How I Met Will Beauregard

Willssexual

Era como se tudo naquela sala gritasse para mim dizendo que ali não era o meu lugar, aquilo não era a minha vida. Aquele bando de bêbados inúteis e briguentos jogando cartas, o ambiente era horrível, o pequeno apartamento no qual eu morava havia diversos tipos de odores, nenhum muito agradável se quer saber, era uma mistura de suor, cerveja, cigarro e mofo. No canto da sala havia o sofá, bom, o resto dele, a TV ficava logo em frente e ao lado dela a mesa de pôquer.

Eu tentava inutilmente assistir o show, mas as vozes roucas e graves preenchiam todo o local, a única voz que eu reconhecia naquele meio era a do namorado da minha mãe, o estúpido do Bob Peterson, um cara de meia idade que não sabia fazer nada além de beber, peidar e arrotar.

Numa tentativa de tentar pegar um refrigerante na geladeira eu esbarrei na cadeira de um dos amigos de Bob.

- Toma cuidado aí, pirralho, você derramou minha cerveja! – O cara gritou e de relance vi o olhar mortífero que Bob lançou a mim. – Você deveria educar esse moleque, Big Bob! Se fosse meu filho eu lhe tacava um murro para ver se virava homem.

- Esse aí não tem mais jeito, Jim! Já fiz de tudo. – Bob murmurou. Ele normalmente pagava de durão na frente dos amigos, mas depois da cena que presenciei vendo ele e a vizinha do andar de cima transando no sofá do meu apartamento, ele começou a pegar mais leve, tudo isso por medo de eu contar para minha mãe, mas ele mal sabe que ela já estava ciente do acontecido. – Pede desculpas pelo menos, Junior!

- Foi mal. – eu praticamente sussurrei.

Eu mal tinha aberto a geladeira quando uma mensagem chegou no meu celular.

"Mi Hermano! Brotou uma festa fodástica! Passo aí em 20 minutos, esteja pronto."

Nacho

- Pega uma cerveja para mim, Junior! – Bob gritou, porém fingi não escutar e mandei uma mensagem para Nacho.

"Ok, já estou pronto."

- O seu namoradinho pode esperar, eu não. – Senti o bafo de cerveja na minha nuca, me virei e meu padrasto estava parado com a maior cara de cú. – Você já me envergonhou na frente dos meus amigos três vezes só hoje, garoto. Fica esperto!

- Relaxa, Bob, estou saindo, você pode ficar aí com seus amigos, quem sabe um deles não aceita comer seu cú para ver se você melhora o humor. – Dei dois tapinhas no rosto de Bob, mas ele segurou minha mão.

- Quero ver se você vai continuar com esse deboche quando sua mãe descobrir que é você que gosta de dar a bunda por aí, boiola. – Ele soltou minha mão. – Agora some da minha frente.

Eu estava no hall de entrada do prédio quando Nacho chegou numa caminhonete branca.

- Entra aí, mi hermano. – Nacho abriu a porta do carona.

- Cara, para de me chamar assim, três anos de amizade e eu ainda não sei se você está me xingando. – Coloquei meu sinto de segurança.

- Eu não estou te xingando, te amo demais para isso, nós somos melhores amigos.

- Meu melhor amigo é o Jake. – Murmurei.

- Colabora comigo, Chris! – Nacho ligou o carro. – Eu sou o seu melhor amigo.

- Eu nem sei o seu nome direito.

- Juan Aluísio Chávez. Simples.

- Então tá, Nacho...

- Eu ainda acho isso um pouco de racismo, mas até que tô começando a gostar disso. Nacho Chávez. É sexy. E eu ainda posso chegar nas gatinhas e falar: "Tá afim de comer um nacho?", aí ela diz: "Claro", e eu: "Prazer, Nacho".