Capítulo 8 - A pior notícia

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Lorena narrando

Enfim havia chegado o final de semana que iria visitar minha mãe, e o meu pai que iria ir na casa da mesma para me ver também. A maioria dos alunos estavam saindo também.
Peguei minha bolsa de lado com meus documentos e o passaporte dentro e uma mala pequena com algumas roupas necessárias para o sábado e domingo.

A Fabiana iria visitar os seus pais e os pais do seu namorado, segundo ela, os dois iriam dar a notícia da gravidez hoje. Ela estava com um pouco de medo, mas querendo ou não, ela não conseguiria esconder a gravidez por muito tempo.

Precisou de 3 ônibus do colégio para levar o pessoal até o aeroporto. Era o mesmo que bancava o dinheiro para a passagem do avião.

Chegamos no aeroporto e subimos no avião depois de 30 minutos. Como os pais da Fabi e do Miguel, o namorado dela, moravam em São Paulo, eles foram de ônibus até a rodoviária e lá pegaram outro ônibus para chegar na casa dos pais dela.

Estava sentindo uma sensação estranha, parecia que algo de ruim estava acontecendo.
Tentei pegar no sono para passar, mas quando conseguia dormir, sentia uma pontada no coração, que fez com que eu acordasse na hora.
Algo de ruim estava pra acontecer.

Horas depois...

Cheguei no aeroporto e vejo minha mãe com uma cara entristecia, com os olhos inchados que, por sinal, era de choro.

— Mãe, que saudades! — Falei enquanto a abraçava forte.

— Também estava com saudades minha princesa! — Disse chorando.

— Mãe a senhora está bem? — Pergunto preocupada.

— Filha, tenho uma notícia para te dar. — Fala com uma tristeza em sua voz. — Vamos, lá em casa a gente conversa melhor.

Chegamos e de repente ela começa a chorar novamente.

— Mãe por favor, a senhora está me preocupando. — Digo ao desespero.

— Filha, espero que você possa me entender depois que te dar a notícia. — Fala e respira fundo. — Seu pai está em seus últimos dias no hospital. — Fala aos prantos.

— Não meu pai não, o que ele tem? — Pergunto a abraçando forte e chorando.

— À alguns meses atrás, seu pai passou mal na fazenda, e graças a Deus, sua tia chegou bem na hora. Chamou a ambulância e foram correndo para o hospital.
Lá fizeram alguns exames nele, e foi constatado que ele estava com câncer, e esse câncer não tem cura. — Fala me abraçando forte e me confortando.

Naquele momento o que me restou foi chorar no colo da minha mãe. Demorou pra cair a ficha que nunca mais iria ver meu pai. Se eu pudesse voltar atrás, nunca mais teria ido para o colégio interno e sim, teria ido morar com ele na sua fazenda, nem que fosse pouco tempo, mas faria de tudo pra passar com ele, os seus últimos momentos. Nunca mais irei me desculpar por não ter valorizado o tempo tão precioso do lado dos meus pais, principalmente dele, que agora está em seus últimos dias.

— Vamos para o hospital agora. — Digo já indo para o carro da minha mãe.

Chegamos e já fomos direto para o quarto onde ele estava, porque minha mãe já estava por lá e deixou a informação na recepção que ia apenas me buscar. Cheguei no quarto onde ele estava e comecei a chorar muito só de ver ele cheio de aparelhos.

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