Capítulo 15 - Conflito

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Lá estava eu, parado no meio da sala da casa do Cadu sem exibir a menor reação. Eu sentia vontade de sair de lá chorando, mas nunca fui de drama. Senti vontade de contar toda a verdade sobre nós ali, mas de nada adiantaria pra mim. Senti vontade de pular em cima dele e quebrar a sua cara. Mas a atitude que tomei surpreendeu até a mim mesmo.

Eu: Nossa que bom, meus parabéns ao casal. - e como se entendesse a mensagem o Cadu sai de perto da "namorada", pega no meu braço e diz

Cadu: A gente pode conversar?

Eu: Seria rude de sua parte deixar sua namorada sozinha, devemos fazer sempre o nosso melhor por aqueles que dizemos amar, não concorda?

Ele nada falou, soltou meu braço e saiu andando em direção ao seu quarto.

Beatriz: Tá tudo bem, ele é assim mesmo. Pode ir conversar com ele, vou ficar aqui com meu sogro.

Sorri para ela e comecei a subir as escadas. Ela parecia ser uma boa pessoa e eu não conseguia sentir raiva dela, afinal não era ela quem tinha me traído.

Segui o extenso corredor até chegar em frente a porta do quarto dele, estava entreaberta e ao entrar pude sentir seu doce aroma por todos os cantos do quarto. Ele estava sentado na cama, de cabeça baixa.

Fechei a porta e fui em sua direção.

Eu: E então? O que quer conversar comigo?

Cadu: Eu só quero te explicar tudo que aconteceu.

Eu: Explicar o que? O fato do meu namorado estar namorando uma garota a um mês, tempo esse que eu estava em coma? Ah não, espera, não posso usar mais esse termo, já que não somos mais namorados.

Cadu: Kyle por favor, me deixa explicar. Eu não tive escolha.

Eu: Muito bem, então me explique o motivo de você ter me dado esperanças que ficaríamos juntos. A propósito a amiga de minha mãe se chama Esperança, num quer matar ela também não?

Cadu: Por favor Kyle, para com isso e me deixar falar. - assenti com a cabeça - Quando você estava no hospital eu ia te ver todos os dias, não conseguia suportar te ver deitado naquela cama com todos aqueles aparelhos ligados em você, mas queria estar do seu lado quando você acordasse. Mas meu pai começou a estranhar minhas saídas e minhas faltas às aulas, começou a me fazer mais e mais perguntas e estava estranhando eu nunca mais ter o apresentado alguma namorada. Então um dia quando eu cheguei do hospital eu estava falando no celular com minha melhor amiga e disse a ela que tinha ido visitar meu namorado que estava doente e ele ouviu. Me confrontou, perguntando que merda era essa de namorado, que eu não era gay e que eu ia parar com essa palhaçada, que se eu não parasse ele ia descobrir quem você era e mandar te dar uma surra. Eu não sabia o que dizer a ele e na hora do medo disse a ele que era tudo uma brincadeira, que eu estava namorando com minha amiga que é a Beatriz. Ela sabe de nós, nosso namoro é falso, por favor acredite em mim, eu te amo.

Ele veio me abraçar mas eu o afastei com as mãos.

Eu: Como vou saber se o que diz é verdade? Você poderia muito bem dizer o que quiser pra me enrolar.

Cadu: Usa sua habilidade, você vai saber se estou ou não mentindo.

Eu: Habilidade? Tá ficando doido? Acha que eu sou medium ou algo assim?

Cadu: Você não lembra não é? Vou refrescar sua memória. Lembra do dia do jogo, o mesmo dia que você sentiu a primeira dor de cabeça forte.

Eu: Ah, agora sei do que está falando.

***********FLASHBACK***********

Estava indo pra quadra junto com David pra assistir o primeiro jogo dos meninos, no caminho senti vontade de urinar, perguntei a David onde teria um banheiro próximo e ele me mostrou o banheiro ao lado do vestiário. Fiz o que precisava ser feito e quando estava saindo do banheiro dou de cara com Diogo fazendo uma cara de preocupação.

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