Sentimentos Sobre A Tela

Livramento

Eu não queria me matar, mas eu não aguentava mais viver assim
Reprimida, escondida e chorando pelos cantos com os pulsos cortados, sendo alguém que não aguenta mais a dor e com um único corte, profundo e preciso, finalmente se livrou.

Eu não queria pular daquele prédio, Mas naquela borda a um passo da morte e ao mesmo tempo a 10 andares dela o peso do meu sofrimento me fez saltar e sentir toda a minha tristeza se separando de minha alma, eu finalmente me senti em paz.

Eu não queria engolir todos aqueles comprimidos, mas de tantos anos com remédios que me anestesiavam da minha realidade e me tornavam dependente dessa falsa ilusão, eu finalmente acabei com isso instantaneamente.

Eu não queria apertar aquele gatilho, Mas com todo aquele furacão ao meu redor, me tirando o sono a cada segundo de cada madrugada silenciosa, chorando na esperança de dormir, e com um aperto eu finalmente descansei no sono da morte, para sempre.

Eu não queria que tivesse sido dessa forma, mas que de outra forma poderia ser? Se meu horizonte nunca foi infitino, mas o que eu via era apenas o buraco de minha própria escuridão, eu me tornei meu próprio inferno e meu corpo era apenas uma casca para carregar toda essa culpa, dor, ódio, sofrimento e tristeza.

Como uma rosa que se despetala pouco a pouco até a morte, mas eu não irei renascer, eu não sou uma fênix, nem uma rosa, só houve uma de mim, e essa eu foi infeliz demais para produzir algo bom, e quando uma fruta está podre é melhor tira-la antes que estrague as outras.