Not trying hard enough

O encontro

- Pode entrar, fique à vontade - disse para Renata, que parecia desconfortável recostada contra a parede da sala. Ela usava uma blusa branca sem mangas e uma calça jeans.
Caminhou até o sofá, onde eu já estava sentado, e sentou na ponta, ainda envergonhada. Então, comecei a falar sobre o trabalho, na tentativa de melhorar o momento.
Após umas duas horas pesquisando e recortando coisas para o trabalho, decidimos fazer uma pausa para lanchar. Fomos até minha cozinha grande, e Renata sentou-se nas cadeiras da bancada enquanto eu abria o armário procurando biscoitos. Acabamos fazendo sanduíches, de presunto e queijo para mim e pasta de amendoim para ela, já que ela era vegana. Tomamos um copo de refrigerante e enquanto comíamos conversamos mais sobre o trabalho.
Quase sete horas da noite, terminamos a primeira parte do trabalho. Renata era muito esforçado, e era provavelmente o melhor trabalho que eu já havia feito. Então, começamos a conversar sobre música enquanto esperávamos a mãe dela, que a buscaria as oito e meia. Descobri que tínhamos um gosto musical muito semelhante, e lhe disse que tinha vários CDs das bandas que gostávamos no meu quarto. Então, a convidei para subir e, após corar um pouco, ela se levantou e fomos para a escada.
- Nossa, não acredito que você tem o primeiro álbum dos Strokes! Eu já procurei em todos os lugares e nunca encontrei! - exclamou Renata, animada, enquanto colocava o CD no rádio para escutarmos.
Então, ela sentou ao meu lado na cama e ficamos em silêncio por alguns minutos. Mais ou menos na metade do álbum, ela se virou para mim, mordendo os lábios. Virei para ela e, sem pensar, me inclinei em sua direção, fazendo nossos lábios se encontrarem.
À medida que o beijo se aprofundava e Renata pressionava as mãos contra meus cabelos, eu tinha cada vez mais certeza que aquilo era errado. Sem saber o que fazer, deixei o beijo continuar até precisarmos respirar. Aquele beijo havia sido esquisito e totalmente não-prazeroso para mim, e não sabia o que pensar.
- Uau. - disse Renata, corando enquanto sorria para mim.
Ela foi se aproximando lentamente, indo para mais um beijo, mas nesse momento escutei um barulho da porta se abrindo, e levantei rapidamente da cama, descendo as escadas. Renata me seguiu, e minha mãe entrou em casa, seguida por meu pai. Os dois rapidamente cumprimentaram a mim e Renata, e minha mãe foi lavar a louça que estava na pia enquanto meu pai foi para a sala, levando consigo uma lata de cerveja.
A mãe de Renata chegou, e ela se despediu de mim com um abraço, antes de acenar para meus pais e sair pela porta da frente. A segui até o portão, onde um carro vermelho estava parado. Uma janela se abriu revelando o rosto de uma mulher bonita que acenou para mim enquanto Renata corria para o banco do passageiro. Antes de entrar no carro, a menina mordeu os lábios e me lançou um sorriso. O que eu tinha feito?