Capitulo Três

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Thiago Domingues

Hoje é mais um dia cheio no meu escritório, tenho uma empresa de computadores. Trabalho todos os dias da semana só para aumentar meu patrimônio.

Espero da a hora do almoço e saio da empresa para ir a um restaurante. Hoje o dia está ensolarado e eu resolvo ir almoçar com o meu amigo Gustavo. Saindo do meu prédio começo a andar pelas ruas, me esbarro em uma pessoa e a seguro quando vai cair.

- Aí meu deus.- A mulher diz e eu a levanto.

- Me desculpa, eu não lhe vi.- Peço e quando Olho reconheço a Laurinha. - Laurinha é você?
Ela fica me olhando com os olhos esbugalhados e assustados.
- Sou eu, lembra de mim? Thiago.
- Thi, Thi, Thiago?- Ela gagueija.
- Sim. Você lembra de mim?
Ela acena positivamente a cabeça.
- Tá tudo bem?- Solto ela e a observo.
- Sim e você?- Ela continua com os cabelos pretos e cacheados, sempre na altura até o peito. Os olhos azuis continuam penetrante, mas nesse momento estão assustados.
- Estou bem. Tem certeza que está tudo bem? Eu posso te ajudar se quiser.
Ela parece pensar um pouco.
- Está bem sim.
- Estou indo almoçar, você quer vir junto? –Pergunto na esperança do meu primeiro amor aceite meu convite.

- Na verdade quero sim. – Fomos caminhando em silencio para um restaurante perto aonde estavamos, quando nos sentamos nas cadeiras o celular da Laura comeca a tocar e ela atende.

- Alo.

- O que houve? Hoje é o plantão da Brenda.

- Estou indo agora.- Meu celular toca e é a brenda desesperada me dizendo que yuri sofreu um acidente.

- Por acaso a Brenda que voce disse é a mae dos gemeos que um sofreu um acidente? - Pergunto.

- Sim, como voce sabe?

- Eu sou o padrinho do Yuri. Vamos logo.

Digo e fomos para o meu carro.

(...)

Laura

Não demoramos para chegar, mas já deu para perceber que o hospital está uma bagunça, tem policia e tudo.

Ao entrar escuto os gritos da Brenda.

- Porque você não prestou atenção neles? Meu deus. – Ela gritava desesperada.

- Brenda se acalma. – O pai dos meninos pedia e a esposa dele do lado sem dizer nada.

- Me acalmar? Vocês dois trouxeram meu filho quase morto para o hospital porque voces estavam transando e querem que eu me acalme? Eu vou matar voces.

A Brenda avança na mulher e eu corro para impedir ela, os policiais começam a segurar ela e tudo aconteceu muito rapido, quando vou ver o pai dos meninos esta caido no chao e outros policiais segurando o Thiago. Brenda cai no chão chorando, gritando enquanto o Ryan o outro gemeo faz carinho nela.
- Calma mamãe, meu irmão já tá vindo.

Miranda chega colocando ordem na situação e me manda para sala de resonancia magnetica para ter que fazer exame no yuri, quando me deparo com o Doutor Alexandre, neuro cirurgiao, já mexendo nos aparelhos para fazer o exame.

- Não da. – Ele diz assim que eu iria falar. – É muito sangue. A pancada na cabeca foi forte demais. Esse menino vai morrer de qualquer forma é se sobreviver ele vai ficar com sequelas.

- Alexandre voce tem que salvar ele.

- Eu não posso, é melhor ela se despedir dele, se eu abrir a cabeça dessa criança eu vou matar ele, e o chefe nem iria permitir a cirurgia. – Ele diz. – Leva ele para o quarto.

Passo a ordem para uma enfermeira e vou atras dele. Quando chegamos no corredor Thiago esta com o Ryan no colo, a Brenda esta sentada em uma cadeira chorando e o pai das crianças estava conversando com os policiais e a Amanda a assistente social.

- Brenda. – Alexandre chama e ela se levanta o Carlos que é o pai dos meninos logo vem na nossa direção com a polícia no seu encalço. –Sinto muito, mas a cirurgia é muito arriscada.

- O que voce quer dizer com isso?

- Quero dizer que não vou operar seu filho, a hemorragia é muito forte, talvez ele nem sobreviva, o chefe jamais deixaria operar.

