Vinte e nove

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Esse é um capítulo bônus sobre Norminah, contando sobre o ponto de vista da Normani. Eu não iria colocar aqui, mas caso alguém queira ler, aqui está. Quem não quiser ler, tudo bem, amanhã de tarde postarei um novo capítulo ♥

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Bônus Norminah.

Normani Kordei.

Trabalhar na empresa da família sempre foi uma tradição, e eu nunca vi problema nisso. Desde pequena me preparei exatamente para isso. E eu sempre fui a queridinha do papai.

Mas quando eu fiz 17 anos descobri que não era apenas a empresa uma tradição de família, mas também o casamento arranjado que tinha total ligação com os interesses financeiros. Nunca aceitei, mas era isso ou ir embora de casa e, além de não ter dinheiro, também não tinha coragem.

Não tive como dizer não, logo estava namorando Ian, um moreno alto que era herdeiro de uma empresa de contabilidade e a mãe era dona de uma grande marca de cosméticos e nas horas vagas, ele adorava jogar basquete — e transar. Ele foi meu primeiro, mas eu me arrependi no exato momento que eu percebi não gostar tanto de pênis.

Ele viajava muito, porque ajudava o pai com um projeto paralelo que ele tinha. Então, na maioria dos finais de semana eu ficava sozinha, e aquilo era um saco. Até que um dia uma nova amiga que eu tinha feito na escola me chamou para ir em uma balada ali perto. O nome dela era Elizabeth, e foi naquele mesmo dia que nós ficamos pela primeira vez, em pouco tempo já estávamos nos quartos que ficavam no fundo da boate, e eu nunca gozei tanto na minha vida. Era maravilhoso, não exatamente por ser mulher, mas sim porque ela se preocupava em me fazer sentir prazer, coisa que o Ian não fazia.

Nosso caso durou meses, até ela se mudar com sua mãe pela milésima vez. Depois, eu conheci outras mulheres, mas nunca ficava muito tempo com uma só, seria perigoso.

Quando eu completei 22 anos, Ian descobriu que eu o traía com mulheres e se não quis mais saber de mim. Entretanto, após uma longa conversa que eu tive com ele, Ian aceitou em apenas dizer que era porque não estávamos dando certo. Isso me rendeu um ótimo sermão.

Finalmente eu pensei que estava livre, mas todos os dias eu recebia mais ou menos umas duzentas indiretas vindo da parte dos meus pais e foi aí que eu decidi passar um tempo na casa de Lauren, bem longe deles. O que eu não imaginava era conhecer Dinah, o que me fodeu de vez, porque não havia sido apenas uma transa, aquela foi a melhor transa que eu já tive e eu estava viciada. Eu queria sempre mais e mais.

Eu fui embora e nós não perdemos o contato, eu gostava para caralho da Dinah, mas meus pais jamais aceitariam isso. E quando eu descobri que havia outro pretendente eu só queria mata-lo.

Então, numa bela noite, eu decidi fugir, peguei um avião, com o dinheiro que eu tinha guardado e fui para a casa de Lauren. Pois eu sabia que elas me acolheriam.

Dinah quando soube que eu estava lá, imediatamente me fez ficar em sua casa, mas não bastou dois dias para que meus pais conseguissem descobrir onde eu estava e dessem o ar da graça.

FLASHBACK ON

— Amor, você não vem? — Gritei.

Dinah estava na cozinha e eu estava a esperando para assistir um filme.

— Já estou indo, meu amor. — Ela logo apareceu com um balde de pipoca e uma garrafa de refrigerante nas mãos. Depois, voltou para a cozinha para pegar dois copos. A campainha tocou e Dinah voltava da cozinha com os copos.

— Está esperando alguém? — Perguntei, indo em direção a porta.

— Não, Mani. — Ela me olhou confusa e eu quase cai quando vi meus pais me olhando com cara de poucos amigos e ao mesmo tempo surpresos.

