Reposta

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Naruto dirigia um pouco mais devagar do que de costume, já que seus óculos foram quebrados. Conseguia vislumbrar e já imaginava  dona Kushina surtando.
O quê? Claro que mentiu! Não podia dizer a Hinata que precisava dos óculos. Naquele momento, ele era seu herói e não queria que ela soubesse da sua fraqueza.

Era um pensamento idiota? Era. Porém, Hinata era uma garota especial e ele queria ser visto por ela de forma inabalável.

Quer dizer, não mentiu por completo, tinha dificuldade de enxergar à distância. Por isso, para dirigir os óculos eram necessários, sim. Para ver placas e até alguns obstáculos que aparecem no caminho...

Parou a caminhonete na porta de casa, desligou o motor e ficou olhando o embrulho que lhe foi dado ainda pouco.

“ Eu sou apaixonada por você desde os meus 11 anos“, parecia um sonho. Quantas vezes Naruto sonhou que a menina se declarava para ele? Odiava as competições da torcida, mas ia a cada uma delas apenas para ver Hinata brilhar.

Pegou o embrulho e devagar entrou em casa. Suspirou aliviado quando ouviu a voz do pai. Pelo menos teria um do seu lado antes que dona Kushina surtasse.

— Cheguei!

— Bem-vindo de volta. - ouviu as duas vozes vindas da cozinha.

— O que faz em casa a essa hora pai? - Naruto já estava entrando na cozinha colocando o chocolate em cima da mesa.

— Um homem não pode almoçar com família de vez em quando? – Minato  disse, com um sorriso sem graça.

— Mentira, Naruto. - sua mãe se manifestou. —Passou mal no trabalho e o chefe o dispensou. Comeu igual a um desesperado os chocolates que dei a ele de manhã, deu nisso!

- Amor, eu não aguentei, você sempre faz chocolates incríveis para mim. – sorriu, ganhando um selinho da esposa. 

Minato era contador e trabalhava em um pequeno escritório, onde fazia serviços para várias empresas.

A ruiva andou em sua direção e o segurou pelo queixo, analisando o rosto do filho.

— Se meteu em alguma briga, né! - como ela sabia? Nem Naruto tinha essa resposta, afinal apesar de ter perdido os óculos, saiu ileso da briga. — Onde estão seus óculos, Naruto?

- Sobre isso...acho que vamos ter que fazer novos. Os valentões quebraram os meus óculos. - disse fazendo cara de coitado.

- E você veio dirigindo? - Naruto estava com muito medo da mãe acabar com ele ali, naquele momento. Ela já o segurava pela gola da blusa. Olhou para o pai em um pedido de socorro.

Minato levantou e colocou as mãos sobre os ombros da esposa.

— Tenho certeza que Naruto foi muito prudente e dirigiu bem devagar, não foi filho?

Naruto assentiu rapidamente e várias vezes para convencer a mãe de que o pai estava certo.

Kushina o olhou desconfiada, mas o soltou. Foi até a mesa arrumá-la para o almoço.

Naruto suspirou aliviado.

— Esses chocolates aqui são os que a Sakura te deu? - Kushina respondeu já abrindo o pacote.

Todo ano Sakura lhe dava um pequeno pacote com bombons comprados, afinal, no dia São Valentin, as garotas davam chocolates também para os amigos,  porém, ele comia poucos da caixa. Sempre estava desanimado para a data, imaginando para quem Hinata dava chocolates naquela época do ano. Então, seus pais acabavam comendo quase todos os bombons da caixa.

Naruto arregalou os olhos quando sua mãe abriu o pacote. Correu até ela e pegou de volta.

— Você está doido, Naruto? - disse Kushina assustada.

— Desculpe, mãe, mas esse a senhora não pode comer. - abriu a mochila e tirou o pequeno pacote que Sakura tinha lhe dado, estendendo para a mãe. — Esse aqui é o da Sakura, pode comer.

Kushina pegou o embrulho ainda atordoada.

— Espera! – quem disse foi Minato dessa vez. — Se esse é o chocolate que a Sakura te deu... - disse apontando para o pacote na mão da Kushina — então, quem te deu esse? - apontou para pacote na mão do Naruto .

— A Hinata. - disse sorrindo, mas logo percebeu que falou em voz alta e corou.

