Escolha

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Um grito horrendo pôde ser ouvido por toda a vizinhança. Marcos ainda cambaleou pela casa com a lâmina presa em seu pescoço por alguns segundos até cair desacordado.

— Não nos mate! — Implorou o ex-marido — Que foi que te fizemos?

— O que me fizeram? — Rosana retirou a faca do pescoço de Marcos fazendo o sangue jorrar ainda mais — Você me tirou a juventude, prometeu fidelidade eterna e agora está com essa outra aí.

— Rosana, eu não te traí, não te enganei.

— Não importa! Seu destino já está traçado. Sua alma já foi vendida.

— Que história é essa? — Perguntou a ruiva.

— Estão vendo aquele homem no chão? Ele fez um pacto com um demônio em troca da minha alma.

— Rosana, você enlouque... ah, meu Deus, o que é isso?

Com a faca sobre a mesa de centro, a mulher colocou a mão por entre as pernas e desabotoou o body. Em seguida abaixou a meia-calça e mostrou o ferimento na coxa. O corte aberto não sangrava, mas derrubava um líquido esbranquiçado, como pus.

— Isso está infeccionado. Você precisa de um médico — disse a ruiva.

— Vocês não entendem, não são iniciados, enxergam apenas o pequeno mundinho dos humanos com seu dinheiro e seus casos de amor e ódio — retirou a jaqueta e baixou a parte superior do body, mostrando o seio esquerdo ferido.

Enquanto Rosana parecia querer justificar os atos que pretendia cometer em seguida, a ruiva cochichou ao homem preso ao seu lado para continuar fazendo-a falar. Ela se esforçava para livrar um dos braços presos às costas.

— Estão vendo? Eu não tenho escolha! Preciso mandar duas almas para Chemosh para curar essas feridas.

Vestindo-se novamente, Rosana pensou em algo para deixar sua vingança mais prazerosa. Podia acabar com o romance do ex-marido antes de mata-lo.

— Como eu disse, duas almas.... Uma já está ali no chão, agora preciso escolher quem de vocês fará companhia àquele desgraçado no inferno.

O relógio de parede marcava onze e meia quando os relâmpagos resolveram cumprir sua tarefa e começou a chover torrencialmente. O barulho da chuva era bom para a ruiva, pois poderia encobrir seus movimentos para se livrar das cordas.

O ex-marido continuou enrolando:

— Você não precisa nos matar, precisa de cuidados médicos. E você vai ser presa quando descobrirem o que está fazendo. Desista enquanto é tempo e nós te ajudamos a esconder o corpo.

— Duas almas! Você é surdo, desgraçado! Você ou ela. O que me diz?


Nossa estória chega ao ápice! Estão curtindo? Então não esqueçam de curtir e comentar.

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