Eu não precisei pedir para que eles entrassem — até porque não pretendia — pois dois segundos após eu ter aberto a porta entraram.

— Vamos embora, Normani. — Minha mãe disse.

— Não vou embora, mãe. Sinto muito.

— Você vai sim!

— Não! Eu não vou, já sou maior de idade.

— Quem é ela? — Minha mãe perguntou quando decidiu olhar em volta.

— Dinah, minha namorada. — Ela e meu pai arregalaram os olhos. Dinah veio até onde eu estava e colocou a mão em meu ombro, me dando todo o apoio que eu precisava — e sabia que tinha da parte dela.

Nós ainda não estávamos de fato namorando, pois Dinah não havia feito o pedido oficial, mas eu não ligava pois já considerava ela totalmente minha.

— Você só pode estar de brincadeira comigo, não é? Ela por um acaso tem milhões, é herdeira de uma grande empresa?

— Não. É exatamente por isso que eu a amo. Ela não vive por dinheiro, não é igual a vocês que respiram dinheiro. Não tenho que estar com ela por interesse de vocês, eu estou com ela por amor e porque eu quero.

— Você não é lésbica, sempre namorou homens.

— Namorei porque vocês me obrigaram — Corrigi-a.

— Vamos logo, Normani. Não tenho o tempo todo — Meu pai disse.

— Você está aqui porque quer, já passou da hora de ir embora.

— Então vai ser assim? — Minha mãe cruzou os braços.

— Eu juro para vocês que eu queria muito que fosse de outra forma — Senti meus olhos começarem a lacrimejar — Eu queria que vocês aceitassem pelo menos uma vez que a minha felicidade deve ser escolhida por mim e não por vocês. Eu entendo que vocês casaram por puro interesse e depois se tornou amor, mas eu nem gosto de homem. Sem contar que eu me apaixonei pela Dinah.

— Você está maluca, Normani. Mais cedo ou mais tarde você irá perceber isso, e estaremos te esperando em casa. — Ela insistiu.

— Pode ter certeza que enquanto vocês não mudarem esse pensamento, eu não voltarei lá. E agora, já que estamos conversados — Caminhei até a porta e a abri — Vão embora, por favor. Quando vocês mudarem esse pensamento ridículo e antigo de vocês, e aceitarem a minha felicidade como pais normais, vocês podem voltar, que eu estarei aqui.

— Adeus, Normani — Meu pai disse e saiu rapidamente, já minha mãe parou de frente para mim e me olhou nos olhos, sua expressão estava séria, mas seus olhos estavam marejados. Não sei ao certo como aconteceu, mas logo senti uma ardência do lado direito do meu rosto. Ela me deu um tapa.

— Passar bem, Andrea — Eu disse antes dela sair e eu fechar a porta.

— Você está bem, meu amor? — Dinah veio até onde estava e beijou meu rosto.

— Estou sim.

— Foi difícil me manter quieta, mas você pediu aquela vez e eu me lembrei.

— Obrigada por isso, eu realmente precisava encara-los sozinha, mostrar para eles que eu podia muito bem me defender sozinha, coisa que eles nunca deixaram.

— Está doendo muito?

— Não tanto quanto meu coração, e por mais ridículo e clichê que isso pareça, é verdade.

— Vem cá — Ela me abraçou forte, mas se afastou antes mesmo que eu pudesse aproveitar seu abraço — Mani, você quer namorar comigo?

— Nós já namoramos, meu amor — Sorri — Já sou sua e você minha. Eu amo você.

— Eu também te amo — Ela sorriu e me beijou. Um beijo que nos fazia sentir todo o sentimento bom que estávamos sentindo.

Naquela noite, nós não fizemos amor, apenas nos deitamos e ficamos nos encarando, agradecendo por uma ter aparecido na vida da outra e garantindo que jamais permitiríamos sair.

FLASHBACK OFF

Minha Querida MadrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora