Eu, Liza e Angie entramos no quarto, mas nenhuma de nós senta. Acho que é melhor eu me preparar...
ANGIE: Matt está no hospital... Ele foi atropelado por um carro.
JULIA: O quê?! Quando? Onde?
ANGIE: Hoje à noite, ele está no Bellevue.
LIZA: No Hospital Bellevue? Em Nova York? Como assim? Ele não estava no avião!
ANGIE: Sério?
LIZA: Não! Eu pensei que ele estivesse em Paris!
Agora decido me sentar, é muita informação.
JULIA: Posso vê-lo?
ANGIE: Apenas a família pode entrar no quarto. Ele está em coma...
JULIA: Em coma?! Mas até quando?
ANGIE: Nós não sabemos... Ele está estável, mas...
Ela começa a chorar.
ANGIE: Há um risco de ele não acordar.
Eu a pego em meus braços e choramos juntas por um tempo.
LIZA: Preciso avisar a empresa, volto logo, ok?
Liza se afasta, segurando seu telefone.
ANGIE: Eu também vou, o táxi está me esperando.
JULIA: Me avise se houver qualquer novidade, ok?
ANGIE: Claro, pode deixar.
Ela sai. De repente, o quarto parece grande demais e... vazio.
Passei o dia fora, precisava andar um pouco, passar um tempo sozinha. Eu avisei a Liza e desliguei meu telefone.
Estamos de folga hoje. Fui até o hospital, mas não me deixaram ver o Matt. Acabei indo até o bar, acho que já está na hora de tomar alguma coisa. Preciso relaxar um pouco...
Meus pensamentos estão confusos em minha cabeça...
RYAN: Julia, ei!
Ryan entra no bar, carregando um pilha de papel nos braços. Eu o observo enquanto ele coloca os arquivos sobre o balcão.
RYAN: Você deve achar que eu sou louco... O hotel estava muito vazio, decidi trabalhar aqui hoje.
JULIA: Sim... como quiser...
Ele percebe que algo está errado.
RYAN: Garçom, traga mais uma, por favor...
Eu olho para ele...
RYAN: É o Gabriel? Ele a procurou?
JULIA: Não... não é ele.
RYAN: Você não precisa falar, se não quiser. E eu deixarei você sozinha se...
JULIA: É o Matt!
RYAN: Ah... entendo...
JULIA: Deixe-me contar tudo...
Ele levanta a sobrancelha, intrigado.
JULIA: Ele sofreu... ele sofreu um acidente de carro. Foi atropelado.
RYAN: O quê?! Nossa! Quando foi isso?
JULIA: Ontem à noite, digo, durante a noite... Mas não sei muitos detalhes, o hospital não informou muita coisa...
RYAN: Em qual hospital ele está?
JULIA: No Bellevue... mas como eu não sou parente...
Ele coloca o dedo em meus lábios e pega o telefone. Ele fica com a mão em meu braço enquanto faz a ligação.
RYAN: Jerome? Sou eu... Sim, obrigado... Jerome, eu preciso de um favor...
Ryan desliga após alguns minutos, ele parece preocupado.
RYAN: Bom, o Matt sofreu múltiplas fraturas. Sua vida não corre mais perigo, mas...
JULIA: Mas... não sabemos se ele vai sair do coma.
RYAN: E...
JULIA: E o quê? Tem mais ainda?
RYAN: E se ele acordar, não sabemos se ele recuperará todas as funções motoras...
Sinto lágrimas escorrendo em meu rosto...
RYAN: Quer dar uma volta?
JULIA: Pode ser...
Acho que não tenho condições de pensar ou conversar sobre qualquer coisa no momento.
Ryan chama um táxi e me ajuda a entrar no carro, ele entrega uma nota de 100$ ao motorista.
RYAN: Tome, pegue o caminho que quiser, apenas não pare de dirigir...
Nova York brilha ao meu redor... A janela está um pouco aberta, o vento seca minhas lágrimas... Eu fecho os olhos.
Pronto, finalmente consegui limpar um pouco a mente.
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Amor nas Nuvens
RomansJúlia é uma Comissária de Bordo, que acaba de mudar de equipa, após um problema pessoal. Agora ela terá de conseguir convencer os seus novos colegas que não é apenas uma cara bonita, enquanto tenta resistir ao encantos de MATT.