Positivo

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— Desculpa, Nini, mas ele não entra na minha casa. — disse barrando os dois na porta.

— Amor, o que está acontecendo?

— E você some daqui, Chanyeol.

Eu não era o Alfa da situação, era óbvio que Chanyeol não iria me obedecer.

Senti suas mãos em minha cintura, e seus braços rodearam ainda mais forte entorno de mim quando viu quem estava ao lado de Jongin.

Chanyeol escondeu o rosto em meu pescoço e aquilo me deixou mais tranquilo, eu não sabia explicar o porquê, mas deixou.

— Ele transou com o meu marido, um alfa marcado, um homem casado! — disse irritado e Jongin engoliu em seco, olhando para o rapaz ao seu lado, que não perdia aquela pose petulante e o olhar de desdém.

— Se cuidasse bem do seu homem na cama, ele não teria procurado outro. Poderia ser qualquer um.

— Mas foi você, cujo qual não entrará na minha casa, passar bem. — bati a porta e respirei fundo.

Jongin era meu melhor amigo, esteve do meu lado em todos os momentos e eu tinha acabado de bater a porta em sua cara, mas ele cedo ou tarde iria entender que eu não era capaz de suportar aquilo, que a ferida mal estava começando a fechar.

— Amor, não vai ficar bravo comigo, não é? — Chanyeol perguntou manço, ainda com o rosto escondido no meu pescoço.

— Vamos jantar, Chanyeol, eu estou com fome.

{•••}

— Isso não significa que eu perdoei você. — disse segurando em seus ombros e cavalgando lentamente.

— Só que quer transar em todos os cômodos?

— É, só que quero transar. — gemi e segurei na guarda do sofá, indo mais rápido — Você pode me achar ruim de cama, mas eu gosto das nossas transas.

— Eu não te acho ruim de cama, Baekhyun, pelo amor.

— Você disse que achava.

— Eu disse monótono, sempre a mesma coisa, não ruim. Você é gostoso, muito gostoso, tem um rabo lindo, um cu que eu amo, só está sempre com vergonha e querendo fazer a mesma coisa, mas você é uma delícia, ótimo de cama, para com isso.

Meu coração falhou uma batida e eu mordi os lábios, logo em seguida beijando Chanyeol.

Eu não consegui evitar rir quando ele nos levou para o chão, naquele carpete felpudo e novinho, nossa casa quentinha enquanto a neve caia lá fora.

Naquele momento eu relaxei, deixei ele beijar meu pescoço, segurar minhas mãos sobre minha cabeça e me foder.

Era isso que eu sentia ele fazer; me foder, era isso que estava me fazendo gemer, deixar Chanyeol me dominar como queria, sem ligar para minhas bochechas vermelhas ou a timidez.

Deixei ele chupar meus mamilos e me permiti apenas sentir.

E talvez, só talvez, Chanyeol tivesse certo sobre as nossas transas, porque eu nunca gozei como naquele dia.

— Eu gosto de como você fica todo molinho depois de gozar. — disse beijando meu pescoço.

— Sai, Chanyeol, minha alegria já passou. — levantei do chão e peguei minhas roupas — Não estou afim de dormir com você essa noite, fica ai.

Subi para o quarto e tomei um banho, logo após vestindo apenas uma blusa e me jogando na cama.

As lágrimas começaram a correr por minha face de forma silenciosa enquanto eu apertava os cobertores.

Porque eu não sou forte. Chanyeol devia achar que eu estava suportando aquilo super bem, mas como poderia? Eu já tinha perdido meu marido de antes, agora meu melhor amigo, a segunda pessoa que eu mais amava no mundo, Jongin esteve em tudo comigo muito antes de Chanyeol.

E se ele sofresse? E se eu tivesse machucado demais ele ao fechar aquela porta? Meu coração estava partido, dilacerado.

Afundei meu rosto no travesseiro e deixei o sofrimento sair em forma das minhas lágrimas.

Deixei sair a raiva de mim mesmo por ainda amar e querer transar com o marido que não me merece, a mágoa e a preocupação com meu amigo e, no final de tudo, aquela dor que eu não tocava, que eu tentava fingir que não existia, o vazio dentro de mim, que eu nunca seria forte o bastante para superar, então apenas tentava o enterrar o máximo possível.

Talvez eu tivesse passado horas naquilo, pois só parei de chorar quando me senti casado demais até para isso, quando as lágrimas já tinham molhado o suficiente a roupa de cama, e foi nesse momento que eu fui abraçado, Chanyeol deixou que eu me desmanchasse, que eu liberasse a minha dor, para só então me trazer seu conforto em forma de abraço silencioso e carinhoso.

{•••}

Acordei sentindo o cheiro de ovos, Chanyeol devia estar cozinhando alguma coisa para o nosso café da manhã e aquilo me deixou muito enjoado.

A primeira coisa que fiz foi ir correndo para o banheiro, vomitar o que nem tinha no meu estômago.

— Vim te chamar para o café da manhã, mas acho que não fiz algo que você goste.

— Só enjoo. — disse levantando e indo escovar meus dentes.

— Dessa vez eu vou com você ao médico, para não correr o risco de você esconder de mim outra vez.

Suspirei e concordei.

— Você é muito chato. Nunca vai desistir? Não vai passar pela sua cabeça que eu não te quero mais? Por que você tem que agir como se nada tivesse acontecido? Como se nosso casamento fosse perfeito?

— Porque eu te amo. E se eu não fizer isso vai ter sempre um abismo entre nós. Enquanto eu estou tentando, enquanto eu posso te beijar, te abraçar, cuidar de você e estar ao seu lado, eu garanto que essa cicatriz vai fechar e a gente não vai ter perdido nossa intimidade, se eu deixar você apenas me odiando num canto enquanto eu me mato pela culpa, o dia que você estiver disposto a me perdoar, não vai mais haver amor entre nós, é por isso que eu prefiro estar perto do seu ódio, assim eu sei que sempre vou conhecer o seu amor. — Chanyeol falou aquilo com tanta sinceridade que eu não tive o que responder, ele estava certo.

Se eu estava disposto a continuar com ele, não poderíamos deixar um abismo entre nós, precisávamos ser fortes juntos.

{•••}

No final daquele dia os exames já estavam prontos.

Respirei fundo e abri o envelope, ainda no carro com Chanyeol, em frente ao hospital, senti meu coração parar por um minuto, tudo parecia em silêncio, o mundo parecia ter parado por um minuto.

Eu achei que fosse aquilo, mas até saber que é verdade é muito diferente de achar.

positivo escrito naquele papel me dava esperanças, assim como me deixava em pânico.

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