Tomar-lhe a vida?
Tentador; causa uma sensação inebriante. O ato que amedronta o ser e invade as raízes do inexplicável não pode ser parado.
Por que tal ato entre tantos outros? Aviso de antemão para que não o pratique se não quiser senti-lo.
Repugnante aos olhos daqueles que se admitem essencialmente puros. Um ciclo de causa e consequência que sobrepuja as margens da visão carnal. Quem pode explicá-lo senão quem o sente?
Mas quem o sente já não prolonga a palavra. Então cabe à quem observa, sem se manifestar, a responsabilidade de dizê-la.
Não ouça a voz que o incita a maldade. Entenda-a.
Torna-se-á um pecador às custas de afrontas legislativas e divinas.
Mas já não era um?
O ato imoral não será mais que mera transgressão cotidiana; a sensação de inquietude não passará como a euforia que antecede a calmaria após a tempestade. Ela estará impregnada na veia que pulsa e arde.
E do outro lado da vida?
Medo. O medo é inerente ao homem e substancialmente sentido por todos. É o sentimento que satisfaz e — não seria ousado dizer — justifica, de certa forma, o ato de psicopatia. O medo é uma arte; é a sensação que equilibra uma mente desequilibrada. Quem é humano, o sente. Quem o sente, é humano.
E como tal, é válido afirmar que uma parte do imaginário humano — mentecapto, inerte ao senso racional — vê a morte como o ponto final.
Digo, pois, que aceitá-la e, sobretudo, ser a sua causa, seja o maior ato de força humana.
Não é mesmo, Adam?
— C
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Olá, pessoal! O Carmesim é uma história que se distancia um pouco da forma que eu costumo escrever. Esse capítulo é apenas um "prólogo" narrado pela visão do antagonista. Espero que gostem da história!
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O Carmesim (breve hiatus)
Short StoryUma série de assassinatos vem chamando a atenção das autoridades de Calcéria. Sinais são deixados para trás e tormentos são encontrados em cada rastro. Apenas uma pessoa é capaz de compreendê-los. Dimas Soares é um psiquiatra refém da própria insegu...