O céu estava claro e límpido, o sol brilhava em todo o seu resplendor, seu calor iluminava e transmitia energia e serenidade aquele lugar. As montanhas estendiam-se ao fundo, reproduzindo uma sombra sobre o vale rochoso, na copa das arvores, os frutos floresciam e tornavam-se frondosos. O vento uivava ao passar por entre as montanhas, nuvens brancas como algodão passeavam pelo céu claro, tornando toda a paisagem um grande e perfeito pedaço de paraíso. E no centro de toda essa arte formada, pelos milênios de transformações naturais havia uma criança, de cabelos pretos e olhos azuis, o pequeno ser não deveria ter mais do que cinco anos, seus dedinhos gordinhos apontavam para o horizonte, havia uma mulher loira atrás do pequeno.
— Meu pequeno, oque tanto olhas? — perguntou ela, sua voz era melódica e encantadora. — Mamãe, porque a bola amarela brilha tanto? — perguntara o pequeno, em sua inocência. — Meu pequeno, eu já havia te dito, que aquele é o sol, e ele brilha, pois isso faz bem as pessoas, os animais e para as plantas.
Olhar do pequenino voltou-se para a mulher atrás de si, um sorriso simples, estampou-se nos lábios dela, e o pequeno coração do garotinho encheu-se de compreensão e paz. Logo o jovem retornou seu olhar, para a majestosa e brilhante bola amarela no céu. Ele juntou suas mãozinhas e fez um tipo de prece. — Obrigado senhor sol, por...nos deixar felizes todos os dias, com o brilho muito forte. — um sorriso bobo e inocente brincou nos lábios do pequeno. A mulher admirava-o, mesmo tão pequeno ele nutria um amor, por tudo ao redor, ela o observava, ele encontrava-se com um brilho nos olhos ao visualizar uma formiga branca.
Ela deparou-se com um homem aproximando-se deles, no colo dele havia uma garotinha de gorro, seus escassos cabelos estavam escondidos abaixo do mesmo, contudo seus olhos prateados brilhavam com curiosidade, quando uma borboleta azulada pousou na sua mãozinha minúscula. — R...Vem vamos, seu pai está chegando, o pequeno a olhou, estranhando o fato de não ter entendido seu nome, porém mesmo assim o pequeno parou oque fazia e correu estendendo a mão para a mulher, ela o segurou. — E agora para onde vamos mamãe? — perguntou o pequeno. O sorriso lindo que a mulher esboçava, desmanchou-se em um sorriso de escárnio e ódio, seu rosto começou a derreter, o jovem lutava para se desvencilhar do aperto que lhe era infligido, falhando miseravelmente no processo. — Está na hora de acordar, meu lindo. Divirta-se do outro lado. — dissera a mulher, pondo fim ao oque quer que fosse aquilo.
Sua vista fora escurecendo, aquele belo mundo fora se desfazendo, como uma pintura que fora atingida por agua, algum tempo depois, seus olhos foram abrindo-se novamente retornando a realidade, nesta dura realidade o pequeno garoto fora substituído por um jovem adulto, seu corpo estava preso a uma parede atrás de si, seu corpo jazia nu, seus braços estavam acorrentados, lhe deixando em um formato de cruz.
Uma lâmpada fraca iluminava oque seria aquela sala, o cheiro de podridão e fezes enfestava o ar rarefeito daquele lugar, o rapaz pode sentir um gosto metálico em seus lábios, tal sabor tem sido comum na vida do rapaz, o gosto inigualável de sangue. Seu corpo encontrava-se cheio de hematomas e ferimentos finos e fundos, um de seus olhos estava roxo e completamente inchado, as unhas das mãos do rapaz haviam sido arrancadas, seus dedos finos encontravam-se cobertos de sangue seco. Seu único olho bom focou a sua frente, visualizando o seu carcereiro, com a visão debilitada por um longo período continuava impossível identificar um traço característico naquele ser. — Bom dia, bela adormecida! — dissera o captor. — Como foi os sonhos essa noite? — questionou o ser. O jovem elevou seu rosto para poder responder a voz do individuo, mas sua voz sumiu e logo suas forças para manter o pescoço levantado se esvaíram, como consequência sua cabeça abaixou-se novamente de maneira bem silenciosa. — Pelo visto você não consegue entender, não é mesmo? — um sorriso de escarnio estava estampado no rosto do captor. O ser avançou desferindo um soco potente, bem no centro do peito do rapaz, seu único impulso fora expelir uma quantidade grande do pouco sangue que lhe restava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Estrela Sombria
FantasyMilênios se passaram, e o imperador de outrora finalmente retornará; Junto de suas mãos ele irá desafiar céu e terra novamente. Quando a lua escarlate brilhar no céu claro; Esta iluminará a espada que irá nascer à custa de uma vida em chamas. Tal es...