Definhando

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— Chanyeol, se você veio a procura de sexo eu...

— Eu estou morrendo sem você. – disse abraçando meu corpo – Não vim atrás de sexo, eu queria seu cheiro, seu beijo, abraçar seu corpo. – disse em tom rouco e baixo, ainda abraçado ao meu corpo — Baekhyun, olha bem pra mim, eu não sou capaz de viver sem você!

Eu me sentia em um estado de letargia, vendo Chanyeol ajoelhando-se em minha frente, eu não era capaz nem de respirar naqueles instantes.

Meu coração batia rápido, bombeando sangue sem controle, eu sentia minha veias pulsando, minhas mãos suando. Eu não era capaz de fazer nada.

Eu amava Park Chanyeol, mas eu o odiava tanto quanto. Ele tirou de mim algo importante, ele acabou com nosso amor verdadeiro. Agora tudo que sou capaz de ter em mente é que sou programado para amá-lo incondicionalmente, meu cérebro, meu corpo, me diz isso, apesar de no fundo eu ainda ter dúvidas disso.

— Você sabe que não precisa ir com ele. — disse Jongin, enquanto eu fazia as malas.

— Você sabe que eu preciso, você sabe que eu posso, literalmente, morrer se ele morrer. Eu conheço Chanyeol a anos e sei que ele não está fazendo cena, ela não é disso.

— Baekhyun, eu só quero o melhor para você. — disse acariciando meu rosto.

— Eu sei, Nini. Eu vou fazer o possível para deixar tudo no devido lugar.

Terminei minhas malas das poucas semanas – dois meses – que fiquei na casa de Jongin e entrei no carro de Chanyeol, seguindo de volta para casa.

Mas quando coloquei meus pés lá dentro, era como a cena de um assassinato, foi naquele lugar que tudo nasceu e morreu. Naquele momento parecia tão frio e mórbido, diferente dos nossos primeiros anos dividindo aquela casa.

Chanyeol estava cansado e com certeza eu também não tinha dormido muito bem em noites anteriores, então apenas deitei na cama ao seu lado, sentido suas mãos em minha cintura e em poucos minutos o ressonar costumeiro.

Em certos momentos eu sentia que estava longe de mim mesmo, minha mente pensava e pensava sem nunca chegar em um lugar específico, eu me sentia morrendo aos poucos.

{•••}

— Baekhyun, nós precisamos conversar, eu te amo. — Chanyeol falava olhando dentro dos meus olhos, mesmo assim, eu não era capaz de acreditar naquilo.

— Eu voltei pra casa, Chanyeol, mas não para ser seu maridinho. Não quero que fale comigo, nem me toque. Mas agradeceria se desse um jeito que comprar outra casa. Quem me garante que aquela foi a única vez.

— Foi a única vez! Ele estava no cio, Baekhyun, eu não me controlei! Mas eu te amo.

— Me poupe Chanyeol, nos poupe de toda essa discussão. Você mesmo sabe o quanto estava longe nos últimos tempos, se você não tivesse começado com tudo isso, nós ainda teríamos nosso filho.

— Baekhyun…

— Eu não quero ouvir mais nada de você.

Enquanto no tempo que passei na casa de Jongin eu evitava a faculdade e o constrangimento, em casa eu evitava ficar em casa, chagando unicamente para dormir, exausto demais até para pensar em algo para comer, era bom simplesmente desabar, os abraços noturnos de Chanyeol já eram muito para minha cabeça instável.

— Amor, por favor, isso não tá ajudando. — Chanyeol sussurrou em meu ouvido, beijando a minha nuca.

— O que não está ajudando?

— Você me odiar, isso só nos mata mais um pouco, não ajuda em nada.

— A culpa é sua, Chanyeol, me deixa em paz.

— Eu sempre quis ter um filho com você, Baekhyun. E eu sinto muito por ter estragado tudo. Você era com um raio de luz quando nos conhecemos, era tímido, meigo, o sexo com você é confortável, gostoso, e acabou sendo monótono. — admitiu.