Os pais sorriram e Naruto revirou os olhos, sabia que várias perguntas iriam surgir.

— Tchau! Eu vou para o meu quarto. – disse, correndo dos pais.

— Espera…- ouviu a mãe gritar, porém não parou e fechou a porta do quarto .

Deitou na cama com o pacote de chocolates ao seu lado.
Ainda tentava absorver as palavras de Hinata. Como alguém como ela podia ser apaixonada por alguém como ele?

Sério, além de linda, Hinata era doce, gentil, sempre se preocupando com os outros e uma excelente dançarina. E ele o que era? Era bom em cálculos, mas péssimo em produção textual, gostava de jogar videogames e ler suas HQs. Como alguém como Hinata se interessaria por ele?

Não queria pensar nisso, mas não podia evitar. Ele se afastou dela para que não a atrapalhasse, mas tudo que ela queria era ter ele por perto.

Naruto sorriu com esse pensamento e riu ainda mais por ela achar que ele a odiava. Como odiá-la? Era impossível e qualquer pessoa que a odiasse, podia crer, era uma pessoa ruim.

Tudo bem, podia ter ficado com raiva, quando via aqueles jogadores em cima dela, mas odiar? Jamais! Ele sentia era ciúmes.

Hinata não sabia, mas ele já era apaixonado por ela há mais tempo. Sempre a observava nas salas vazias ensaiando uma dança, mas a morena nunca tinha coragem de fazer um teste. Por isso, um dia, resolveu incentivá-la. Viraram amigos, porém logo veio o convite para que ela se tornasse líder de torcida e, claro, não poderia ser diferente: Hinata passou e ele resolveu se afastar para não manchar a sua reputação.

Sim, era um pensamento idiota, mas ele não podia ver Hinata passar por alguma humilhação por causa dele.

Quando soube que ela queria ir estudar em Milão, procurou por várias faculdades de arquitetura naquele lugar também. Sabia que não tinha chances com ela no colégio, porém, poderia ter uma chance longe, em um país onde ninguém os conhecia.

Virou de lado e viu a caixinha, com os chocolates, aberta. Hinata fez de todo o coração, devia ter passado horas fazendo-os. Reparou que a morena até dormiu em uma das aulas.

Estendeu a mão e pegou um. Quando mordeu, arregalou os olhos surpreso. O chocolate tinha amendoim do jeito que ele gostava, fora o sabor que estava incrível. Era o melhor que já tinha comido.

Parecia que ele podia sentir todo o sentimento de Hinata por aquele alimento. De repente, tudo começou a fazer sentido.

Naruto sentou rapidamente. Se era com ele que ela queria ficar, assim faria: ficaria com ela. Amava Hinata e a menina já tinha dado o primeiro passo que fora se declarar, agora, o segundo passo seria dado por ele.

Desceu correndo para o almoço, já que sua mãe não ia deixá-lo sair sem se alimentar. 

Os três almoçaram em silêncio, o loiro não deu abertura para que nenhum dos dois falassem alguma coisa.

Quando terminou de almoçar, correu para o banheiro e tomou um banho bem demorado. Escolheu uma calça e um tênis, mas não achava camisa nenhuma.

— Droga, porque eu só tenho camisa de séries, jogos e bandas?!

Resolveu pegar uma do Homem-Aranha Black, onde só os traços eram brancos. Todo mundo gosta do Homem-Aranha.

Pegou suas lentes. Sim, ele tinha por insistência de Sakura, que vivia enchendo o saco, dizendo que os seus óculos escondiam a beleza dos seus olhos.

Fechou a porta do quarto e quando viu já estava escurecendo, demorou mais do que queria.

— Pai! - gritou Naruto indo até o quarto dos pais, porém ele não estava ali, estava na sala. — Me empresta aquele seu perfume que usei na festa do Sasuke.

— Pode pegar! - gritou Minato de volta. — Está em cima do criado-mudo.

Naruto foi até lá e espirrou um pouco, não sabia se a Hinata era alérgica, por isso, pensou só em ficar com um cheiro bom.

Desceu as escadas e seus pais o olharam do sofá. Pegou as chaves da caminhonete e seguiu para porta.

— Tô indo! - abriu a porta para sair.

