Adíos, Alejandro!

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  - Vamos lá, é só isso que você tem, grandalhão? - provocava Giulia com um sorrisinho irônico de canto, enquanto esfregava a costa da mão em cima dos lábios carnudos, que estavam encharcados de sangue, este que escorria de seu nariz.         

        Alejandro, o chefe da máfia que ela e seus amigos estavam detendo, havia acertado em cheio suas narinas, mesmo assim ela continuava em pé com aquele brilho assassino no olhar, a garota não iria abaixar a cabeça. Não mesmo, isso não era algo que Giulia normalmente fazia, a garota era teimosa como uma porta e não iria se deixar vencer, nem mesmo que sua vida dependesse disso. 

   Em um rápido movimento a garota avança contra "a Muralha" e o atinge com um chute alto no rosto, algo que somente ela conseguia fazer. Luta corporal era algo que Giulia dominava. Durante os anos de treinamento árduo com os colegas na Agência de Inteligência Brasileira (AIB) era a única que acertava com perfeição as sequências mortíferas de chutes e socos, desequilibrando qualquer um, não importando o tamanho. Desnorteado o grandão que estava tentando matá-la cambaleava em sua direção, tonto mas com sangue nos olhos, parecendo na verdade que Giulia era um capote vermelho atiçando os instintos mais primitivos de um touro. Percebendo a investida rápida de seu inimigo, Giulia executa um dos golpes que havia aprendido com Sun Tzun (seu mestre de Kung Fu), corre na direção do homem, com uma velocidade incrível, apoia suas mãos nos ombros dele, uma de cada lado, impulsiona suas pernas contra o chão e, literalmente como uma pena levanta seu próprio peso sobre o grandalhão, era como se a garota estivesse dando um mortal de costas, só que ao invés de se apoiar no chão, estava apoiada nos ombros de um homem de 2,30 metros de altura. Atingindo a traseira de Alejandro com perfeição, Giulia espera o momento certo. E ele logo chega quando o grandalhão ainda incrédulo com o que a pequena havia feito, vira para trás e a garota em um movimento rápido com as mãos apoiadas no chão lhe concede um chute giratório de duas pernas no rosto. Sangue espirra da boca e nariz do grandão, que agora nocauteado é preso novamente pela garota pelas pernas, que finaliza sua sequência torcendo o pescoço rechonchudo de Alejandro com os pés.

- Own pequenito Alejandro, uma "garotinha" te botou pra dormir, o quê acha disso agora? - disse Giulia agachada ao lado do rosto do brutamontes, dando-lhe leves tapinhas no rosto, que agora expelia uma mistura nojenta de saliva e sangue pela boca. A garota caminha em direção a um armário cinzento, cheio de gavetas fundas e compridas, as escancara e procura freneticamente por algo, até que finalmente tira uma pasta vermelha - Bom, agora preciso achar aqueles dois... - disse Giulia a si mesma, quando de repente ouve barulhos de tiro ressoando na sala do lada da sua. "Gustavo, te achei", pensou a garota.   

   Ao empurrar as pesadas portas de ferro, tem acesso a uma área diferenciada, onde há um pátio central e escadas que levam à plataformas de metal. Giulia se choca ao deparar-se com a grande quantidade de mafiosos feridos no chão. O amigo realmente não sabia ser tão discreto e preciso como ela. Literalmente, havia uma pilha de corpos ensaguentados de um lado do pátio enquanto lá estava ele, Gustavo, um garoto de aproximadamente 1,82m, com seus músculos ressaltados sobre o uniforme negro que todos usavam, cercado por outros cinco capangas de Alejandro, cada um com um revólver calibre 47 cada.

- Que covardia meus caros, vocês armados e eu sem se quer uma arma para me defender! Onde está a honra de vocês, senhores? - disse Gustavo, com uma alta dose de sarcasmo. Gustavo possuía uma intuição&inteligência incríveis. Ao fazer uma rápida análise de seus inimigos, o garoto chega a uma conclusão: "Eu vou morrer... mas não será hoje", com um habilidoso chute traseiro Gustavo acerta as partes íntimas de um dos capangas o fazendo se contorcer de dor, deixando sua arma cair no chão. Gustavo abaixa-se em um instante, apoiado em sua mão gira sua perna esguia, dando uma bela rasteira em outro capanga, que ao cair acaba disparando contra seu braço esquerdo, um ardor invade sua pele, a bala só havia passado de raspão. Como se lhe tivessem aplicado uma injeção de adrenalina, o garoto abaixa-se e captura a arma do idiota atingido por seu chute. O utilizando como proteção, Gustavo avança contra os outros, apoiando sua arma no ombro de seu escudo humano. Dispara uma vez, atinge outro na perna, então percebe a falta de munição. Com tamanha agilidade agarra outro capanga, lhe torce o braço e agarra sua mão, o fazendo disparar contra seus colegas de máfia. Direcionava cada tiro com a maior precisão possível, peito, perna e barriga, ele não estava querendo matá-los, por mais que merecessem. Desde pequeno, Gustavo sempre teve uma facilidade tremenda com armas, todas elas, desde simples facas, até as mais complexas, como a DSR-Precision DSR 50 Sniper Rifle, um rifle capaz de destruir estruturas, veículos, helicópteros, e explosivos com facilidade. Assistir o garoto nos treinamentos era como assistir a uma dança, uma dança da morte, é claro. O modo como trocava as munições e sacava seus revólveres era incrivelmente mágico. Sempre foi o único a conseguir atirar apoiado em uma mão só, enquanto rotacionava as pernas dando uma bela sequência de chutes giratórios. O garoto praticamente conseguia atirar fazendo qualquer coisa, até de olhos fechados. Não é surpresa alguma que sempre foi o melhor nos treinamentos de tiro, sua mira sempre foi impecável. - Bom, acho que acabei por aqui! - disse ele, enquanto travava a arma em sua mão, quando se deparou com Giulia, que vinha andando com um sorriso vitorioso, balançando a pasta vermelha como um prêmio. Gustavo sorriu de volta de felicidade, mas ouviu de longe o reabastecimento da munição de uma arma, pelo som parecia uma calibre 47, ou seja, um dos capangas havia sobrevivido. Olhou para as plataformas e viu o fugitivo, deveria ter se escondido durante a matança penso ele. O capanga mirava na direção de Giulia... Gustavo não teria tempo suficiente para correr e empurrar a amiga, muito menos gritar para que ela corresse. Com uma habilidade inquestionável destravou sua arma, que só continha uma bala, e atirou na direção do capanga. Giulia assustou-se quando o corpo do homem caiu de seu lado, sem vida.

Glory, Power and BloodWhere stories live. Discover now