Capítulo 3

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Na manhã seguinte, estávamos embarcando para a primeira cidade, Curitiba, no Paraná. Como ela era nossa fotógrafa, precisava ir com a gente e não no ônibus com o restante da equipe.

Só a presença dela estava me deixando irritada. Ela não havia trocado nenhuma palavra comigo e mesmo assim eu queria esganar ela.

- Tudo bem? - Maiara pergunta sentando perto de mim.

- Sim. - responto seca.

- De mal-humor chefinha? - ela pergunta rindo.

- Não enche! - reviro os olhos.

- Eita! - André, nosso assessor, exclama e vai se sentar bem longe de mim.

Coloco meus fones e uma música internacional super alta começa a tocar em meus ouvidos. Fechos os olhos e me enrolo no cobertor. Acabo dormindo.

Quando acordo, horas depois, percebo que estou sem os fones.

O piloto informa que chegamos e podemos descer.

Me preparo para descer quando vejo a mão dela me entregando o celular e os fones de ouvido.

- Ouvir música tão alto enquanto dorme pode fazer mal. - ela diz sorrindo.

- Cuida da sua vida! - digo pegando o aparelho e dando as costas para ela.

- Maraisa! - Maiara chama minha atenção - Precisa ser tão grossa?

- Deixa ela, Mai. - Sarah diz - Ela é a chefe. Pode fazer o que quiser e falar como quiser. Eu preciso do trabalho. Não vou bater de frente com a sua irmã porque estou em desvantagem... Algumas pessoas não sabem lidar com o poder que tem nas mãos. Principalmente as pessoas mimadas.

- Não me chama de mimada! - exclamo me virando para ela.

- Desculpa. - ela diz em tom irônico e passa por mim, saindo do avião.

- Você ainda acha que é uma boa ideia me obrigar a conviver com essa mulher? - pergunto para a Maiara ainda sentindo as mãos trêmulas de raiva.

- Se você se esforçasse um pouquinho não seria tão insuportável! - Maiara exclama - Olha o jeito que você tratou ela! Não precisava ser grossa assim. Ela só queria ajudar.

- Eu não pedi ajuda de ninguém. - dou de ombros.

Eu sabia que estava errada, mas nem sob tortura eu admitiria isso!

- Depois você não quer que as pessoas te achem mimada. - Maiara diz e caminha para fora também.

- Ah, Maiara, me erra! - exclamo seguindo ela - Você disse que ficaria do meu lado e está defendendo ela.

- Você está errada. - Maiara dá de ombros e continua andando.

Sigo para a van. A Sarah estava sentada no último lugar. Ela não estava com uma cara nada boa.

Minha consciência pesou? Um pouco! Mas eu nunca daria o braço a torcer pedindo desculpa. Continuo mantendo a pose e sento no banco da frente.

Chegamos no hotel e eu vou direto para o meu quarto, tiro o tênis e me jogo na cama. Aproveito as horas vagas para ligar para o Rafael.

- Oi, amor da minha vida! - ele diz abrindo aquele sorriso perfeito assim que a vídeo-chamada começa.

- Estou com saudade, meu gatinho! - faço voz dengosa - Quero seu abraço.

- Não faz essa carinha que eu atravesso esse oceano nadando pra te ver! - ele diz animado.

- Briguei com a Mai. - conto cabisbaixa.

Amor da sua cama (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora