■Five■

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"Bunny?" Jimin perguntou incerto.

"O bunny brinca sempre comigo quando eu estou à espera para me vires buscar" o pequeno sorriu inocente. "Ele é muito simpático,appa!"

"Minguk,quando chegarmos a casa temos de ter uma conversa."

O menor olhou para o progenitor confuso,apenas acentiu com a cabeça encolhendo os ombros e agarrando a mão do loiro. Jimin apertou suavemente a mãozinha do filho no meio da sua,atravessando juntos a rua. Ele tinha tanto medo de perder o seu babyzinho,o seu mini-mochi... aquela criança era a pessoa mais importante de toda a sua vida,aliás, o pequeno Minguk era a sua vida. Desde que o teve que Jimin não saía com pessoas novas e praticamente já não falava ou convivia com os seus amigos antigos. Ele só tinha o filho na sua vida.

Minguk era fruto de uma noite de excessos e erros,contudo Jimin não gostava de associar o seu bem mais precioso a um erro e se fosse um erro,era com toda a certeza o melhor  que cometera em toda a sua vida. O pequeno nasceu quando Jimin tinha apenas dezanove anos e nos cinco anos que se passaram muito aconteceu: a rapariga que tinha dado à luz o pequeno,desapareceu ao fim de apenas de 4 meses,deixando um bilhete amassado para trás dizendo que não estava preparada para cuidar de um bebé. Jimin ficou a viver com os seus pais até aos vinte e dois anos,quando arranjou trabalho em Seoul,deixando assim os pais em Busan e encarando a vida de pai solteiro. Nestes últimos dois  anos,Jimin não ficava por muito tempo sem o filho até porque não tinha onde o deixar se quisesse sair. Mas ele não se queixava.Amava-o.

O rapaz destrancou o carro e colocou o filho no interior,certificando-se de que tinha o cinto de segurança apertado. Deu meia volta e entrou no lugar de condutor,apertando o volante com força e deixando um longo suspiro escapar por entre os seus lábios. Arrancou com o carro. Ele estava tão stressado e aquela situação de quase atropelamento do seu filho só desajudou. Jimin sentia-se bem perto de ter um colapso nervoso.

A viagem até casa foi rápida mas ao mesmo tempo lenta. Rápida em termos de tempo mas lenta em termos psicológicos. Para o loiro,aqueles momentos de silêncio eram torturanetes.

"Papá...porque estamos parados na garagem?" a voz aguda do pequeno despertou o seu pai dos pensamentos.

"Desculpa,bebé."

Os dois sairam do carro e subiram no elevador até ao terceiro andar onde era o apartamento de Jimin. Não era grande mas tinha dois quartos,ou seja os suficientes.

"Minguk,senta-te no sofá para o pai falar contigo."Jimin pediu.

"O appa vai se zangar comigo?" o moreninho perguntou com incerteza enquanto se sentava.

"Não,meu amor. Só quero perguntar umas coisinhas."

Jimin sentou-se ao lado do filho e começou a brincar com o cabelo macio dele para o acalmar,algo que ele puxou ao próprio pai visto que quando faziam cafuné em Jimin ele quase automaticamente se acalmava.

"Quem é o Bunny?" o maior perguntou.

"Já te disse appa! É um senhor que brinca comigo!"

"Eu não te disse para não falares com estranhos?" Jimin cruzou os braços e ergueu a sobrancelha.

"Mas o Bunny disse que não tinha familia!Appa,tu ensinaste-me a dar carinho a quem está sozinho e disseste que a familia é muito importante." 

Às vezes Jimin odiava-se por ensinar valores morais ao filho.

"Como é que as educadoras da escola o deixam lá estar?"

"Ele não está dentro da escola,ele fica do outro lado da grade." o pequeno respondeu como se fosse óbvio.

"Como é que ele é?" a curiosidade do loiro falou mais alto. Seria muita coincidência se o tal Bunny não estivesse ligado às mensagens assustadoras que Jimin recebia,certo? Tinha que ser a mesma pessoa.

"Ele usa sempre um casaco com capucho e ainda um gorro,não dá para ver direito a cara dele. Tem uns dentinhos de coelhinho e uma cicatriz aqui" o pequeno apontou para a mçã do rosto.

"Sobre o que vocês falam?"

"Ele conta como foi o seu dia e pergunta como foi o meu! E fala sempre o quão lindo tu és " sorriu inocente.

Jimin estava com medo. Aliás,era um misto de medo com admiração. Aquele homem não  parecia querer fazer mal a Minguk,mas o facto de ser um stalker desiquilibrado emocionalmente dava-lhe um certo receio e incerteza.

"Eu gosto do Bunny. Ele faz-me companhia e foi ele quem me salvou hoje."

"Podes ir brincar,amor."

O pequeno beijou a bochecha do pai e correu para o seu quarto, entusiasmado para ir brincar. Jimin tirou o telemóvel do bolso com as mãos a tremer,pronto para tirar as suas dúvidas.

Stalker || JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora