O que eu realmente penso?

O que é namoro?

Procurei por algumas definições do verbo namorar em português, mas não achei nenhuma definição nos dicionários acerca dessa palavra que expressava o que eu penso sobre a mesma. Contudo, a palavra namorar, neste texto, será um neologismo.

Namorar: ato de beijar, ou fazer sexo com alguém.

É uma definição simples para um verbo que pretendo usar várias vezes neste texto. Como o título indica, aqui falarei sobre namoro, uma relação entre namorados, pessoas que namoram entre si. Lembre-se! namorar é um neologismo.

Tendo em vista minha definição de namorar, posso considerar que um homem que contrata uma garota para fazer sexo e obtém o que visa, por definição, namora com ela. Acredito que uma prostitua, no geral, não ama seus clientes, nem acho que seus clientes, no geral a amem. Contudo, não relacione, de imediato, a relação entre namorados com amor, ou sentimentos de afeto, pois a definição que criei para esse texto não fala disso.

Com base nessa definição, eu poderia dizer que estupradores namoram suas vítimas, mas, por favor! não pense que sou a favor do estrupo. É apenas um neologismo. Palavras, em si, não defendem ninguém , ou acusam as pessoas, elas não têm vida ou consciência.

Por que defini a palavra namorar desse modo? Simples, quero falar sobre um tipo de relação muito comum no ocidente e tal palavra será bastante eficaz para descrevê-la. Na cultura ocidental, as pessoas costumam criar uma relação de compromisso que envolve duas pessoas. Nessa relação, alguém se compromete, às vezes, implicitamente, a namorar apenas uma pessoa. Uma pessoa que aceita um compromisso como esse normalmente é chamada de namorada(o) de (nome de outra pessoa que, necessariamente, faz parte do compromisso).

Quem tem esse tipo de compromisso costuma acreditar que é amado, ou ama alguém. No entanto, não é possível, em nosso cotidiano comum, saber se uma pessoa ama ou não algo. O que se pode avaliar, objetivamente, nessas relações, é o compromisso de namorar somente uma pessoa.

Isso, obviamente , não significa que essas relações, de modo geral, não envolvam sentimentos amorosos. Mas, é importante destacar que, quando o compromisso é quebrado, as pessoas que faziam parte do compromisso tendem a não namorar entre si, futuramente.

Não ignorarei a possibilidade de pessoas hipócritas criarem esse compromisso sob uma falsa justificativa, visando seus próprios interesses em detrimento do bem-estar e desejos de outrem. Tampouco ignorarei o fato de que a quebra desse compromisso leva homens e mulheres, às vezes, a matarem seus maridos ou esposas.

O que leva as pessoas a criarem um compromisso em torno do ato de namorar? Tenho várias explicações prováveis para essa pergunta. O ciúme, por exemplo, é um fator que pode explicar a criação do compromisso. Como ciúme é o despeito de que alguém amado deixe de dedicar afeto exclusivamente a nós, o compromisso de namorar somente alguém que amamos é bastante eficaz para evitar o ciúme, uma vez que, no ocidente, o beijo e o sexo é visto como um gesto de afeto. Outro sentimento que pode motivar as pessoas a se comprometerem é a inveja. Por exemplo, sentimento de inveja baseado na crença de que outrem tem a capacidade de satisfazer melhor, sexualmente, alguém que é amado. Nesse sentido, o reconhecimento da possibilidade de sentir inveja poderia motivar as pessoas a criarem o compromisso, para evitar tal sentimento. Ademais, a religião pode influenciar a criação desse compromisso também. Um dos mandamentos dos cristianismo, por exemplo, não apoia o adultério.

Outro ponto interessante sobre o compromisso é o porquê dele não abranger, no geral, outras coisas objetivas , além do ato de namorar. Eu não acharia estranho ouvir uma notícia em que um marido matou sua esposa porque ela estava transando com seu irmão. Mas, ficaria perplexo, se o motivo fosse um abraço entre a esposa e o irmão do marido. Mas que fique claro, seria uma perplexidade devido a uma improbabilidade. Até porque, historicamente, os seres humanos já mataram por vários motivos estúpidos, lembre-se ou pesquise sobre o holocausto, ataques de terroristas em nome de divindades, ou sacrifícios indígenas na América.

Ao meu ver , o que explica a ausência da inclusão de outros atos objetivos no compromisso é um fator histórico. Pois, se fosse algo exclusivamente genético, seria estranho. Pois, segundo a História, os imperadores romanos permitiam que os nobres mais influentes beijassem seus lábio, e os menos influentes as mãos. Na Escócia, era comum os padres beijarem os lábios da noiva ao final da cerimônia. Além disso na festa, a noiva deveria beijar na boca de qualquer homem em troca de dinheiro. Eu nunca iria para um casamente desse tipo, imagina uma noiva com herpes. Brincadeiras a parte, além disso, nobres franceses podiam beijar na boca de qualquer mulher na França do século XV. 

Em relação ao sexo, eu diria que, assim como o beijo, ele não está incluído no compromisso por fatores, exclusivamente, genéticos, mas por fatores sociais. Pois, ao longo da história, várias sociedades tiveram diferentes visões sobre o sexo. Os Wiccas, religiosos politeístas, por exemplo, estão dispostos a fazer sexo com qualquer pessoa, a qualquer momento. Por outro lado, antigamente, na Itália, se uma mulher fosse beijada por um homem, a moral da época dizia que deveria haver casamento.