Meus olhos se abriram e eu senti um pequeno aperto no estômago ao observar a rua estranha onde eu me encontrava. Havia prédios altos ao longo da rua perfeitamente asfaltada, apenas iluminada por dois postes, um de cada lado da rua em uma distancia de 5 metros um do outro, emitiam uma luz um tanto fraca.
Obviamente eu nunca havia estado ali e não sabia como eu havia parado ali. Olhei para todos os lados a procura de alguém para me ajudar mas a rua se mantinha extremamente quieta e o único ruído era da minha respiração ofegante.
Sentei-me na calçada e tentei me lembrar de alguma coisa que me desse uma pista de onde estava, mas minha memória mais recente se resumia em estar jantando com meus pais... depois disso não me lembrava de mais nada!
Suspirei.
Segundos se transformaram em minutos agonizantes até que escutei passos vindos primeiramente de longe mas logo depois ficaram cada vez mais altos e finalmente vi alguém aparecer no fim da rua.
Levantei-me rapidamente e sacudi a poeira, na medida em que a pessoa se aproximava eu ia conseguindo ver os detalhes... era um homem, não parecia ter mais de 20 anos, tinha cabelos castanhos que algum dia poderiam ter sido cacheados, olhos verdes e usava uma blusa preta de mangas que me permitia ver as tatuagens em seus braços, calças pretas e sapato preto social, ele parou bem em frente a mim mas seus olhos observavam o outro lado da rua.
Virei-me para saber o que tanto aquele homem observava e pude ver um carro se aproximando, parecia ser um Fiat Freemont e a placa dizia ser de Londres... o que eu estava fazendo em Londres?
Um homem um pouco mais velho do que o primeiro saiu do carro, ele tinha a aparência de um cara de 70 anos com barba e cabelos brancos.
- Harry, como é bom ver você – Disse o velho em um tom sínico enquanto se aproximava do homem ao meu lado que eu presumi se chamar Harry.
- Eu não digo o mesmo a você Doug. – Disse Harry.
Os dois pararam frente a frente e eu fiquei bem no meio, ambos pareciam não estar me vendo... como era possível?
Balancei a mão na frente de Doug mas seus olhos permaneciam fixos em Harry.
- Você trouxe o que eu pedi? – Doug perguntou com sua voz extremamente fria, sem emoções.
Harry riu mas seu riso saiu como algo forçado.
- Vamos com calma Doug...
- Ou você me mostra a mercadoria ou morre agora mesmo. – Em um golpe rápido Doug puxou uma arma de dentro do casaco e apontou para Harry.
Eu gritei, nunca havia estado tão perto de uma arma! Corri para o lado de Harry e segurei firme em sua mão, ele parecia não sentir o meu toque, ainda não estava me vendo e muito menos me escutando.
- Doug, não vamos resolver as coisas desse jeito, vamos conversar...
- A mercadoria Harry. – Doug carregou a arma.
Apertei ainda mais a mão daquele estranho e ele estremeceu, poderia ser apenas o frio ou ele havia sentido o meu toque.
- Doug...
- Eu avisei.
Sem ao menos pensar Doug puxou o gatilho e a arma fez um barulho impressionantemente alto, eu soltei um grito agudo e olhei para o lado, Harry fez uma expressão estrada e logo após caiu aos meus pés, sem vida.
Eu senti uma lágrima cair de meus olhos, eu estava chorando por um estranho.
-POR QUE FEZ ISSO? – Eu gritei para o homem que eu sabia não estar me ouvindo – Ninguém merece morrer assim!
Ele olhou uma última vez para Harry e logo após se virou para entrar no carro.
- Ele mereceu.
[...]
- NÃO! – Minha respiração estava ofegante, olhei ao meu redor e eu me encontrava na mesa de jantar com meus pais, minha mãe olhava para mim com uma expressão estranha...
Havia sido uma visão.
- Lauren querida, você está bem? – Mamãe se levantou e se agachou ao meu lado colocando a mão na minha cabeça – Você está queimando de febre minha filha!
Minha mãe sabe sobre as visões, eu as tenho desde criança e nunca consegui controlar quando ou como elas acontecem, as vezes elas vêm como sonho ou quando eu estou em contato com água... mas daquela vez tinha sido diferente, eu havia tido uma visão bem no meio do jantar, na frente do meu pai que não pode sonhar em saber que eu tenho esse estranho dom, ele não aceitaria, provavelmente diria que eu sou algum tipo de aberração.
- Eu preciso... descansar – Eu disse e mamãe me lançou um olhar compreensivo.
- Claro querida, pode subir para o seu quarto – Ela sorriu para mim.
Papai permanecia sentado do outro lado da mesa, observando tudo com atenção e sem dizer uma única palavra.
- Com licença – Me apressei a levantar da cadeira e subi rapidamente as escadas, chegando ao meu quarto tranquei a porta e me sentei na cama pensativa.
Há muito tempo eu tenho essas visões, elas já se tornaram comuns para mim e eu já estou acostumada a ver coisas que vão acontecer e que já aconteceram... mas de uns tempos para cá eu venho tendo um tipo de visão específica, elas são com um mesmo homem.
Harry.
Eu já estou me acostumando a vê-lo constantemente nas minhas visões e de alguma forma me sinto apegada a ele, mas essa visão foi diferente.
Ele morreu.
Arrepiei-me só de me lembrar do estrondo que a arma fez e logo o corpo de Harry estava caído no chão, sem vida.
Coloquei a mão no rosto e senti uma lágrima quente descer por ele, eu não podia deixar que Harry morresse.
Eu não sabia quem ele era e muito menos onde se encontrava mas eu precisava avisá-lo do perigo que estava correndo, minhas visões nunca falham e se ele morrer... se ele morrer vou me sentir culpada pelo resto da vida por não ter impedido quando podia.
Mas como eu iria encontrá-lo?
Eu não sei se está bom, na verdade eu estava um pouco ressentida de postar essa fanfic mas finalmente criei coragem haha
Comentem suas ideia ou duvidas, se gostaram ou não... enfim, comentem haha
Kisses
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Intuition | h.s
Fiksi Penggemar❝Tudo o que ela mais queria era ser normal, ser como as outras garotas... mas a vida de Lauren foi marcada por um dom, visões. Desde pequena a garota vive atormentada por visões estranhas que ela não consegue controlar, de uns tempos para cá ela vê...