Fifty five

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   Aquilo só podia ser um pesadelo, um daqueles em que eu acordava ofegante e assustada. Ele não podia ter esquecido tudo e todos.

   — Chanyeol! —  gritei desesperada.

     — Eu tentei avisar — Chanyeol entrou no quarto.

   Baek nos encarava atentamente, seus olhos estavam quase normais e a febre tinha passado. Os efeitos da droga eram imprevisíveis mas como Minseok se recuperou totalmente, acreditei que o mesmo aconteceria de novo.

  —  Você não se lembra de nós?" Ele assentiu e eu comecei a me segurar para não chorar — isso não pode estar acontecendo. 
 
    — A Jinnie deu o mesmo remédio ao Minseok —  passou a mão pelos cabelos — ele deveria estar bem a menos que... — Chanyeol o encarou de cima a baixo — Baek você está fingindo?

  — Porque ele iria fingir? — Eu já não entendia mais nada — ele está em casa e aquela louca está presa. Não tem motivos para ele fingir.

Baek finalmente estava em segurança, longe de Jinnie e de todo o mal que ela nos causou.

  — Ela está presa? — Baek questionou surpreso.

  — Você estava fingindo, ai meu Deus, eu odeio você, Baek — passei as mãos pelo rosto não conseguindo segurar as lágrimas — como pode brincar com uma coisa dessas?

Como ele podia brincar numa situação tão séria? Será que todo o sofrimento dos últimos meses não foram o suficiente? 

   — Suzy... — me chamou hesitante esticando a mão mas me afastei — calma, kitten.

  — Eu vou estar lá fora, caso precise de algo — Chanyeol disse e eu ouvi a porta do quarto fechando.

     Baek não podia ter me dado um susto daquele, por um segundo pensei que tinha o perdido para sempre.

   — Por que fez isso? — Eu funguei lhe encarando — pensei que ela tinha fritado a sua mente!

  — Eu posso explicar  — seus olhos encaravam o colchão —  realmente não lembro o que aconteceu depois do dia em que te liguei. E quando acordei aqui, pensei que tinha me resgatado mas que a Jinnie estava a solta ou que tudo era mais uma alucinação.

  — E por isso ia fingir que não tinha memória?

— Eu não queria que ela machucasse vocês, pensei que...

 — Pare de se sacrificar pelos outros — minha mão tremia enquanto eu a esticava, para acariciar o rosto de Baek —  podia ter morrido ou ficado em estado vegetativo. 

   — Suzy, eu fiz coisas ruins para proteger vocês, ela até me manipulou pra conseguir...sexo.

  Pensar em Baek com Jinnie, me dava vontade de vomitar mas ele pôs a própria vida em risco para nos proteger, eu não queria discutir sobre aquilo. Agora teríamos tempo para tentar consertar as coisas, no momento apenas saber que Baek foi resgatado com vida bastava.

   —  Eu sei —  engoli em seco —  não precisa me contar nada enquanto não se sentir pronto. Se achar que consegue, podemos tentar de novo.

  — Você tem certeza? —  Me encarou, a ansiedade em seu tom era visível.

Não podia culpá-lo por coisas que fez sob ameça ou entorpecido, me afastar de Baek seria dar a vitória a Jinnie, permitir que ela continuasse pra sempre em nossas vidas.

   —  Você ainda me ama?" Ele prontamente murmurou um sim — então está tudo bem.

   — Eu senti sua falta — ele me puxou para perto e me envolveu com seus braços — muito.

 —  Também senti sua falta —  sorri fraco —  agora você precisa descansar, nós podemos falar sobre tudo depois.

  — Fique aqui, quero saber que vai estar ao meu lado quando eu acordar.

   — Não pretendo me afastar nunca mais.

   Eu deitei ao lado de Baek e ele pôs um braço ao redor da minha cintura. Tê-lo ali de novo, parecia surreal, como um sonho do qual não se quer acordar.

   ***

    Eu acordei sentindo a cama ao meu lado mais leve, não fazia ideia de que horas eram, ainda sonolenta levantei a procura de Baek. Parei a porta do banheiro, ele estava escovando os dentes.

  — Tá tudo bem?

   — Estou enjoado — ele secou o rosto numa toalha — e minha cabeça está explodindo. 

  — Volte para cama, eu pego um remédio para você. 

  Ele apenas assentiu e eu fui pegar o remédio. Os outros já tinham ido embora, e eu teria que esperar um bom tempo até que Baek voltasse ao normal. Uma enfermeira trouxe o remédio e pediu para que avisássemos caso piorasse. Voltei a me deitar ao seu lado na cama quando  ficamos a sós, ainda não conseguia acreditar, após tanto tempo ele estava ali.

  — Parece que tem um borrão na minha mente —  comentou  massageando as têmporas — eu esqueço as coisas que ia dizer.

  — Minseok também ficou assim —  mexi em seus cabelos — você vai ficar bem.

   — Mal posso acreditar que estou aqui.

   — Eu achei seu pen drive —  sorri fraco desviando o olhar — gostei das músicas. 

  — Eu devia ter te entregado antes — apertou os olhos fechados  — minha cabeça está me matando.

  —  Nós podemos conversar depois, descanse — eu lhe dei um beijo na bochecha.

   — Amo você, kitten.

    Eu fiquei apenas observando, Baek parecia tranquilo e eu tinha a sensação de que tudo ficaria bem dessa vez. Meu coração batia rápido só com o fato de estar ali ao seu lado.

    Horas depois, eu acordei com ele me acariciando e sorri.

   — Não foi um sonho — Baek sorriu, seu rosto contra a lateral da minha cabeça — você está mesmo aqui.

  — Como vocês está? — Eu me arrepiei com sua mão fria em meu braço.

  —  Cansado, mas acho que vou sobreviver — se espreguiçou.

   — Eu vou pegar algo para comer, meu estômago está roncando. Alguma sugestão?

  — Qualquer coisa que não tenha pimenta.

   — Ok, se precisar de algo é só me chamar  — sorri  fraco enquanto me levantava.

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Hollywood tá perdendo o Baek


Knock Out 《Baekhyun 》Onde histórias criam vida. Descubra agora