Já foi decidido

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— E- Ei! — Eu o espero depois das aulas todos os dias agora.

— Sua mãe não se importa de você ir me deixar em casa? — Ele pergunta, enquanto me olha sorrindo.

— Não, ela gosta que eu faça amigos.

— Ela deve ser uma mãe bem legal né? — Que coisa linda, eu desvio o olhar para não ficar excitado.

— Eh, é... a Tori é uma mãe bem legal. — E ausente, nunca gostei realmente dela. Vamos andando mais alguns sem trocar palavras, ele fica lindo de qualquer jeito, até calado. Viro o rosto pra dar uma olhada na vizinhança, e checar se não tem câmeras. Ele de repente põe a mão na barriga para que eu pare de andar.

— Você se importa em vir ali comigo? É uma loja de música. — Fiz sinal que sim com a cabeça, e ele segurou na minha mão e correu até uma pequena loja de vinil, aqueles discos antigos que quase ninguém mais ouve. — É antiga, mas eu realmente gosto dos Cd's que vendem.

— É bem charmosa. — Sorrio para ele e ele corresponde, até que vendem uns discos que já foram famosos aqui, parece que meu Kouhai gosta de músicas antigas. — Você tem um aparelho que toca discos?

— Tenho, minha irmã que me deu, ela também estuda nessa escola, Tamara, você conhece? — O nome não me é estranho.

— Não.... — Paro em uma estante que me chamou a atenção, era uma banda que eu curtia muito quando era pequeno, não sei porque parei de ouvi-la.

— Gostou de algum? — Ele vem por trás me dando um pequeno susto. — Ah, essa banda é bem legal, se quiser eu compro pra você, já que foi eu quem te chamou.

— Se- Se for um incomodo eu venho e compro outro dia... — Viro o rosto para não ter que o encarar. Ele pega de repente o disco das minhas mãos e o leva até o caixa.

— O- Obrigado pelo disco. — Coro e viro o rosto, ele faz o mesmo, somos tão perfeitos um para o outro.

— Que nada, eu achei que você iria gostar dele e... você já parecia gostar da banda.... — Ah, me lembrei porque parei de ouvi-lo, meu pai tinha me dado um mp3 de aniversário, vinha com todas as músicas dessa banda, nós dois ouvíamos juntos, antes de ir para a guerra, foi o último presente que ele me deu.

Essa é minha chance de chamá-lo para a minha casa, respiro fundo e... — Você quer-.....

— Tom!!! — O garoto de moletom verde de ontem o chama, Edd se não me engano.

— Oi! — Tom corre feliz até ele, e o abraça, isso me levanta um nojo terrível misturado com ciúmes, já sem quem eu vou afastar primeiro, de uma vez por todas. Ando calmamente até ele e sorrio de forma mais amigável possível, minha faca está na mochila e o seu corpo ninguém vai achar. 

Tom é meuOnde histórias criam vida. Descubra agora