- Não, não. Meu deus, por favor.– Ela comeca a chorar.

- Sinto muito. – Ele diz.

- Não você não sente, não é o seu filho que esta praticamente morto por irresponsabilidade de um progenitor merda. – Brenda comeca a soluçar e se ajoelha em frente ao Alexandre.

- Eu sei que não sou legal com você, sempre implico, falo besteiras e deixou voce morrendo de odio, mas é o meu filho. – Ela soluça e ele tenta puxar ela, mas ela continua ajoelhada e varias pessoas que trabalha aqui no hospital apareceu para ver,

- Eu estou ajoelhada lhe implorando para voce operar o meu filho, para que ao menos ele tenha uma chance de sobreviver. Alexandre ele é minha vida, eu juro que faço tudo o que você quiser, mas opera meu filho.

- Não depende só de mim.

- Opera o filho dela, o chefe não precisa saber agora. – A Miranda aparece e diz. Isso já é uma surpresa, Miranda é a nossa chefe, ela parece um general e nunca se emociona com nada, sempre segue todas as regras, se ela falou isso já é meio caminho andado.

- Alguem se candidata a me ajudar? Vai ser uma cirurgia dificil, o chefe vai querer matar quem participar, mas é a Brenda, nossa colega de trabalho que esta ajoelhada aos meus pes implorando. – a Brenda olha chorando para todos, o Carlos tambem.

- Mamae vai ser eles todos que vao salvar meu irmao? – Ryan diz e todos levantam as mãos. Na verdade eu acho que ninguém iria querer participar, mas foi só o Ryan falar que todos resolveram ajudar, o que uma criança fofa não faz não é mesmo?

- Otimo, vao preparar ele para a cirurgia. Brenda a única coisa que eu quero é que voce denuncie ele e a esposa pro negligencia com as crianças. – Ele levanta a Brenda e a abraça. – Eu juro para voce que vou fazer de tudo para salva-lo. – Alexandre beija a testa dela e sai.

- Laura ele vai operar o meu menino. – Ela vem me abraçar e chora de soluçar ate que desmaia nos meus braços.

(...)

Já se passou tres horas e a cirurgia não acabou, a Brenda ainda esta desacordada em um leito, o Carlos e a madrasta foram levados para a delegacia e Thiago ficou com o Ryan.

O medo do chefe descobrir a cirurgia antes mesmo dela acabar é grande. O Alexandre pode ser demitido.

Thiago esta sentado na poltrona enquanto o Ryan está sentando no chão brincando com uma bola e um carrinho.

- Oi. - Eu digo e Ryan sorri para mim.
- Oi tia.- entro no quarto e dou um beijo nele e me aproximo do Thiago.- Meu tio disse que meu irmão tá dormindo um pouco, mas daqui a pouco chega para brincar comigo. - Sorrio para o pequeno menino e tento não chorar. As chances do Yuri sobreviver é quase nenhuma.
- Ela vai ficar bem.- Digo para tentar conforta-lo.
- Não ela não vai. Se o Yuri morrer ela não vai aguentar. Você não sabe nem da metade das coisas que ela já passou para estar aonde chegou. E olha agora, desmaiada porque o filho foi para uma cirurgia tao arriscada que o médico nem queria fazer.
- Ele é o melhor. - Thiago me olha, os olhos vermelhos mostrando que chorou. - O Alexandre é o melhor neurocirurgião, acho que ele não quis fazer a cirurgia por medo, é o filho da Brenda, e ela implica com ele sem motivo nenhum, imagina se esse menino fica com uma sequela?
- Ele tem medo da Brenda?- Thiago pergunta querendo do rir.
- Bastante, ele tem mais medo dela do que do chefe que provavelmente vai demitir ele depois da cirurgia.
- Você acha que ele vai ser demitido?
- Eu não sei. Espero que não, ele tá arriscando o emprego por causa da Brenda, mas se ele for demitido arruma emprego rápido.
Thiago acena com a cabeça e eu me abaixo e seguro suas mãos.
- Eu sei que faz anos que não nos vemos. Mas eu estou aqui, estou do seu lado para tudo o que vier.
- Obrigado. - Thiago me abraça forte
- Não me agradeça. Eu tenho que ir, mas depois eu volto.

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