- Vai aonde? - perguntou Kushina.

Naruto sorriu e virou para mãe.

— Vou à casa da Hinata, resolver algo que já era para estar resolvido. - e saiu.

Entrou na caminhonete velha e, por um momento, hesitou. Porém, logo a realidade caiu sobre ele mais uma vez .

“Eu estou apaixonada por você, na verdade, eu te amo!“. Sorriu com a  lembrança das palavras da morena e ligou a caminhonete.

Era agora ou nunca.


Naruto parou em frente à casa da Hinata. Suas mãos estavam suando e o coração parecia soltar pela boca.
— Coragem, Naruto! - disse a si mesmo, se olhando pelo retrovisor do carro

Pegou mais um bombom que Hinata tinha lhe dado e chegou a fechar os olhos para lhe dar mais coragem.

Desceu do carro, andou até a porta e tocou a campainha.

— Prepara o filme Neji, Hinata já está descendo. - disse um homem alto olhando para trás e só depois olhou para Naruto.

Naruto engoliu em seco, aquele homem com certeza era o pai da Hinata.

— Olá, senhor Hyuuga. - disse com mínimo de coragem que tinha.

— Oi. - o homem respondeu seco. — Neji, visita para…
— Não, senhor. Desculpe, eu queria falar com a Hinata.

Neji apareceu na porta curioso com o pai gritando o nome dele.

— Naruto? - perguntou surpreso. — O que faz aqui?

Neji e Hinata eram irmãos gêmeos e estudavam na mesma escola. O rapaz não era do time e muito menos sociável, mas ele conseguia ser tão popular quanto Hinata.

— Oi, Neji. - engoliu em seco mais uma vez. — Eu vim falar com a Hinata.

— Ela não está. - disse Hiashi.

— Não está? - perguntou Neji.

Hiashi fez uma careta para Neji que logo tratou de concordar com o pai.

— Me desculpe filho.

Naruto sabia que o senhor Hyuuga estava mentindo, porém não ia desmenti-lo ali na cara dele.

— Tudo bem, eu volto outra hora. - disse com meio sorriso, já ameaçando se afastar, quando uma mulher apareceu na porta.

— Quem não está querido?

Hiashi fez outra careta.

— Não faça essa expressão para mim. - disse nervosa e logo olhou para Naruto. — Oi, o que deseja?

— Eu gostaria de falar com a Hinata, mas ela não está, então, eu poderia deixar um recado…?

Antes que ele pudesse terminar a senhora Hyuuga tomou a fala.

— Hinata está sim, quem disse que não?

Naruto não quis apontar, então, fez um gesto com os olhos para o senhor Hyuuga.

— Hiashi, por que você mentiu? - ralhou a mulher.

— Querida, eu só… - ele parecia bem intimidado.

— Olá, eu sou Hirome Hyuuga, mãe da Hinata. E você é...? - questionou a mulher, estendo a mão para Naruto e ignorando completamente o marido e o filho.

— Prazer, eu sou o Naruto. Naruto Uzumaki. – disse, sorrindo, apertando a mão da mulher.

Hirome arregalou os olhos e logo o puxou para dentro de casa.

Ela tinha uma ótima relação com as filhas e elas lhes contava tudo. Hirome sabia que Hinata tinha um amor secreto por um rapaz chamado Naruto. Viu a filha ficar acordada a madrugada toda, fazendo chocolates para esse menino e pelo visto parecia que os sentimentos tinham alcançado o rapaz. Claro, não ia deixar Hiashi e Neji estragarem tudo.

— Hinata, querida, venha até aqui, tem visita para você! - gritou Hirome para o andar de cima. — Sente-se, querido, vou trazer um suco para você.

Naruto sentou-se e, logo, deu de cara com uma menina que aparentava ter uns 10 anos no máximo.

— Oi. - disse ela. — Sou Hanabi.

— Oi, sou Naruto.

A menina arregalou os olhos.

— Você é O Naruto?

— Como assim O Naruto? - perguntou Neji, seguido de Hiashi, sentando- se em frente à Naruto.

— É segredo, não posso contar para vocês. – cochichou.

O coração de Naruto parecia que pularia, saltaria pela boca e, cada vez que alguém falava mais alguma coisa, se sentia ainda mais nervoso.

