Naquele momento a ficha caiu. Por isso ela me buscou, por isso ela estava dirigindo. Porque foi de repente e meu padrasto não conseguiu sair do trabalho. Só até o aeroporto para irmos pra Jlle (abreviação de Joinville pra quem não sabe) para... o... enterro. Eu não conseguia respirar, não pode ser verdade, não é verdade.
- Sei que não tenho sido uma boa mãe, mas já perdi uma amiga e sei como é isso.
Eu não ouvia nada, estava em completo choque. Minha amiga de toda a vida tinha ido embora, mas eu não acreditava. Não, não pode ser, não ela
- O mínimo que posso fazer é te levar à despedida dela, desculpe mesmo. Eu sinto muito.
O único momento em que minha madrasta estava realmente se importando comigo e eu não me dei conta, nem ligava. Comecei a chorar desesperadamente, sem saber o que mais fazer ou como mexer os lábios para formar palavras. Eles só sabiam tremer.
Não consegui falar nada o tempo inteiro, chegamos no hotel e eu voltei a chorar lembrando de tudo o que passamos juntas. Fui direto dormir e peguei no sono rapidamente pensando em minha amiga e repetindo pra mim mesma que nada aconteceu, nada vai mudar. Ali naquele quarto de hotel, me enrrolei nas cobertas lembrando do abraço de Hoseok, e isso me acalmou. Não acabou com a dor mas a amenizou bastante. Queria poder viver no passado, com oito anos de idade mais especificamente, onde meus pais eram felizes juntos, minha mãe brincava comigo todo dia e Camille também estava lá. Mas Hoseok não estaria lá, foi o que se passou por minha cabeça, mas afastei esse pensamento idiota. Ele é só um ser qualquer. O único que me abraçou e fez sentir melhor, em tanto tempo. Apenas afastei o pensamento novamente, nem conheço o cara, que idiotice.
Com um turbilhão de sensações, não conseguindo me concentrar e ouvindo o barulhinho calmante da chuva pela janela, foi assim que adormeci.
Está nublado e o ar está limpo
A chuva pára e aparece um reflexo na poça
Com um fundo cinza claro
Por que eu estou aqui de pé?
Eu não sei se eu tenho vários pensamentos ou se não tenho nenhumBTS - Rain
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Voltei pra casa no dia seguinte, e não fui pra escola o resto da semana.
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Pov's J-Hope
Me surpreendi por todos os alunos estarem presentes hoje, até S/n veio depois daquela semana de faltas. Passei o horário das aulas para ela e mais alguns alunos que não vieram antes por causa de viagens: artes no primero período de segunda, filosofia no último de quinta. O resto eu não sabia, depois os professores diriam.
- Então, como hoje é a primeira aula de artes de verdade do ano, vou pedir um trabalho sobre cada um de vocês. Terão que fazer uma poesia e ilustrá-la, algo sobre sua própria vida.
Alguns minutos depois comecei a passar pêlas mesas pra ver o que cada um estava fazendo. Todos escreveram agradecimentos por ter uma vida ótima, ou coisas divertidas. Alguns resolveram até se exibir e mandar indiretas pros outros. Por que EU não tenho uma vida/auto-estima assim? Foi desse jeito até chegar em Chenle. Não nele, mas na pessoa sentada ao seu lado: S/n.
Eu quero respirar, odeio essa noite
Eu quero acordar, odeio esse sonho
Eu estou preso dentro de mim
E estou morto
Não quero ficar sozinho(Save me -BTS)
Essa foi sua poesia. A ilustração era uma menina de braços cortados chorando com várias sombras por perto, várias pessoas. Mas eram pessoas estranhas, não sabia se S/n não desenhava bem ou se era pra serem assim mesmo: esqueléticas, olhos fundos, com as mãos se transformando em pó.
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Seu Sorriso (Imagine J-Hope)
FanfictionS/n já teve uma vida perfeita, mas isso faz algum tempo, já que agora (quando ela está no segundo ano do ensino médio) sua vida está a mesma bosta de desde o sexto ano. Talvez ela esteja em depressão... Bem, ela sente que sim, e faz de tudo pra que...