Serena

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É mais uma noite no meu quarto, meu santuário

lotado de ¨sanctos¨drogados

toda noite eu bebo e te mato

eu me dopo e te calo,

em mim

é mais uma noite na minha vida

mais uma noite na sua

nenhuma na nossa

era um canto aonde o canto era forte

cheio de dor e de remorso

eu era um navio de concreto, carregado do peso enorme que é o nada

no meio da cidade e imerso em promiscuidade, banheiros sujos e cachaça

era uma cinza, um cinzeiro, um grafite, uma porta trancada

eu te rebato e me debato enquanto aquilo injetável faz mais efeito do que deveria

fazendo o efeito contrário, ilusório, de mundos aonde meus sentimentos não cabiam

era um mundo aonde tinha escuro, fumaça e buzinas

cansei,

subi,

no alto da torre do meu sofrimento o vento me balançava, jogando a sujeita do mundo no meu cabelo, o devaneio da mágoa se fez efeito, me deu asas e como uma névoa que não me deixa raciocinar eu voltei em pequenas badaladas mentais e te reencontrei no chão da avenida em que nos conhecemos

pra sempre ficarei aqui. Presa

Beatriz Lustosa

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⏰ Last updated: Feb 24, 2018 ⏰

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