Capítulo 2

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- Não faça isso, por favor, olha... - Jared estendeu o braço, com o olhar fixo no de Andrew. - Eu juro, aquilo não era pra acontecer... Eu juro. - olhei para Jared e percebi que agora ele me fitava, tentando transparecer confiança. Lentamente vi a arma sumindo de minha visão e voltar para o casaco de Andrew que sorriu, balançando a cabeça negativamente em seguida.
- Idiota, ela tá sem balas! - ele riu, dando um tapinha nas costas de Jared e em seguida lançou um olhar penetrante em mim. - É difícil se segurar com a Clark perto mesmo... - eu pude sentir o tom de malícia em suas palavras e preferi evitá-lo.
Andrew entrou no hotel, deixando Jared e eu parados, um olhando para a expressão assustada do outro. Antes mesmo de eu dizer alguma palavra, ele começou a rir como se aquilo realmente tivesse sido engraçado.
- Ele é louco! - eu disse, olhando pra cima e para Jared depois, que me encarava pensativo. - O que foi?
- Nós nos beijamos... E nada explodiu! - tive que rir da cara de comemoração que ele fez, levantando os braços em seguida e piscando pra mim. O que foi estranho, bem estranho.
- Acho que você também é louco. - franzi o cenho, começando a ficar desconfortável de novo. O que Jared queria? Pelo amor de Deus, ele sabia como as coisas eram complicadas... E como sabia.
Ficamos sentados onde estávamos antes por algum tempo. Enquanto Jared falava alguma coisa que eu não me esforçava em ouvir, vi um carro parar do outro lado da rua. Ok, aquilo era comum, mas... Quando a porta do carro se abriu, aquilo havia fugido do comum e passado para o assustador.
Lorenzo Lafaetti estava de óculos escuros, os três primeiros botões da camisa azul-marinho estavam abertos e aquilo parecia uma cena de filme... Em câmera lenta.
- Você tá ouvindo o que eu tô falando? - Jared balançou a mão na frente do meu rosto, me fazendo virar para ele, assustada. - O que houve?
- O Enzo, ali, droga! - apontei disfarçadamente, me levantando em seguida. Jared fez o mesmo, ficando sério e olhando com uma cara não muito boa para Enzo. O mesmo notou nossa presença ali e deu um meio sorriso, que não me agradou muito, caminhando mais rápido em nossa direção. Eu podia sentir minhas mãos começarem a suar. No fundo eu estava com raiva dele, com raiva por não ter me escutado, por ter sido tão idiota...
E tão certo. Tá, eu merecia aquilo.
- Julia... - ele disse, no tom de voz mais normal possível, como se nada tivesse acontecido. - Posso falar com você? - ele olhou para Jared e logo eu estava apenas com Enzo, evitando encará-lo nos olhos. Senti o vento bater sobre meu rosto e acidentalmente meu olhar se encontrou com o dele, que já havia tirado os óculos.
- O que você faz aqui, Lorenzo? Tá maluco? - sussurrei, quase não ouvindo minha própria voz.
- Eu não sou um covarde, linda, eu vou enfrentá-lo... Vou começar agora! - ele se virou, caminhando determinado até a entrada que dava para o saguão. - Mas é claro que primeiro vou fazê-lo pensar que não sei de nada!
Corri em sua direção, segurando seu braço e olhando firme em seus olhos.
- Eu tô tentando evitar que o pior aconteça, se você ainda não percebeu, Lafaetti! - soltei seu braço, o vendo colocar a mão no local e em seguida me olhar, em dúvida. Olhou para os lados, olhou mais uma vez e me puxou pela cintura, grudando seus lábios nos meus. Na verdade, seu objetivo não era dar um beijo digno de cinema, pois ele logo me soltou e deu um meio sorriso, abrindo a porta do saguão, passando pelo segurança e sem olhar para trás.
O encontro de titãs... Digo, de Lafaetti e Collins...

Lorenzo's POV

Consegui passar facilmente por toda a segurança daquele hotel, garantindo a todos que eu era um velho amigo de Drew.
E eu imaginava que fosse mesmo... Pelo menos até algumas horas atrás.
Aquele estúpido não podia ter armado algo daquele tipo, ele era louco? Eu não conseguia ver fundamento em fingir ser meu amigo durante tantos anos e estar planejando me apunhalar pelas costas. Não por aqueles motivos...
Motivos esses que ficaram tão intocáveis durante tanto tempo...
Não precisei andar muito até dar de cara com o próprio Andrew, ele estava na área de jogos e pareceu bastante surpreso ao me ver. O que foi interessante, devo acrescentar.
- Lafaetti... - ele piscou os olhos algumas vezes, assumindo uma expressão cínica em seguida. Aquele ser nunca mudaria. - O que faz aqui? Como me achou? - ele veio até mim.
- Quando se é filho de Joseph Collins... Bom, não é difícil te achar! - só depois de ter soltado todas as palavras, eu percebi o erro que tinha cometido. Ele com certeza não queria falar do pai agora, pois o mesmo havia morrido. Todos já sabiam. Dei um sorriso sem graça e ele percebeu meu desconforto. - Aliás, eu sinto muito, cara... Muito mesmo. - educação e Lorenzo Lafaetti são o par perfeito... Mesmo que eu tenha que ser falso, fazer o que.
- Sem problemas com isso... As pessoas morrem, meu caro Lafaetti... É a ordem da vida! - confesso que seu olhar poderia até ter me assustado se ele não tivesse soltado uma risada alta depois. Mas mesmo assim, eu sabia das suas intenções. - Escuta, o que acha de irmos até a área da piscina? Lá tem uma pista de golfe, um bar... - ele levantou as sobrancelhas, já andando na minha frente. Acompanhei-o, meio desconfortável. Passamos por algumas atendentes e garçonetes que olharam para mim trocando risadas umas com as outras. Estranho.
Chegamos à área e eu nunca havia visto aquele lugar, era grande, algumas pessoas circulavam por ali, mas o movimento não era tão intenso. Ele foi até o bar e voltou com duas cervejas, nos sentamos em uma das mesas que ficavam ao redor. A princípio fiquei com medo de engolir aquela cerveja, vai saber o que tinha nela? O cara queria me matar, provavelmente era correr um risco. Desviei meu olhar de onde estávamos e um par de pernas descobertas fez com que eu ficasse com meu olhar fixo no mesmo ponto.
Julia se aproximava de nós. Que bela visão era aquela...
Seus passos rapidamente foram interrompidos quando o olhar dela se encontrou com o meu. Dei um gole na cerveja, sorrindo confiante para ela. Infelizmente, Collins havia percebido e também virou seu corpo, olhando-a de cima a baixo. Como aquilo estava me irritando.
- Secretária! - ele disse alto. - Venha até aqui... - ele fez um sinal com o dedo para ela, que parecia estar com medo, mas logo estava do nosso lado. - Olha só quem veio me visitar... - olhou pra mim, sorrindo sem mostrar os dentes e depois pediu que ela se sentasse na cadeira vaga em nossa mesa.

SecretaryWhere stories live. Discover now