Bleeding Love

bored

- Você ainda está aqui? - Harvey perguntou quando viu Paula ainda em seu apartamento na manhã seguinte.

- É claro que eu estou aqui. Você pensava que eu fosse embora? - Paula disse como se fosse óbvio. - E você passou a noite onde?

- Não foi na casa da Donna - ele deu um sorriso cínico para a mulher.

Ele a deixou parada na sala de estar e foi direção ao seu quarto.

- Eu sei que extrapolei, Harvey. Não deveria ter mexido em seu celular - ela o seguia pela casa. - Escuta. Preciso ir para o consultório agora, mas depois podemos conversar?

Harvey não chegou a respondê-la.

- Depois do trabalho eu passo aqui.

- Whatever - Harvey deu de ombros.

Após o silêncio permanecer entre os dois, ela o deixou sozinho.

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Mais tarde naquele mesmo dia, Harvey iniciou as sessões com o Dr. Lipschitz, o terapeuta que acompanhava Louis por um longo tempo. Pensava que se conseguia mantê-lo bem, na medida do possível porque era Louis, o profissional deveria ser realmente bom.

Mas a primeira sessão de Harvey se resumiu nele fugindo ao máximo de qualquer pergunta. Contava apenas sobre pequenos detalhes do que aconteceu no tribunal há um mês.

Quando voltou ao seu apartamento, Paula estava lá o esperando.

Ele entrou como se ela não estivesse ali, foi até a cozinha e pegou um copo de água.

- Harvey, você não pode continuar me ignorando dessa forma! - ela apareceu na cozinha. - Eu sei que agi de maneira errada, mas... - Paula ficou em silêncio. Harvey nem chegava a virar-se para conversar com ela. - Você sabe que acontecem brigas em um relacionamento, isso faz parte e... - ela tentava se justificar.

- Paula, eu realmente não quero conversar com você - Harvey deixou o copo na pia e seguiu para seu quarto.

- Harvey! - ela voltava segui-lo pelo apartamento.

- Agora não! - Harvey disse em um tom alto e grosseiro antes de bater a porta do quarto a deixando sozinha no corredor.

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Conforme os dias se passavam, Harvey ficava cada vez mais entediado. Nos primeiros dias em casa, ele se ocupava assistindo filmes ou lendo, mas isso já não vinha mais surtindo tanto efeito.

Após tomar seu café da manhã, Harvey sentou-se no sofá, encarou a TV e a estante de livros. Deu um longo suspiro e esticou o corpo sabendo que seria mais um dia entediante da sua recuperação.

Harvey tentou tirar um cochilo após o almoço, mas simplesmente não conseguia dormir. Também já tinha assistido todos os seus filmes preferidos mais de uma vez nos dias que estava em casa.

Ele então pegou seu celular e começou a procurar por alguém que poderia conversar, e apenas um nome vinha a sua cabeça.

- Harvey?! - Donna se surpreendeu ao vê-lo no facetime no meio da tarde. Já se preocupava achando que alguma coisa tinha acontecido pois ele sabia que ela estava em horário de trabalho. - Está tudo bem?

- Eu estou morrendo - ele fez uma pausa dramática. - De tédio.

- For God's sake, Harvey! Eu achei que fosse algo importante - Donna brigou com ele.

- O meu bem-estar não é importante para você? - ele fez uma cena, colocando a mão no peito como se estivesse ofendido.

- Eu estou trabalhando, Harvey.