Presente de natal

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OLÁ CARINHAS!

Quanto tempo sem postar aqui, hein? Mas eu trouxe essa one meio diferente das que eu escrevi.

Primeiro de tudo queria avisar que sim, vou fazer uma segunda parte da one do menage e quem sabe até uma terceira parte. É isto mesmo.

Quem não gosta é só não ler, no vou ficar chateada e evita futuros estresses.

Inclusive um aviso: CAMILA INTERSEXUAL!!!

Quem não curte é só pular, OK?  Não tem uma cena enorme de sexo não, até porque não sou acostumada com coisa intersexual, mas tive essa ideia e essa one é quase inocente

Quase!

*****
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Eu tenho vergonha do meu corpo.

Hoje em dia eu posso usar essa palavra para descrever, mas no passado o meu termo favorito era: nojo. Por muito tempo eu abominei a mim mesma por ter nascido dessa forma. Meus pais sempre me deram muito carinho e atenção. Às vezes eu penso que eles se sentem culpados por eu ter nascido dessa forma.

Eu sei que não é culpa deles.

Tenho duas irmãs, uma mais velha, Alessandra e uma mais nova, Sofia. Elas nasceram perfeitas, eu fui a azarada.

Você está se perguntando o por que, certo? Bom... É difícil admitir. Poucas pessoas sabem disso.

É constrangedor e asqueroso.

Mas eu acho que posso falar; eu tenho um maldito pênis. Sim, é isso mesmo.

Meu médico, John, me consulta desde que nasci. Ele é pediatra e urologista. Segundo suas palavras, para alguém em minha condição eu tive sorte que meu pênis não é deformado. Quero dizer, eu só tenho um testículo. É, apenas um, mas fora isso, o resto não faltou nada. Para o meu azar.

Será que eu não poderia ter tido uma formação normal sem alteração alguma?

Infelizmente para mim não teria como mudar isso. Meus pais tem medo que uma cirurgia possa dar errado e talvez eles me percam. Eu os entendo, e apesar de tudo, gosto da minha vida. O meu destino é conviver escondendo esse meu segredo.

— Mila? – Uma voz seguida de batidas na porta ressoa. Me enrolo na toalha rapidamente. Eu estava em frente ao espelho do meu quarto encarando o meu defeito. Suspiro, indo em direção a porta. É Sofia. — Lauren chegou. Posso mandá-la subir?

— Claro. Eu vou tomar banho, mas mande-a vir até aqui.

Finalmente posso esquecer de todos os problemas e da minha falta de amor próprio. Essa falta de amor não é problema, pois direciono tudo para ela. Minha namorada. Sim, eu tenho uma namorada. Meus pais nunca foram do tipo preconceituosos e sempre deixaram que minhas irmãs e eu vivêssemos por conta própria sem julgamentos. Desde que não fizéssemos nada ilegal. Eu nunca tinha me interessado por ninguém. Meu primeiro beijo foi com um garoto, Rafael, ele era da mesma escola que eu. Namoramos durante algum tempo, mas eu não sentia aquela coisa especial. Tive mais dois namoros que também não deram certo. Ralph e Rebecca. Eles eram legais, mas eu não me sentia feliz de verdade.

Eu tinha aceitado que nunca encontraria alguém para passar o resto da vida. Até porque deve ser difícil namorar comigo. Mas eu a encontrei, e Lauren é pessoa mais incrível e paciente do mundo. Ela lida com minhas inseguranças de uma forma que ninguém nunca fez. Namorá-la é melhor do que pagar um terapeuta. Ela está para mim em todos os momentos.

ONE - SHOTSOnde histórias criam vida. Descubra agora