IV

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Assim que pisamos dentro da casa

Lembro de como seu jeito mudou de água para o vinho

A cada dia que se passava

Mais ele ficava estranho

Seu jeito doce e meigo tinha sumido

Seu sorriso desapareceu

Pensei que ele estava triste ou chateado com algo

Foi nesse momento que eu fui na cidade escondido

Com a ideia de tentar encontrar um jeito de anima-lo

Me arrependo até hoje de ter saído naquele dia.

Quando eu voltei para casa

Eu o vi sentado no sofá

Me olhava como raiva

Meu sorriso desapareceu na hora

Ele se aproximou e eu recuei

Eu estava com medo

Ele prendeu suas mãos em volta do meu pescoço

"Você não deveria ter saído sem minha permissão" ele me disse

Tentei respondê-lo assim que ele me soltou

Mas levei um tapa na cara, cai no chão, ele começava a me socar e chutar

Perdi todos os sentidos depois de vários golpes

Quando eu acordei me vi em nossa cama

Ouvi seus passos e me encolhi em meio aos lençóis com as lembranças dele me batendo

Eu poderia ter tentado gritar nesse dia

Mas não iria adiantar

Ninguém iria ouvir no meio do nada

Ele apenas se sentou do meu lado e me fez cafuné no cabelo

Eu o olhava assustado

"Desculpa" foi tudo que ele disse antes de sair do quarto

Me levantei e fui em direção ao espelho

Lá estava todas as feridas

Eu estava acabado, assustado e com medo

Eu tinha que fugir antes que ele tente de novo

Fui para à janela

Tentei abri-la mas foi em vão

Estava trancada

Assim como todas as janelas e portas da casa.

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