A cidade estava coberta pela neve branca, tão bela aos olhos das crianças e das pessoas que tinham uma casa para se manter aquecida enquanto comiam com sua família. Infelizmente você não possuía nada disso.
Em uma única noite você havia perdido sua família e seu lar em um incêndio, de uma pessoa nobre a uma sem nada além do nome e as roupas do corpo. Tinha sido um mistério para todos sobre como o incêndio começou e os rumores não demoraram a se espalhar, mas a verdade apenas você sabia.
Impey, um homem com o cabelo longo e vermelho, e seu amigo Lupin acharam você sentada perto do que tinha restado da mansão onde havia crescido. Seu rosto inexpressivo e olhos vazios se mantiveram até mesmo no carro, pouco se importando com a maquina incrível que levava-os para ver seu melhor amigo, Saint. Os dois homens tentaram puxar assunto com você durante o longo trajeto, mas nem uma palavra saiu de seus lábios.
Após parar próximo a mansão e você descer com a ajuda de Lupin, um pequeno garoto que segurava um cachorro em seus braços se aproxima de vocês, ele tinha por volta da mesma idade que seu falecido irmão e as lembranças trouxeram-lhe lágrimas aos olhos que você não podia permitir cair.
- É ela a amiga do Saint? - Perguntou o pequeno enquanto a observava com curiosidade.
- Parece que sim. - Lupin suspira, passando os dedos entre as mechas escuras de seu cabelo.
- É um prazer conhecê-la.
Você apenas podia ouvir e observar seus gestos, mas reproduzi-los parecia desnecessário, já não tinha força para pronunciar nem o próprio nome.
- Ela não diz nada desde que a encontramos, talvez o choque foi muito grande. - Impey disse. - Ela perdeu muita coisa...
- Seja bem vinda, (S/n). - A voz de seu melhor amigo a chama em alto e bom som na porta da mansão, interrompendo as palavras do ruivo. - Espero que goste de morar conosco.
Saint conduziu-a para dentro, andando no seu ritmo até o quarto onde ficaria a partir de agora e entrando com você. O suspiro atrás de si indicava que tinha algo que o mais velho queria dizer, mas estava incerto se deveria fazê-lo.
- Espero que possa se sentir confortável aqui. - Ele toca suavemente sua mão. - Sei que está passando por algo difícil, mas não pense que foi sua culpa. Sentimentos não podem ser controlados. Não impeça suas lágrimas de serem livres como está fazendo consigo mesmo agora, o isolamento não é saudável para ninguém.
- Mas... - Assim que você tentou falar para protestar o nó em sua garganta se desfez e as lágrimas que tanto segurava desde a noite anterior rolaram pelo seu rosto. - Isso foi minha culpa! Se eu não estivesse desejado que...
Como se por instinto, ele te abraça. Você ficou surpresa no início, mas o abraçou de volta e escondeu o seu rosto nas vestes dele, deixando suas emoções amargas irem junto com as lágrimas, sentindo Saint acariciar suas costas enquanto dava-lhe liberdade para chorar até se sentir melhor.
Quando finalmente se acalmou, ele enxugou seu rosto e levou-a para sentar-se na borda da cama, os olhos dele brilhavam ao olhar para você.
- Se sente melhor? - Perguntou, apagando o caminho que suas lágrimas haviam feito antes com o polegar.
- Sim... Obrigada, Saint. - Você tenta um sorriso para ele que fracassa miseravelmente.
- Não se preocupe com isso, sempre estarei aqui para você. Agora descanse um pouco enquanto Impey prepara o jantar, virei te buscar quando estiver pronto.
Você concordou e ele saiu do quarto para se juntar aos outros na sala e dar-lhe privacidade. Ao descer as escadas, Fran o esperava com um olhar preocupado.
- Oh, Saint, como ela está? - Perguntou ao vê-lo. - Perder uma família inteira e presenciar tal cena... É muito assustador.
- De fato, mas ela também ganhou uma hoje. - Sua mão pousou no ombro do jovem. - Não mencione sobre o incêndio perto dela, fará com que ela se lembre da noite passada.
Fran apenas concorda antes de ambos se dirigir em para a sala de jantar, passaram um tempo conversando sobre seus próximos planos e evitando tocar no assunto em que todos queriam realmente saber: você.
Quando Impey adentrou a sala de jantar avisando que a comida estava pronta, Lupin se levantou de sua cadeira rapidamente.
- Irei chamar (S/n) - Se ofereceu.
- Não é necessário, eu farei isso.
Antes que o outro pudesse protestar, Saint se levanta e sai do cômodo, indo em direção a escadaria. A verdade era que o mesmo queria passar todo o tempo possível a sós com você e pensar em algum outro homem fazê-lo o deixava incomodado... ou isso seria ciúmes?
Ele seguiu em silêncio pelo corredor até parar na frente da porta escura de seu quarto e dar algumas batidas suaves na mesma.
- (S/n), o jantar já está pronto. - Ele bate mais duas vez sem ouvir uma resposta. - (S/n)?
Saint abre a porta devagar e se surpreende com o que vê. Você estava adormecida na cama, a luz da lua entrava por uma brecha entre as cortinas e iluminava parte do lençol. Um sorriso se espalhou pelos lábios do homem, vendo a imagem adorável da pessoa que lhe era importante finalmente tendo um pouco de paz. Ele sabia que, ao acordar, a dor em seu coração ainda estaria presente e também que, sempre que possível, estaria lá para apaziguá-la.
Saint aproxima-se da cama silenciosamente para admirar mais de perto sua beleza, ele realmente te amava, porém nunca conseguia dizer-lhe e sempre que tentava havia algum obstáculo. No entanto, agora estavam sozinhos no quarto, mesmo com você estando inconsciente, ele se inclinou até seus lábios fazerem contato com sua bochecha, demorou um tempo considerável aproveitando o momento antes de se afastar.
- Não foi assim que planejei, mas por ora guarde o meu beijo, ele pertence apenas a você. - Sussurrou, acariciando com cuidado o local. - Durma bem, (S/n).
Ele se levantou com cuidado e saiu do quarto para avisar aos outros que você estava muito cansada e seria melhor não perturbar seu sono.
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One Shots
RomanceApenas satisfazendo meus desejos de histórias com os meus amores fictícios com one-shot. Sinta-se livre para sugerir personagens. P.S: Os personagens não me pertencem (mas bem que queria trazê-lo para a realidade).