Morreu em vida
por todas as palavras não ditas
pelas lágrimas não caídas
pelas viagens sem despedidasMorreu em vida
pelo choro aflito na madrugada
por achar que a dor não pode ser curada
por tratar o amor como uma ciladaMorreu em vida
por respirar os gases do seu interior
asfixiado pela solidão que nunca se esgotou
preso às correntes que jamais soltouMorreu em vida
com olhos secos, lábios rachados
com a pele fria, unhas quebradas
com o coração partido, alma despedaçadaMorreu em vida
porque não soube sorrir
fez das quedas, motivo pra desistir
porque não encontrou razão pra existirMorreu em vida
e fez da morte sua própria vida
seu caminho sem volta, passagem só de ida
vivendo como escória, consciência dissolvidaMorreu em vida
até que um dia morreu o seu corpo
ninguém sentiu falta, era só mais um moço
afinal não bastava apenas sobreviverMorreu em vida
e como ele, morrem muitos
a terra enterra seus próprios defuntos
afinal até quando vamos morrer?- Sirley P.
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Poesimar
PoetryA poesia autoexiste E me escolheu para escrevê-la Para espalhá-la Para dizimar insensibilidades E em mais um neologismo, começo Vou poesimar Por essa terra, por esse ar Que todos respiram Por amor à arte, pelo bem da humanidade ...