E eu agradeci por Chanyeol não estar vendo meu rosto, pois mesmo com os olhos fechados, uma lágrima escorreu, e mesmo que eu chorasse em silêncio, meu peito doía e meu coração estava acelerado demais.

— Eu sinto muito pelo tempo que fiquei afastado. Eu sinto tesão por você. Mas não era mais a mesma coisa, parecia que você transava comigo apenas no cio, no resto do tempo você era sempre submisso, envergonhado, dificilmente deixava eu fazer coisas diferentes na cama.

— Então você o conheceu e ele era o total oposto, dando pra você a todo o momento.

— Sim e não. Ele é muito diferente de você, tem a personalidade forte, é agressivo, gosta de um sexo selvagem. Eu fiquei confuso quando o conheci, confuso com aqueles olhares direcionados a mim, então me afastei de você. Mas eu juro, que em nenhum momento, Baekhyun, em nenhum, eu deixei de te amar e não transei com ele mais do que uma vez, para a nossa infelicidade, o momento que você viu. Ele estava no cio e me olhou de uma forma tão lasciva que eu não pude resistir. Seria mais fácil se eu tivesse contado a você depois que acontecesse.

— E você acha que eu te perdoaria? — perguntei virando para ele, sem medo de mostrar a minha dor dessa vez.

— Eu sei que sim, eu sei que seria difícil, mas você entenderia, me contaria do bebê, a gente ia se beijar e fazer amor a noite toda.

— Do jeito ruim que eu sou na cama?!

— Você não é ruim na cama, nunca foi, me desculpe, amor.

— Dói demais, Chanyeol. Você não entende o quanto. — disse não segurando mais as minhas lágrimas, deixando o choro sair, mesmo que eu soltasse aqueles gritos horroroso juntos, pela primeira vez eu não estava me forçando a ser forte, eu estava me permitindo sentir a dor para deixar a ferida cicatrizar.

Me deixei descansar em seu peito e dormir, me sentir mais tranquilo em seus braços.

Acordei sentindo beijos em meu rosto e meus lábios, eu conhecia aquele toque desesperado, retribuí o beijo de Chanyeol, sentindo um gosto diferente, uma sensação diferente.

Ele ainda parecia meu Yeol, seus lábios ainda tinham a mesma textura, mas meu coração batia acelerado com receio, e isso era o diferencial da nossa atual relação.

Mesmo assim eu o amava, e não pude resistir ao seu toque, ou ao seu cheiro. O cio era uma droga, mas naquele momento também era uma desculpa, a minha desculpa para matar a saudade que eu estava do meu marido, sem precisar admitir o perdão.

{•••}

Três meses tinham passado desde que decidi voltar a morar com Chanyeol, e a necessidade dele de ouvir que o perdoava, fez com que ele comprasse uma outra coisa, na onde ele já deixou tudo pronto para a chegada de um bebê, que ele nem sabia se teríamos, mas ele queria provar que queria, que isso era importante para nós dois.

Sua necessidade de aprovação estava me fazendo feliz nos últimos meses e só faltavam uma pessoa naquela equação, alguém que aos poucos foi se afastando da minha vida, alguém que era importante demais e tinha arrumado um namorado misterioso.

E Jongin era como um irmão para mim, alguém que eu precisava demais, mas que quando chegou para o jantar na minha casa, para apresentar seu namorado, eu não pude deixar entrar, nem deixar Chanyeol chegar perto da porta.

Eu me sentia um cachorro feroz protegendo seus filhotes.

Mas que merda de destino esse meu, que continuava tentando me esmigalhar, me machucar, continuava sorrindo ao me ver definhar.

Se não bastasse ele ter estragado a minha vida com Chanyeol, Do Kyungsoo agora precisava namorar o meu Nini?

NightmareOnde histórias criam vida. Descubra agora