1 - NA MIRA

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- Agora!Vai!
Miro no primeiro alvo e logo ele está em frangalhos.

- De novo!
O segundo dura menos que o outro.

- Outra vez!
O terceiro também virou churrasco.

- Muito bem! - elogia James sorrindo - Recorde de tempo,e nenhum alvo intacto.
- Eu treino desde meus 3 anos - lhe lanço uma olhadela - Seria uma vergonha se não fosse assim.

Travo minha besta,e me viro para o garoto loiro de olhar divertido que me encara fixamente.
- Quase pensei ter ouvido o General falando,agora - gargalha.

- Pode ser porque ele é o meu pai? - arqueio as sobrancelhas.

- Você fica bem mais linda que ele, falando assim - ele se aproxima e me beija,e eu retribuo.

- Eu sei - sorrio pela primeira vez - Me olho no espelho todos os dias.
- É bom saber que minha namorada é modesta. - ele ri e meu coração erra uma batida enquanto o observo.

Mesmo crescendo ao seu lado só começamos a namorar a um ano quando ele se declarou para mim.
James foi meu primeiro amor,desde a infância.
- Você está com aquela cara,de novo.
- Não estou não - faço uma careta.

- Tenente More,Capitã Hunter! - reviro os olhos discretamente com os gritos do "General" e sinto James se afastar.

Vamos dizer que o General não lida muito bem com meus namorados - não que eu tenha tido muitos -,então o nosso namoro,meio que ficou em segredo.

- Sim,General - responde James em posição,e eu com um "leve" toque de desânimo na voz que não passa despercebido pelo meu pai que me repreende com o olhar.

Ele não sabe que James está mais que acostumado com minha personalidade e reclamações,e pensa que eu tenho que ser um "bom exemplo" para os outros soldados.

- Temos uma missão - fico séria.
- Informante...
- Vampiro suicida.

- Como temos certeza que não é uma armadilha?
- Não temos.

Vampiro Suicida é o termo usado para vampiros que denunciam seu bando para nós:Os Caçadores.
Caçadores:grupo fundado pelo norte-americano Charles Hunter,provavelmente meu tatara-tatara-tatara-tatara-tataravô no século I,e que vem combatento os temidos vampiros, até os dias de hoje.

Antigamente,era de conhecimento geral a existência de vampiros,mas com o intenso combate,é raro,hoje em dia,que eles ataquem humanos  descaradamente,e passaram a ser apenas uma lenda para assustar crianças durante a noite.

Mal sabem os pais - e as crianças - que esse mal está mais perto do que eles imaginam.
Os vampiros podem ser qualquer um:seu primo,seu irmão,sua professora.

Depois da descoberta do topázio para proteção contra o sol,os vampiros transitam livremente por aí,sem medo de serem descobertos.

É só ficar em contato com a pedra e pronto:imunes a luz do sol.
Isso dificultou e muito o nosso trabalho,por isso,tivemos que desenvolver outras técnicas para identificá-los.

Água benta?Nunca foi uma arma.
Alho?Você realmente acreditou nisso algum dia?
Seus pontos fracos não seriam tão aparentes,nunca é tão fácil.

A estaca de madeira funciona,mas é muito arriscado e muitos humanos já foram mortos inocentemente por causa de erros dos Caçadores.

O meio mais viável de identificar e matar um vampiro,foi descoberto pelo Dr.Harry Peterson - um dos poucos médicos a acreditarem nos vampiros e estudarem seus organismos - no século IV.

São as crisálidas,flores tão inofensivas aos humanos,mas um veneno no organismo vampírico.
Seu perfume já os deixa paralisados,mas se ingeridas podem chegar a matá-los.

E também há o ponto,de que,se o Caçador estiver enganado e seu alvo for apenas um humano,a flor  não lhe fará mal algum.
- Quero que partam imediatamente.
- Partam? - James franze o cenho - O General não vem conosco?
- Dessa vez não - vejo um brilho passar pelo seu olhar rígido - A Capitã Hunter irá liderar essa missão.

Não deixo que minhas emoções de animação e felicidade passem por minha face,e simplesmente assinto em concordância.
- É uma honra,senhor - agradeço.
- Espero mesmo - sua voz ainda é dura.
- Escolha um tenente para auxiliá-la,e parta agora mesmo.
- O tenente More irá me ajudar - aponto com a cabeça em direção a James - pedimos permissão para partir.
- Permissão concedida - o General assente.
- Convocarei os soldados. - James se retira,e eu espero pacientemente encarando meu pai que vagarosamente abre um sorriso ao ver que meu namorado já se foi.
O homem alto e que um dia foi moreno,mas agora tem oa cabelos levemente grisalhos é o melhor pai que eu poderia querer,mas não gosta de demonstrar sentimentos em frente aos seus comandados.

- Estou orgulhoso de você - me abraça - Tome cuidado.
- Não se preocupe - sorrio me erguendo - Eu aprendi com os melhores,e sei fazer meu trabalho.
- Eu sei que sabe. - beija o topo da minha cabeça antes de ficar sério novamente - O que ainda está fazendo aqui,Capitã Hunter?
- Nada,Senhor - bato continência - Estou me retirando.
Me viro e saio sem olhar para trás,com o olhar fixo a frente, e um sorriso discreto colado no rosto.
Minha primeira missão liderando.
....

- Não aguentava mais te esperar - James me beija.
- É difícil organizar esses marmanjos. - sorrio e posso ouvir algumas risadas baixas vindas dos bancos de trás.

Qualquer líder que se preze é responsável por aliviar o clima em uma missão arriscada e perigosa,onde todos estão nervosos.

Já vestidos com os tradicionais uniformes negros e armados com bestas e estacas - já que temos a confirmação da identidade vampírica dos inimigos - entram cinco soldados em cada carro.

Nossas informações são de que a reunião é pequena,cerca de quarenta vampiros em uma festinha particular.

Lotamos dez carros de soldados já com as coordenadas do nosso local de ataque e seguimos em direção a nossa empreitada muito longe da base isolada e camuflada dos Caçadores,com piadas ocasionais da parte de James para afugentar o clima tenso entre nós.

Hoje a noite promete.

Caçando na Noite(EM BREVE)Onde histórias criam vida. Descubra agora