Hiashi pigarreou, chamando a atenção para si.

— Então, é Naruto, né? - Naruto assentiu. — O que você planeja para o futuro?

A mãe de Hinata trouxe o suco e ele deu um grande gole.

— Bom, eu tenho planos para estudar fora do país. Quero cursar Arquitetura.

Hiashi deu um meio sorriso. Gostou de saber que o rapaz que Hinata era apaixonada tinha planos para o futuro.

— E pretende estudar aonde?

— Bem, eu …

— Naruto- kun!? - a voz doce, mas surpresa, o fez olhar para trás.

Se Hinata já era linda na escola, em casa, à vontade, era mais linda ainda.

Seus cabelos estavam presos em um coque bagunçado, que ela fez questão de soltar e arrumar os fios rapidamente, ali na frente dele mesmo. Mas, para ele, a menina era linda de qualquer jeito.

Usava uma blusa de alça azul e uns shorts de tecido leve, na cor rosa.

— Oi, Hinata! - disse ainda admirando a beleza da amada.

— O que faz aqui? - Hinata disse corada e mexendo os indicadores um no outro.

Ele sorriu, com certeza Hinata estava nervosa e a conhecia bem o suficiente para saber disso.

A família de Hinata sumiu por instante e Naruto podia acreditar que só havia os dois naquela sala.

— Vim lhe dar a minha resposta.

Hinata sorriu, um tanto envergonhada e de cabeça baixa.

Naruto foi até ela e ficaram cara a cara.

— Precisamos conversar.

— Que resposta? - questionou Hanabi, fazendo com que os dois despertassem . — Vai dizer que gosta dela?

Na mesma hora Naruto corou .

— Muito bem, acho que vocês podiam subir para conversar. - disse Hirome.

— O quê? No quarto dela? - perguntou Neji, se levantando imediatamente.

— Qual o problema? Você e Tenten vivem dentro do quarto juntos! - quem respondeu foi Hanabi.

— É diferente! Ela é minha namorada.

— Hinata não pode ficar sozinha dentro do quarto com um garoto. - sentenciou Hiashi, dessa vez.

Hirome o olhou e o patriarca se intimidou.

— Ela vai sim ou prefere que eles vão para casa dele?

Hiashi não respondeu, apenas voltou a sentar-se no sofá.

— E você, Neji, acho melhor ligar para a sua namorada, já que ela está demorando demais.

Neji, revoltado, saiu da sala.

— Vão! Podem conversar no quarto. – sorriu a matriarca gentilmente.

Hinata subiu na frente, enquanto Naruto a seguia. Ela abriu a porta e fez um gesto para ele entrar. Depois que entrou, ela trancou a porta.

— Não acha melhor deixa-la aberta?

— Não! Minha família consegue ser insuportável quando quer.

Naruto sorriu com o meio sorriso que ela deu. Observou o quarto por um momento e uma estante de livros lhe chamou atenção .

— Não acredito que leu os livros das Crônicas de Gelo e fogo!?

Ela riu e se jogou na cama, sentando.

— Não só li como acompanho a série. Na verdade, toda a minha família acompanha. Somos todos viciados. Quer dizer, menos Hanabi, que fica insistindo em ver, mas meu pai não deixa... se é que me entende... - ela colocou uma mecha de cabelo para trás da orelha. — Gostei da camisa, o Homem-Aranha é meu super-herói favorito! Quer dizer.... o segundo favorito...

— E quem seria o primeiro? – perguntou meio que já imaginando a reposta.

— Acho que sabe quem é, afinal você estava presente quando ele me defendeu hoje! - sorriu.

Naruto a encarou, encantado. Aquela frase fez com que ele tivesse ainda mais coragem do que deveria. Parecia que tudo estava certo naquele momento e ele não podia estragar isso, não mesmo.

— Posso me sentar ao seu lado?

Hinata deu espaço e assentiu.

Ele sentou e pegou em uma das mãos dela. Hinata o olhou surpresa e sendo encarada de volta.

— Hina, eu sei que não sou o cara mais bonito do mundo ou o mais forte....

— Para mim você é. - sussurrou, mas Naruto pode ouvir e seu coração se aqueceu ainda mais. Tinha que tomar coragem e falar agora o que sentia.

