Capitulo 96

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Eu, Liza e Angie entramos no quarto, mas nenhuma de nós senta. Acho que é melhor eu me preparar...


ANGIE: Matt está no hospital... Ele foi atropelado por um carro.

JULIA: O quê?! Quando? Onde?

ANGIE: Hoje à noite, ele está no Bellevue.

LIZA: No Hospital Bellevue? Em Nova York? Como assim? Ele não estava no avião!

ANGIE: Sério?

LIZA: Não! Eu pensei que ele estivesse em Paris!


Agora decido me sentar, é muita informação.


JULIA: Posso vê-lo?

ANGIE: Apenas a família pode entrar no quarto. Ele está em coma...

JULIA: Em coma?! Mas até quando?

ANGIE: Nós não sabemos... Ele está estável, mas...


Ela começa a chorar.


ANGIE: Há um risco de ele não acordar.


Eu a pego em meus braços e choramos juntas por um tempo.


LIZA: Preciso avisar a empresa, volto logo, ok?


Liza se afasta, segurando seu telefone.


ANGIE: Eu também vou, o táxi está me esperando.

JULIA: Me avise se houver qualquer novidade, ok?

ANGIE: Claro, pode deixar.


Ela sai. De repente, o quarto parece grande demais e... vazio.

Passei o dia fora, precisava andar um pouco, passar um tempo sozinha. Eu avisei a Liza e desliguei meu telefone.

Estamos de folga hoje. Fui até o hospital, mas não me deixaram ver o Matt. Acabei indo até o bar, acho que já está na hora de tomar alguma coisa. Preciso relaxar um pouco...

Meus pensamentos estão confusos em minha cabeça...


RYAN: Julia, ei!


Ryan entra no bar, carregando um pilha de papel nos braços. Eu o observo enquanto ele coloca os arquivos sobre o balcão.


RYAN: Você deve achar que eu sou louco... O hotel estava muito vazio, decidi trabalhar aqui hoje.

JULIA: Sim... como quiser...


Ele percebe que algo está errado.


RYAN: Garçom, traga mais uma, por favor...


Eu olho para ele...


RYAN: É o Gabriel? Ele a procurou?

JULIA: Não... não é ele.

RYAN: Você não precisa falar, se não quiser. E eu deixarei você sozinha se...

JULIA: É o Matt!

RYAN: Ah... entendo...

JULIA: Deixe-me contar tudo...


Ele levanta a sobrancelha, intrigado.


JULIA: Ele sofreu... ele sofreu um acidente de carro. Foi atropelado.

RYAN: O quê?! Nossa! Quando foi isso?

JULIA: Ontem à noite, digo, durante a noite... Mas não sei muitos detalhes, o hospital não informou muita coisa...

RYAN: Em qual hospital ele está?

JULIA: No Bellevue... mas como eu não sou parente...


Ele coloca o dedo em meus lábios e pega o telefone. Ele fica com a mão em meu braço enquanto faz a ligação.


RYAN: Jerome? Sou eu... Sim, obrigado... Jerome, eu preciso de um favor...


Ryan desliga após alguns minutos, ele parece preocupado.


RYAN: Bom, o Matt sofreu múltiplas fraturas. Sua vida não corre mais perigo, mas...

JULIA: Mas... não sabemos se ele vai sair do coma.

RYAN: E...

JULIA: E o quê? Tem mais ainda?

RYAN: E se ele acordar, não sabemos se ele recuperará todas as funções motoras...


Sinto lágrimas escorrendo em meu rosto...


RYAN: Quer dar uma volta?

JULIA: Pode ser...


Acho que não tenho condições de pensar ou conversar sobre qualquer coisa no momento.

Ryan chama um táxi e me ajuda a entrar no carro, ele entrega uma nota de 100$ ao motorista.


RYAN: Tome, pegue o caminho que quiser, apenas não pare de dirigir...


Nova York brilha ao meu redor... A janela está um pouco aberta, o vento seca minhas lágrimas... Eu fecho os olhos.

Pronto, finalmente consegui limpar um pouco a mente.

Amor nas NuvensOnde histórias criam vida. Descubra agora