Hippie • Destiel

Epílogo

Era um dia ensolarado e quente. Daqueles que você precisa ficar urgentemente debaixo de alguma sombra e tomar bastante água. Ao contrário de muitos, Castiel amava dias assim, ele acreditava que o sol poderia lhe trazer boas energias e coisas boas, enquanto o calor queimava as energias negativas, fazendo-as evaporarem numa fumaça invisível.

Ele estava na pequena sacada de seu apartamento estendendo algumas cuecas, suas e de Dean, no varal. Ele acordou com uma imensa vontade de faxinar a casa, limpar o ambiente com novas velas perfumadas e alguns incensos. Quando Dean acordou, sentiu seu nariz ficar irritado pelos diversos cheiros misturados no ar. Ele foi até a cozinha beber um pouco de água e saiu a procura do hippie com a garrafa em mãos. Ele quase desmaiou quando o calor o atingiu do lado de fora. Teve que tapar seus olhos com as costas da mão para que evitasse ficar cego por causa da claridade.

Castiel riu e Dean lhe mostrou uma careta.

– Bom Dia, dorminhoco.

– Bom dia pra quem?

Castiel revirou os olhos com o mau humor matinal do namorado, mas nada que um beijo de bom dia resolvesse aquele mero problema.

Cas envolveu a cintura de Dean o puxando para mais perto para que pudesse beijá-lo, enquanto o maior abraçava seus ombros largos.

Depois de algumas trocas de carícias, Dean ajudou o moreno a terminar de estender o restante das peças íntimas, com Dean as vezes inventando brincadeiras um tanto infantis ou implicando com Castiel sobre suas cuecas com estampas exageradas.

Eles passaram o dia inteiro apenas assistindo filmes e namorando no sofá. Dean mal podia expressar seus sentimentos, ele se sentia em casa, era ali que ele pertencia, a Cas ele pertencia. E talvez, ele desse uma pausa em suas viagens aventurescas e começasse a trilhar um único caminho em sua vida. E, oh cara, ele estava preparado para isso agora. Mas ainda levaria Castiel para conhecer o mundo, como havia o prometido.

No dia seguinte, Dean disse a Cas que havia novidades e uma surpresa. O moreno ficou longos minutos perguntando o que era e Dean manteve-se calado até o momento certo.

O loiro havia passado o dia todo fora de casa, mas sempre mantendo contato com o namorado, mesmo sabendo que Cas não era nenhum tipo de pessoa possessiva ou algo do tipo.

Ele estava a procura de um emprego.

Precisava de um, certo? Não viveria mais às custas de seus pais, os que pagaram tudo sem ele devolver nada em troca. Ele estava morando com Castiel, ajudaria a pagar as contas e começaria a guardar o que sobrasse para os planos que ele tinha para os dois no futuro.

Não era grande coisa, mas ao ver a oportunidade praticamente em suas mãos, não pôde deixá-la fugir. O amigo da família, Bobby Singer, tinha uma oficina à uns 45 minutos da onde morava. O velho precisava de um ajudante já que pela idade que tinha, não era capaz de fazer certos movimentos e, Dean era "da família", um homem justo e de confiança, e o mais importante, amava aquele ramo, então Bobby não pensou duas vezes antes de contratá-lo. O sorriso mal cabia em seu rosto, indo de orelha a orelha.

No final da tarde, ele passou na casa dos Novak. A antiga casa de Castiel, onde ele nasceu e cresceu e vivenciou coisas que ele nunca quis que o moreno tivesse sofrido. Ela era como todas as casas de filmes clichês. De madeira, com cerca branca e jardim florido. Ele não queria ficar muito tempo, só precisava pegar algo que nunca deveria ter sido tirado de seu moreno.

🌸🌸🌸

Castiel estava preparando o jantar e não ouviu Dean abrir a porta de entrada, pois estava muito ocupado concentrando-se em sacudir a frigideira, virando a panqueca e sorrindo orgulhoso de si mesmo por ter conseguido fazer exatamente como Dean havia lhe ensinado em um dia qualquer. A caixinha de som JBL tocava algumas músicas que Charlie havia separado para ele e Dean. Ela disse algo como: "Você quer playlist destiel, arroba?", Cas não entendeu muito bem o que aquela expressão significava, mas ele riu mesmo assim, sua amiga era muito engraçada.