e guardei calçando outro próprio para entrar em casa e vi minha mãe com os olhos inchados e avermelhados me olhando – Como a regra principal posta por meu pai naquele lugar era, sempre fingir que nada acontecia dei boa noite para minha mãe lhe dando um beijo na testa mostrando minha preocupação no pequeno gesto.

Ela fechou os olhos e segurou em meu pulso me desejando boa noite também como se nada estivesse acontecendo. Me afastei me dirigindo a meu pai e o desejando boa noite com um cumprimento formal ao olha-lo via que seus olhos continham ódio fazendo eu me encolher minimamente.

–Onde estava até agora... –Sua voz grave e assustadora fazia meu corpo inteiro se arrepiar de medo.

Abaixei o olhar sabendo que mentir sobre a apresentação seria o melhor por um tempo, ou seja, até a diretora ligar para ele parabenizando o filho incrível que ele tem.

–Estava no cinema, depois fui mais uns colegas de escola comer em uma pizzaria e conversar. –Ele continuou a me encara daquela forma o que me causava frios na barriga por medo de ele não ter acreditado.

Destiny{REESCREVENDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora