O dia em que eles se esbarraram

59 14 80
                                    

Eu estava no último ano do colegial.

Aquele era o dia de festa junina. Todos estavam animados.

Porém, eu era uma menina peculiar e, diferente das outras pessoas, não estava tão animada assim. Uma vez que era o meu último ano no colégio e não havia ninguém que me interessasse.

Eu consegui me animar um pouco, afinal, estaria com minhas amigas e meus amigos, pessoas que eu adorarava ter por perto.

Vesti uma calça azul rasgada e uma blusa xadrez na qual havia pegado emprestado de meu amigo, Teco.

Em um movimento rápido e eficaz, fiz um nó na blusa, deixando minha barriga de fora.

Calcei minhas belas botas e fiz duas tranças em meu cabelo. Minha maquiagem estava básica e, quando me olhei no espelho, gostei do que vi.

Chegando na festa, meus amigos estavam na maior empolgação. O som alto rolava e logo as apresentações começariam.

Thaís, minha amiga mais assanhada, chegou gritando:

" Amiga, o Teco ainda não chegou. Melhor irmos lá fora, as apresentações já irão começar."

" Ele deve estar chegando " Dei de ombros.

" Não amiga, vem comigo " Thaís, toda destrambelhada, me puxa.

Parecia que Thaís já sabia sobre Teco. Lá estava ele sob a moto conversando com um amigo que eu nunca tinha visto antes.

Seu olhar se dirigiu a nós e logo chamou:

" Meninas, venham até aqui. "

Ele deu um beijo na minha amiga Thaís e eu fiquei com cara de paisagem, sem graça, olhando para o amigo de Teco que nunca havia visto pelos arredores.

O menino me olhou e abriu a boca diversas vezes para então dizer:

" Nossa mina, você tá maior corão "

Eu nunca havia ouvido essa expressão antes. Na hora me senti ofendida achando que era um insulto.

"Garoto, se toca. Corão é a tua mãe. "

Thaís interrompeu o beijo e sua gargalhada começou a ecoar em meus ouvidos.

Eu estava muito irritada. Queria dar uma surra nele.

" Calma esquentadinha, corão quer dizer que você está bonita " ele abriu um sorriso.

Thaís, que estava gargalhando, tomou a fala:

" Tá doida amiga? É um elogio. Ele está te paquerando. "

Sem graça e irritada, não pude evitar de revirar os olhos.

Tudo o que eu queria era sair dali.

O amigo de Teco prosseguiu:

" Sobe aí na moto, vamos dar uma volta ".

Que garoto petulante, ousado, safado - pensei - o que faz ele pensar que subirei na moto dele sem ao menos conhecê-lo.

"Não sou dessas não. " falei revoltada " Mal te conheço. Oque faz você pensar que subiria nessa sua moto? "

" Calma Natália, esse é o Bernardo, meu melhor amigo " Teco falou sorridente "Bernado, essa é a Natália. Pega leve com ela para não assusta-la. "

" Naty, vem aqui lindona, me dá um beijo de 'prazer em te conhecer' " Bernardo sorriu " Você ficou bonita com a minha blusa, pena que vou ter que pega-la de volta."

Ele me olha e analisa por alguns segundos.

"Venho as nove para te pegar" ele coloca o capacete e antes de responder, ele completa: "e não se atrasa. Odeio esperar."

Mais forte do que nós Onde histórias criam vida. Descubra agora