Infortúnio

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Jennie se deteve alguns instantes em frente a porta de seu novo apartamento.

A menina mal podia acreditar no que estava acontecendo. Respirou fundo, apertando os dedos em volta da alça de sua mochila enquanto se apresava para encontrar as chaves.

A fechadura fez um leve clique e o coração da garota falhou uma batida. Poderia não parecer nada, mas aquilo significava muito para Jennie. Com um leve sorriso brotando em seus lábios, ela empurrou a porta.

E percebeu, com felicidade, que as fotos em seu celular não podiam tê-la preparado para aquele momento.

Apesar da estrutura simples do prédio, o interior do apartamento era muito mais do que Jennie ousaria sonhar. Possuía uma sala arejada e espaçosa, decorada inteiramente com tons claros. A cozinha era dividida da sala por um balcão de mármore e de onde a garota estava podia ver três portas que levavam para ambientes separados. Uma delas deveria ser o banheiro, outra provavelmente seu quarto e a ultima o cômodo extra sobre qual a proprietária havia comentado. Jennie ainda não tinha decidido o que faria ali. Um quarto espelhado onde pudesse era uma das opções, mas também gostaria de um lugar em que os pais pudessem dormir quando viessem a visitar.

De qualquer modo, ainda teria muito tempo para decidir.

Ela arrastou as malas para dentro, tirando os sapatos e os colocando cuidadosamente na sapateira próxima à entrada. Seguiu descalça pelo chão frio até a porta da direita, descobrindo um quarto de tamanho médio. Havia uma cama encostada na parede, perto de uma janela que mantinha todo o ambiente iluminado, e um armário de madeira branca na outra extremidade.

O segundo quarto era praticamente igual ao primeiro, a única diferença era que os moveis se encontravam em posições invertidas. E para finalizar sua rápida exploração, ela foi até o ultimo cômodo. Encontrou um banheiro pequeno, revestido de cerâmica e com um espelho sobre a pia.

Simples, porém supriria todas as suas necessidades.

Satisfeita com o que viu, ela optou por escolher o primeiro quarto que havia entrado e jogou sua mochila sobre a cama. Decidiu que ali seria o lugar mais confortável para dormir, já que a janela ficava de frente para uma rua movimentada e a garota estava acostumada com barulho.

Voltou para sala depois de levar o resto das malas até seu novo quarto.

Caixas com suas coisas estavam amontoadas em um canto. Jennie olhou para a pilha com preguiça, jogando-se no sofá de linho que havia ali. Dando mais uma analisada no ambiente, a garota pode perceber que apesar de bonita, a decoração era genérica e não possuía muita personalidade. Com certeza se sentira mais em casa depois que começasse a espalhar suas coisas por ali.

Aquele foi o incentivo necessário para se levantar outra vez.

O tempo passou tão rápido enquanto a garota trabalhava que nem percebeu que a noite tinha caído até ficar escuro demais dentro de casa para continuar sem ligar as luzes .

Jennie não fazia ideia de que havia trago tanta coisa. Não importava quantas caixas esvaziasse, sempre apareciam mais duas no lugar. Horas depois, ela ainda estava desempacotando os últimos utensílios que tinha comprado para a cozinha e os colocando dentro das gavetas do armário.

Àquela altura já havia terminado de decorar o quarto e a sala, mas ainda faltavam algumas caixas pra serem abertas. Ela suspirou, sentindo os braços doerem um pouco depois de carregar todo aquele peso. Caminhou em direção as três restantes para leva-las até a cozinha, decidindo que acabaria com aquelas no dia seguinte.

Foi quando o som de alguém forçando a fechadura fez seu corpo congelar no lugar.

Primeiro pensou que havia sido coisa de sua cabeça. Jisoo havia feito algumas piadinhas sobre o motivo daquele apartamento ter sido tão barato e, apesar de não acreditar em historias de fantasmas, Jennie podia ter ficado um pouco impressionada.
Mas então a maçaneta começou a se mover.

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