Capítulo - 2

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Vossos beijos começaram lentos numa sexta feira de um dia nublado em um andar vazio do shopping mais odiado da face da terra, porém eles não se importavam. Àquele lugar fazia uma parte essencial para a história dos dois. Começar a falar por aqui é meio que errado, pois a história dos dois começou bem antes do tal beijo, ou das saídas juntos ao tal lugar. A história deles havia começado no dia em que um olhou para o outro. O garoto já estava de toda forma apaixonado, ele se apaixonava por ela cada vez que trocavam palavras mesmo que fosse limitado o tempo dele, cansava de ficar falando e falando até ela ficar calada o cortando sem assunto. Mal ela sabia que isso o deixava mais apaixonado ainda, ele estudava em incansáveis noites assuntos para conversar com ela por mais que ele achasse que ela o desprezasse ele apaixonava ainda mais. Ela despertou o desejo dele de saber, ela despertou nele o dom da escrita, e ainda sim despertou o amor no pobre coração de um garoto que só precisava de um sorriso para ser o incrível homem que é. Entretanto o único vilão dessa história que também é o herói dela, é o tempo. Ele separou os dois, ambos seguiram seus caminhos, o garoto quebrou a cara, quase tirou a vida incontáveis vezes. Ela conseguiu o emprego que almejava, cresceu emocionalmente e se tornou a mais bela mulher. Até que em uma das vezes que o garoto tinha desistido de tudo chamou-a para uma conversa. Ele mencionou o que estava acontecendo em sua vida, suas guerras interiores, e com isso ela o fez jurar que só esperasse o ano passar e ele podia decidir o que iria fazer depois. Ele fez a jura. Eles continuaram se comunicando, não tanto quanto queriam, mas continuaram. Até que em uma semana de novembro ele a chamou para sair, depois de tantos meses após a promessa ele a chamou. Saíram ele, ela e mais dois amigos. Eles foram ao tal shopping ver um filme que almejavam assistir desde que anunciaram o tal. Ele a ofereceu o que beber, e descobriu que a mesma não bebe refrigerante. Ele a ofereceu o seu chocolate favorito e descobriu que ela odiava a marca. O filme pelo que lembram tinha tudo para ser relativamente bom, mas o mal de Hollywood é de desapontar o seu público e não foi diferente dessa vez. Eles amaram as cores, mas o filme era previsível. Piadas repetitivas e sem timing. É não foi um bom começo, tanto que ao final do filme eles nem conversaram tanto. Só seguiram seus caminhos... até marcarem de sair somente os dois. Olhos nos olhos, conversas sobre futuro, passado e presente. O amor florescia e ia retornando, o garoto que já desacreditara no amor encontrou paixão nos mesmos olhos que o mostrou o que realmente é isso. Ele só queria que o tempo fosse seu aliado, os dias com ela corria bem rápido, e quando ele remarcava de vê-la ele demorava, muito. E isso acabava com o garoto. Ele só queria se entregar a ela, mas o tempo o forçava a esperar. No dia que ambos já estavam aceitando o sentimento recíproco, era uma sexta feira de um dia nublado. Vossos rostos estavam praticamente colados um no outro como costumavam fazer. Eles estavam tão próximos que a aquela lei da física não se aplicava a ele, dois corpos podem e devem ocupar o mesmo espaço. O amor faz isso. Vosso amor faz isso, e é belo quando se repete não só com beijos. 

Hoje o homem entende o porquê do seu amor aos filmes do Tarantino, as curvas de sua companheira eram vibrantes e que sá melhores que as de Mia Wallace, personagem de seu filme favorito do diretor. Ele entende que as loucuras que pensa junto dela podem simplesmente se realizar, só basta ele crer e apertar as mãos dela. Irei mencionar agora algo que não só mexe com eles mas deve mexer a todos. O modo que se completavam em tudo, era chocante. Desde palavras que foram aprendendo a usar juntos ao decorrer dos anos, a cada vez que faziam arte com seus corpos, ou como dizem os leigos: sexo. Ambos ficavam extasiados, e na maioria das vezes surpresos quando aprendiam algo que satisfazia um ao outro. Desde um chupão no pescoço até uma apertada no pescoço. Parece arte quando ambos combinam seus corpos. A junção perfeita, calor corporal, suor, e gemidos fazem parte de uma sinfonia bela de Bach. Seus olhos sinalizam amor e segurança. Seus corpos são máquinas conduzidas a toque entre eles, cada beijo, mordida e chupão dado, detêm a essência do amor e prazer um pelo outro. Ele mantém a mania de a despir por completo procurando algo pra ocupar a boca, ela já o recebe de braços abertos esperando seu toque e o tocando de volta por todo seu corpo. O ápice da obra prima feita por ambos é quando encontram sintonia na respiração, na combinação rítmica de cinturas e na intensa troca de olhares que demonstra amor, prazer, carinho, afeição e uma intensidade que nenhum dos dois conseguem explicar tamanha reciprocidade.

Um Romance Sem FalasOnde histórias criam vida. Descubra agora