Um cavaleiro dos infernos

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. "Mas Ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades e o castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelas suas pisaduras fomos sarados..."*
Leu o padre Rashford.

*Isaías 53 bíblia sagrada.

Fazia tempo que não ia a uma missa, desde aquele terrível dia, não consigo entender porque tanto tempo sem ler sequer um livro:
Perdi a fé, rasguei as folhas de uma bíblia, toquei fogo nos meus livros de teologia e rasguei minhas vestes, o ódio tomou conta de mim? Teria eu me tornado um herege? Ou fui predestinado a esse momento? "
Uma coisa sei não desejava outra coisa a não ser a morte daqueles que me
fizeram o mal no passado.
Era a mágoa tomando conta do meu ser, corroendo como un câncer corrói as vísceras de um doente.
Só me restava uma opção: Lutar até a morte.

A noite se encerrara, e dava lugar ao amanhecer, a madrugada nesse lugar era terrível, gritos de horror, sinais do resultado da noite violenta que passara, um verdadeiro inferno, uma angústia me invadia a cada minuto que se passava, uma mistura exacerbada de medo, dor, desespero e ódio, uma vontade de matar, sangue nos olhos, desejava por vingança,
Queria ver a morte de meus inimigos custasse o que fosse, até se possível a minha própria vida.

Quando amanheceu, me arrumei, fiz o penteado do meu corcel, *Dark hook*, um tremendo cavalo selvagem, que fora presente de meu avô pro meu pai, e estava em minhas mãos, muitas lendas contavam sobre o Dark hook, chegara aos meus ouvidos que em uma batalha saíra fogo de suas ferraduras, outros diziam que o cavalo certa vez galopou tanto que sumira na fumaça causada pelo fogo, destruindo um dos bosques de Arquemys.Lenda ou não era uma honra galopar aquele corcel. Montei o Dark Hook e fui buscar alimento, ao voltar notei pisadas na areia.

- Boa noite. Ouvi alguém dizer.
Uma mão feminina me tocou. Senti um arrepio, estava com dores no joelho por causa do uniforme, o elmo me incomodava, e as feridas no ombro eram enormes, grandes crateras, feridas enormes abertas, próximo ao ânus, e tudo por causa de terem me arrastaram num cavalo preso pelos cabelos morro à baixo.

Nada era pior. As torturas e o cheiro da masmorra, o cuspe dos cavaleiros do reino. Quanto ódio em minha alma apenas ao lembrar.

A moça sentou ao lado da fogueira, e falou:
- olá sir Kepler de Arquemys!
- quem é você? Perguntei embriagado.
O cheiro da cerveja incensou o ambiente, a praia estava deserta, e o mar calmo, mas meu coração palpitou forte, talvez os seios daquela donzela me deixaram sóbrio e a dor de cabeça passara, há muito tempo não avistava uma moça tão formosa como aquela ruiva, seus olhos verdes me enfeitavam.
-como sabe meu nome? Tornei a perguntar.

Olhei o horizonte tentando desviar o olhar. Senti que ela estava querendo ajudar, mas eu estava arrasado não queria que sentissem pena do meu estado por mais deplorável que fosse. Eu um cavaleiro de Arquemys, o último, os demais eram aspirantes, filhos e netos dos que morreram na última batalha pelo reino, eu, o último cavaleiro de minha geração, vivo não apenas pra contar histórias, mas para juntar um novo exército. Exército esse que derrotará qualquer um que tentar interferir nos meus planos.

Ela sumiu.

Desapareceu, assim de repente, acho que tinha um poder mágico,

Conta a lenda que o Teletransporte era comum entre algumas comunidades ao redor de Arquemys, ao sul existia a vila dos magos, lá praticava-se tido tipo de magia, alguns foram mortos na guerra outros fugiram, mas pra mim era apenas lenda.

Quando me dei conta a noite chegara, a depressão era tanta que não notei o pôr do sol.


As crônicas de Arquemys livro 1Where stories live. Discover now