Dor, angustia, saudade.
Palavras que definem todo o meu estado emocional.
Eu não tinha ninguém.
As pessoas que se diziam meus pais me abandonaram em um orfanato sozinha.
Se não fosse pela irmã Rita eu teria crescido amarga e depresiva.Ela foi uma grande amiga e o meu exemplo.
Eu amava ela como uma mãe e ela me amava como filha.
Só que nem tudo é como a gente quer e ela teve que ir pro reino do céu.Quando fiz dezoito anos, e sai da casa de apoio, eu ainda dormi um dia na rua até que consegui um emprego de garçonete.
Meus patrões eram bons e me deram um teto e comida.Eu então prestei vestibular e entrei na faculdade Direito, me formando com louvor aos 23 anos.
Uma advogada em inicio de carreira. Com muitos planos ainda.
Em uma noite de terça-feira sai com umas colegas do novo escritório que estava trabalhando e lá depois de algumas tequilas acebei transando com um amigo da faculdade.
Nós nos protrejemos, só que não esperavamos que a camisinha ia ficar presa dentro de mim.
Dois bêbados fazendo um sexo selvagem que resultou em uma grande surpresa.
Com dois meses após o ocorrido comecei a passar mal constantemente.
Foi ao hospital e fiz alguns exames.
Até que recebi a notícia que estava grávida.
Irresponsabilidade? Talvez
Incertezas? AlgumasEu não sabia o que fazer, como iria cuidar de uma criança se nunca fui uma na realidade, sim, eu era criança, mas nunca uma normal.
Sem pai e mãe, como ia ser exemplo para alguém?Me perguntava isso constantemente.
Meu coração apertava.
Fiquei desesperada, pedi ajuda as minhas amigas, comprei varios livros sobre gravidez, e estava me acostumando aos poucos.
Já com aquele barrigão de sete meses eu comecei a sentir fortes dores no abdômen. Mais nada me assustou tanto quanto ver sangue escorrer pelas minhas pernas.
Eu chamei uma ambulância e a todo momento pedia pela vida do meu filho.
Era um menino, eu já escolhera até o nome.
O meu Yves.
Minha vontade de viver.
Por quem eu morreria, e daria tudo que tenho.
Os piores momentos da minha vida foram naquele maldito hospital.
Eu orava, pedia clemência.
Pedia pela vida de um inocente que ainda nem ao mundo tinha vindo.Meu coração se apertou quando a minha medica Letty me disse que devido à um desvio na placenta e uma má formação com a criança, não diagnosticada antes nos exames, eu correria um serio risco de perde-lo.
Ele só estava vivo porque ainda estava preso a mim.
Sim, ele estava sofrendo.
Se sacrificando, e não iria sobreviver.
Ele tinha morrido, só que por está ligado á mim seu coraçãozinho ainda batia.
Eu fiquei em uma sinuca de bico.
Meu filho iria continuar sofrendo, se eu continuasse com a gravidez e enterrar mesmo assim. Enterra-lo quando nascesse.
Ou interromper a gravidez e dar o sossego e a paz que o meu anjinho merecia.
Mesmo que isso acabasse levando o que sobrou do meu coração.Eu escolhi a segunda opção!
Ele precisava descansar em paz.
O senhor tinha me dado ele, e por algum motivo o tomou de volta.
Eu estava sem chão.
Sem apoio e sem ninguém.Espero que gostem.
Um grande abraço!
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Meu pequeno guardião -EM BREVE
RomanceUm amor além da vida, entre uma mãe e um lindo bebê! Soray com seu 24 anos, no auge na sua carreira como advogada, recebe a noticia que será mãe. Até que o destino resolveu inverter algumas coisas. Deus deu o seu pequeno a ela, e o levou de volta...