Abri os olhos.
A primeira coisa que vi foi árvores.
Árvores?
Sentei-me e vi que estava em cima de galhos e folhas. É uma floresta.
"Como eu vim parar aqui?"
Tudo estava muito confuso. A última coisa que eu me lembro era de estar no Sunday's Pick e... Oh, não!
Eles devem estar me caçando (essa é a melhor forma de falar que eles estão me procurando, acredite). O que foi que eu fiz?
Fiquei de pé e olhei ao meu redor.
Tinha muitas árvores, nenhuma trilha. Não sabia se era de noite ou de dia (mesmo porque eu nunca havia presenciado o dia, apenas a escuridão). De onde eu venho não existe dia. Não existe a luz.
Entre as folhas e os galhos altos das árvores vinha uma luz fraca, boa o suficiente para eu saber onde eu estou indo e onde eu estou pisando.
Comecei a andar depois de uns 5 minutos observando o local. Com 40 minutos de caminhada, eu estava suada e cansada, parei e sentei em cima de uma pedra. Fechei os olhos.
Senti a presença de alguém, alguém a me observar. Abri meus olhos e lentamente levantei minha cabeça. Ao ver quem era, senti um enorme alívio. Levantei rapidamente para o abraçar.
- Tio!
***
Comecei a chorar assim que o abracei, não pude me conter.
- Olá, querida. Olá, Lilith- falou ele com sua voz suave, que mais parecia estar cantando a mais bela e pura canção.
- O que aconteceu, tio Bryan?- murmurei com minha voz abafada pelas roupas do meu tio.
Levantei meu rosto para olhá-lo nos olhos.
- O que aconteceu? Onde estou? Eles seguiram você? Como você chegou aqui?
-Calma, garotinha.- ele sorriu- está tudo bem, tudo bem.- falou ele acariciando meu rosto.
Me acalmei um pouco. Eu tinha que adimitir que estava com medo.
-Eu usei mágia para lhe transportar para o mundo dos humanos. E eles não me seguiram, na verdade eles nem estão preocupados comigo. Todos estão à sua procura.
Estremeci. Não queria nem pensar em quando eles me achassem.
- Por que você fez isso? É muito perigoso!
- Fiz para te protejer, meu anjo negro.
- Ah, tio - comecei a chorar. Quando eles encontrassem o Tio Bryan, vão matá-lo! - O que vai acontecer?
- Irei lhe contar tudo. Primeiro iremos a um chalé aqui próximo, que eu comprei para você ficar enquanto tudo se resolve. Vamos lá, eu lhe contarei tudo.
O chalé era... simples e pequeno (para quem estava acostumado com mansão medieval como eu). Tinha tudo humano: os móveis e a decoração, até mesmo o ar. Mas tudo bem, aqui será meu refúgio nos dias que virão.
- Primeiramente - começou o Tio Bryan - Você irá viver como uma humana. Irá a escola e terá que fazer "amigos" aqui.
- Irei fazer o que for preciso- falei, sentando pesadamente em uma cadeira de madeira.
- Você está matriculada em uma escola, no 2 ano do ensino médio. Seu nome vai ser Lili Hayes, você veio de New York, foi transfirida para a escola High School Saint Denis. Seu pai é um empresário muito importante . Ele é um homem ocupado e viaja muito, e você acaba tendo a obrigação de morar sozinha.
Ele se sentou em uma cadeira do meu lado.
- Você está em Bluesky City, um cidade,se é que eu posso chamar dessa forma, muitissimo pequena. O país não está no mapa pelo mesmo motivo. Está localizado entre a Antártida e a Austrália. Sabe, isso é uma grande irônia.
- O que?
- O nome do país, Bluesky. Se você olhar lá fora pela janela, verá que o céu é escuro de tantas nuvens de chuva.- falou ele apontando para uma janela do meu lado esquerdo.
Observei o céu. Era mesmo cinza.
- Você sabia de tudo?
Ele olhou atrás de mim, para o céu
- Sim.
- Por que você não me contou? - falei lavantando bruscamente da cadeira e olhei para ele.
- Para te proteger - falou ele levantando suavemente da cadeira e me abraçando. - Para te proteger.
Momentos mais tarde, quando meu tio me deu todo o tipo de informações precisas e havia ido embora, tomei um banho e fui deitar.
Acabei adormecendo ao som das gotas de chuva batendo contra a janela.
Acordei com o maldito despertador tocando. Levantei rapidamente para desligar aquele trosso, amaldiçoando os humanos que haviam criado aquilo.
Tomei um rápido banho e fui me vestir. Escolhi uma blusa preta de mangas que chegavam até o cotovelo, calça jeans preta e um tênis chamado All Star. Amarrei meu cabelo em um "rabo de cavalo" (como minha mãe costumava chamar o penteado).
Percebi que estava com fome, peguei uma caixa com o nome "leite" na geladeira. Tinha que combinar algo com o "leite". Vi outra caixa com o nome "cereal".
Dei de ombros e peguei as duas caixas e coloquei sobre a mesa de madeira.
Peguei uma tigela e uma colher. Li na caixa do "cereal" as instruções. Era só misturar tudo. Depois do longo trabalho de misturar tudo eu comi "a coisa". E era mesmo bom!
Quando terminei, peguei minha mochila (que tinha todos os materiais precisos), e fui em direção a escola, que não parecia ser muito longe, e não era. Em 10 minutos consegui localizar a escola com a ajuda de um mapa.
Fui para a minha primeira aula, que era com um tal de Senhor Smith.
Ao abrir a porta da sala, vi que o professor já havia começado a aula, e todos viraram a cabeça na minha direção. Não fiquei envergonhada, já estava acostumada com esse tipo de constrangimento. Pedi licença, logo depois ele me apresentou à turma como Lili Hayes ( como eu e o tio Bryan combinamos), e perguntou se eu queria falar algo. Balancei a cabeça, negando.
-Bem, sente-se onde você quiser - falou ele.
Escolhi a última cadeira vazia da sala (já que as outras estavam ocupadas por "moleques").
Fiquei de lado de uma janela e atrás de um garoto que não parava de me olhar.
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Recomeço
Lãng mạnLilith é filha de um poderoso demônio. Sua mãe era uma humana e foi morta quando ela é criança por motivos que ela ainda não sabia. No Sunday's Pick ( Domingo de Escolha ), ela descobre a verdade sobre sua mãe e acaba escapando para o mundo dos hum...