Epílogo

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Hinata

– E só mais um pouco de sombra nesse olho e... tá pronta! – Karin sorri e se afasta para admirar a própria obra. – Você está gata!

– Deixa eu ver, deixa eu ver! – Ino chega perto e solta um gritinho. – Ah, tá maravilhosa! Karin, desiste de medicina que sua vocação é maquiar!

Todas no quarto riem, inclusive eu.

– Nem fudendo que eu... ops, desculpa, tia – a ruiva fica constrangida quando lembra que minha tia está no quarto. A mais velha ri.

– Não ligo para isso, jovem, mas devo concordar com sua amiga! Que linda maquiagem! – titia elogia e Karin joga o cabelo para trás, sentindo-se. Rimos de novo. – Está tão bela, minha sobrinha!

– Obrigada, tia, mas eu queria muito me ver agora!

– Af, quanta ansiedade! – a Yamanaka revira os olhos e tira o lençol branco que cobria o espelho. – Pronto, veja-se!

Os olhos perolados vão para o reflexo e as mãos cobrem a boca. O vestido é lindo de morrer, com o torso cheio de pedras brancas e pratas e um decote discreto; o tule invisível no colo e nos braços com pequenas pedrinhas que se concentram no ombro e no cotovelo e, por fim, a saia rodada e forrada. No rosto, prata é destaque nos olhos e rosa-claro nude encobre a pequena boca.

Hanabi está abismada com a própria imagem por tanto tempo que eu e as outras três moças nos encaramos, nervosas.

– Hana? – chamo e seus olhos caem em mim. Sorrio e ela pisca, despertando. – Gostou, amor?

– Se eu gostei? Eu amei! Meu Deus, eu quase não me reconheci! – exclama e todas ficam aliviadas. Pega a própria saia e gira, rindo toda feliz. – Eu estou tão apaixonada que acho que vou deixar o Konohamaru e casar comigo mesma!

Mais risadas.

– Bom, tudo pronto? – titia pergunta para Karin que fecha a maleta de maquiagem e assente. – Ótimo! Vou chamar Hiashi! Meninas, avisem que a noiva logo virá e, Hina, espere seu pai chegar para ir. Sem atrasos.

Logo, ficamos eu e a noiva no quarto. Hanabi sorri para seu reflexo, radiante, e sorrio também, feliz e nostálgica. Minha irmã mais nova, a mesma garotinha que vi crescer e ajudei a criar, agora, é adulta e irá se casar. Dá para acreditar nisso? Penso como seria se nossa mãe estivesse aqui e suspiro, saudosa.

Faz tanto tempo que ela se foi que poucas eram as memórias que restaram. Lembro dos momentos felizes, das vezes que fazíamos chocolates e mais comíamos que deixávamos para o papai, das broncas por ter me sujado toda antes de termos saído de casa. A lembrança que eu mais gosto era aquela que estávamos eu, meu pai e minha mãe, todos deitados na cama e escolhendo qual seria o nome da irmãzinha que viria. "Hanabi" havia sido ideia minha.

Sinto um nó na minha garganta e afasto o pensamento para não me emocionar. Vou até a jovem noiva que para de rodopiar e abri um sorrisão para mim, mas diminui um pouco.

– Tá chorando? – questiona e pisco para afastar as lágrimas acumuladas em meus olhos. – Hinata, por que tá chorando? A emocionada não deveria ser eu?!

– É que... – respiro fundo e pego-a pelos ombros. Seu penteado alto tinha umas pequenas mechas soltas e pus uma dessas atrás de sua orelha. – Você é a minha irmãzinha. Nós crescemos juntas e eu ajudei a criar você... e, agora, você está casando. Eu me pergunto se fiz algo errado, se fui uma irmã ruim...

– Hina, qual é?! Você nunca faz as coisas erradas, você nunca foi uma irmã ruim – abraça minha cintura e coloca a cabeça no meu peito. – Claro, nós nos desentendíamos em algumas vezes quando eu queria sair e você não deixava, mas, depois que a raiva passava, eu entendia. Você teve que amadurecer cedo para cuidar de mim e eu amadureci cedo para te ajudar.

A Determinação de uma Tímida | TerminadaOnde histórias criam vida. Descubra agora