— Eu sou um completo idiota! – Hinata negava com a cabeça. — Sou sim. Eu me afastei de você porque não queria que sofresse nenhum tipo de humilhação por minha causa.

— Por quê você achou que eu iria passar por isso?

Ele deu um sorriso irônico, Hinata não podia ser tão inocente assim.

— Hina, você é popular, linda, faz parte de um meio social em que eu não me encaixo.

Hinata desviou o olhar. Ah não! Droga ela estava se sentindo culpada.
Rapidamente o menino tocou seu queixo fazendo com que ela lhe encarasse.

— Você merece tudo o que tem hoje. Lutou por tudo, a popularidade é uma consequência das coisas que você gosta.

A menina sorriu e ele pode perceber lágrimas nos olhos da morena.

— Então, podemos voltar a ser amigos? – ela se animou. — Mesmo com o que eu disse mais cedo?

Ele se afastou um pouco. Hinata não tinha percebido seus sentimentos ainda. Ela achava realmente que ele fora ali só para dizer que podiam voltar a ser amigos?

— Aí é que está...eu não quero ser seu amigo.

A morena lhe encarou desesperada, chegando um pouco mais perto.

— Mas, você disse que...

— Hinata, eu também estou apaixonado por você. Quer dizer... eu amo você!

Ele sorriu ao ver Hinata arregalar os olhos. Estendeu a mão e colocou a mecha que escapou da sua orelha de volta no lugar.

— Eu me apaixonei por você no momento em que te vi dançar pela primeira vez e quando sorriu para mim, foi como se o tempo parasse. - ele apertou a mão delicada de Hinata. — Eu achava que podia atrapalhá-la, por isso me afastei... não queria lhe causar mal algum.

Hinata o olhava incrédula.

— Eu nunca pensei mal de você, hime. - ela sorriu com o apelido. — Você é a melhor pessoa que já conheci, mas eu tinha medo de você perceber o que eu sinto e não sentir o mesmo por mim.

Ele sorriu, mas o que veio a seguir foi uma surpresa grande para Naruto. Hinata se jogou nos braços do amado e chorou emocionada.

— É verdade? Você sente o mesmo? Você me ama?

Ele retribuiu o abraço e fez carinho nos cabelos da amada.
— Sim, eu te amo, Hinata! Você aceita esse nerd cabeça-oca como seu namorado a partir de hoje? - sorriu e a morena logo o encarou sorrindo e ainda com rastro das lágrimas no rosto.

— Mas é claro que sim! Não quero perder mais tempo, meu herói favorito!

Naruto sorriu e acariciou o rosto dela.
Hinata era linda e agora era sua namorada, ele era muito sortudo.
Estava nervoso? Claro que estava! Eles teriam que enfrentar muitas coisas daqui por diante, porém, não desistiria de Hinata. Se ela estava disposta a encarar tudo e todos por ele, também estaria disposto.

Foi diminuindo devagar a distância entre eles e logo percebeu que Hinata fechava os olhos.
Tocou os lábios dela com a língua. O beijo começou devagar e doce, um apreciando mais o sabor do outro. Tanto sentimento guardado por tanto tempo que eles aproveitaram cada sensação daquele momento. Parecia que suas bocas se encaixavam perfeitamente uma na outra. Hinata sentia as tais borboletas no estômago, o que nenhum cara que beijou antes a fez sentir. Quanto ao Naruto, seu interior estava em festa. Seu coração batia em um ritmo que achava ser impossível.

O beijo foi ficando mais intenso e o loiro já deitava por cima da morena. Não sabia como, mas aquela menina tirava todo o seu controle e, pelo visto, ele lhe causava a mesma sensação. Desceu seus lábios ao pescoço dela, que gemeu baixinho. Gostou da sensação de ouvir aquilo e se atreveu ainda mais, passando os beijos para o colo da menina, enquanto as mãos passeavam sobre o seu corpo.

Uma batida na porta despertou Naruto, que rapidamente sentou-se na cama.

— Hinata, seu pai está impaciente. Juro que se ele falar mais alguma coisa, eu vou acabar com ele! - Hinata riu. — Não querendo atrapalhar filha, mas anda logo.

