Como os pais de Quentin não estariam presentes em sua residência, eles decidiram que uma tarde de filme, não faria mal a ninguém. Então Cory mudou o seu percurso, em vez de voltar para casa dirigiu em direção ao lar nem tão aconchegante dos Mallory's.
Quando saltaram do carro, eles entrelaçaram seus dedos, como se fossem um casal de namorados, qualquer pessoa que visse a tal cena pensaria isso, mas para Cory estava longe de acontecer.
Ambos caminharam de mãos dadas até o quintal da casa de Quentin, na verdade, eles foram em direção a parte de trás. Para que Q avisasse sua irmã que ele acabara de chegar. No momento em que viram a garota de cabelo negro e cacheado sorriram abertamente, mas Cory estava prestando mais atenção no biquíni de galinha coloridas da pequena. Sarah - a irmã de Quentin - acenou para eles, com uma de suas mãos, já que a outra estava segurando a mangueira de seu jardim. O garoto soltou as mãos de Cory, que acabou se sentindo desconfortável, mas não deixou transparecer pelo seu rosto.
— O que está fazendo com essa mangueira nas mãos ? — Q questionou, enquanto erguia a pequena irmã, que com o ato do irmão acabou largando o objeto.
Sarah sorriu mostrando sua boca banguela, faltando apenas os dois dentes da frente e se explicou : — Papai não me deixa entrar na piscina, e eu estava com calor. — aquilo significava que o Senhor Mallory estava presente em casa.
— Entendi. Cuidado para não se afogar. — ele disse de maneira brincalhona, mas mesmo assim era verdade. Sarah possuía um dom de se acidentar com quase tudo.
Cory apenas os observava enquanto sorria abertamente. Quentin soltou a irmã, depositou um beijo cheio de amor fraterno em sua testa e pediu que ela tomasse cuidado mais uma vez. Logo após aquele ato o garoto queria voltar a entrelaçar os dedos com os de Cory Henning, mas ela não queria, e acabou andando na frente para que isso não se repetisse.
Enquanto Quentin estava na cozinha, pegando a pipoca já pronta no micro-ondas, Cory vasculhava o enorme catálogo de filmes, e acabou apertando o play em um filme de romance. Como sempre Q reclamou, ela sempre escolhia aquela categoria, mas ele não gostava nenhum pouco. Preferia ver algo relacionado a mistério, mas sempre era vencido pelo olhar grande e brilhoso de Cory.
Ambos estavam deitados juntos no sofá-cama, enquanto o filme passava pela tevê que quase tampava a parede da casa. Quando a cena em que o casal estava aos gritos na chuva Cory olhou para Quentin, que ainda prestava atenção no filme, porém sentia o olhar da garota sobre ele.
Quando tinham apenas cinco anos de vida, resolveram brincar fora de suas casas, era inverno a época mais chuvosa em New Yesley. Ambos brincaram, divertiram-se, e antes de cessaram a brincadeira voltou a chover. Correram para dentro da casa de Cory, apesar de estarem molhados não deixaram de brincar, era bom como eles conseguiam se divertir junto ao outro, não precisavam de mais ninguém. No dia seguinte Cory acordou resfriada, e Quentin permaneceu ao lado da garota, dando a assistência necessária, até acabou dormindo junto a ela, para que seus atos fossem mais rápidos e Cory melhorasse mais rápido ainda. E este era outro motivo das exigências de Henning, ela queria um beijo na chuva, para poder se lembrar daquele dia chuvoso de sua infância.
— Por que está me olhando ? — Quentin indagou, olhando a garota ao seu lado. Ela sorriu um pouco tímida e suas bochechas ganharam um tom avermelhado.
— Eu estava lembrando quando éramos crianças e você cuidou de mim. — Cory respondeu, voltando seu olhar para a televisão.
— E ainda estou cuidando. — Ele disse, levando sua mão de maneira desajeitada para afagar os cabelos da amiga. — É isso que fazemos quando amamos alguém.
Cory sorriu, não só com os lábios, e, sim com os olhos, com o coração e com a alma. Ela nunca ouviu Quentin falando daquela maneira.
— Sabe, Cory — Ele começou chamando a total atenção da garota ao seu lado, ela o olhou. —, é confuso para mim... — antes que Quentin contasse o que estava guardado dentro de si, o celular de Henning tocou ao som de Fifth Harmony.
— Um minuto. — Ela pediu aceitando a chamada. — Oi... ?
— Cara — Nolan disse animado do outro lado da linha. —, quer dar uma volta hoje ? — Questionou, a garota sorriu e o sorriso de Quentin sumiu de maneira gradativa. Ele sabia do que se tratava.
— S-sim. — Ela concordou.
— Chego aí em vinte minutos. — Ele avisou, antes que Cory concordasse ou pedisse mais tempo Nolan encerrou a chamada.
— O que iria me dizer ? — questionou a Quentin, enquanto guardava o celular no bolso e calçava sua sapatilha de maneira desajeitada.
— Esquece.
Cory não o respondeu, tampouco insistiu que ele dissesse. Ela só queria deixar a casa dos Mallory's o mais rápido possível, para mais rápido ainda estar ao lado de Nolan O'Brien
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O primeiro beijo de Cory Henning
ContoCory Henning era a única garota de dezesseis anos em Nova Yesley que nunca havia beijado alguém. Não por falta de oportunidade, ela apenas mantinha suas três exigências intactas: 1) realizar a troca de carícias sob a chuva; 2) o beijo só acontece se...