— Tudo bem, mãe, já estamos descendo! - ela olhou rindo para o Naruto, mas o que viu fez seu sorriso morrer. — O que foi Naruto-kun?

Ele levantou da cama rápido e Hinata levantou junto.

— Me desculpa, Hinata, isso não deveria ter acontecido. - Naruto estava nervoso demais. — Prometo me controlar mais a partir de agora.

Hinata segurou o rosto de Naruto obrigando-o a lhe encarar.

— Ei, não se preocupe com isso, tá bom? Eu também quis e tenho certeza que você não fará nada que eu não queira.

— Não! Claro que não. - ele a segurou pelos ombros. — Juro que sempre vou te respeitar.

Hinata deu uma leve risada.

— Naruto-kun, somos namorados agora e esse tipo de coisa pode acontecer às vezes. - disse corando. — Ainda mais nós dois que guardamos nossos sentimentos por tanto tempo!

Ela o beijou mais uma vez e depois o abraçou.

— Estamos começando agora, tenho certeza que vamos aprender muitas coisas juntos.

Sorriu e ele acabou sorrindo também, dando um selinho nela.

— Quer ir ao cinema comigo amanhã?

— Sim, com toda a certeza namorado! - beijaram-se mais uma vez. — Agora vamos, antes que meu pai surte.

Naquele mesmo dia, Hinata apresentou Naruto a todos da família como seu namorado.

Hirome e Hanabi fizeram uma festa, afinal as duas ficavam ansiosa para que esse dia chegasse.

Neji não ficou muito satisfeito, porém sabia que Hinata estava em boas mãos, Naruto era um bom rapaz e com certeza faria sua irmã feliz.

Quanto a Hiashi...bem o patriarca apertou a mão de Naruto, aquele menino era perigoso, pois ele sim tinha potencial para levar sua menininha para longe dele. Estava feliz com a escolha da filha, aprovava o rapaz, porém de que adianta ser pai de meninas se não podia implicar com seus namorados.

No sábado, foram ao cinema, o primeiro encontro. Os dois conversavam sobre assuntos variados e também curtiam um ao outro. Naruto descobriu que a morena podia ser tão nerd quanto ele. Enquanto Hinata aprendeu que Naruto era bem mais vaidoso que achava. Nesse dia, também, aproveitaram para trocar os beijos que não foram dados durante todo esse tempo. Colocar em dia.

No domingo, Hinata foi apresentada aos pais de Naruto. A menina quase desmaiou de tanta vergonha e Kushina não podiam se conter de felicidade pelo filho. Fez todos os tipos de doces, já que não sabia qual a menina gostava, acabou por descobrir a paixão dela pelos bolinhos de canela.

Agora estavam ali, no estacionamento da escola. Naruto foi buscar Hinata, que dispensou a carona das amigas para ir com ele na sua caminhonete velha.

— Vamos? - Hinata saiu do carro.

Naruto saiu e logo Hinata lhe deu mão.

— Você tem certeza?

— Se me perguntar mais uma vez isso eu vou ficar muito chateada.

Entraram de mãos dadas e logo os olhares e os cochichos começaram. Mas quer saber? Naruto não se importava com nada daquilo. Andar de mãos dadas com Hinata naqueles corredores era o seu sonho.

Olhou para o lado e viu Toneri os encarando. Nesse momento, abraçou a moça pela cintura, mostrando que era com ele que ela queria estar.

O sinal tocou e precisaram se despedir.

— Te vejo no intervalo? - disse Naruto .

Ela lhe deu um selinho. — Sim, nos vemos no intervalo.

Ela já ia se afastar, mas ele a puxou de volta para si e lhe deu um beijo mais profundo.

— Obrigado pelos chocolates. Foram os melhores que já comi. Eu te amo!

Hinata corou respondendo.

— Eu também te amo!

Ela se afastou mesmo não querendo, Naruto andou devagar sorrindo. Nunca imaginava que a garota pelo qual era apaixonado também sentia o mesmo.
Sorriu ao pensar que, em todo dia 14 de fevereiro, ganharia chocolates como aqueles e esperava que ano vem fosse ganhar em Milão, no lugar onde eles pretendiam construir um futuro antes separados e, agora, quem sabe não poderiam planejar essa viagem juntos?


Fim.







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