chapter five

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22h37 p.m

Criatura noctívaga, noturna. Autonominação interessante, afinal. Atrofia de nomenclaturas que empilhavam-se no subconsciente e acresciam em seus momentos de tédio. Para ele, a noite atuava como o nexo que o intercepta da loucura. Ao menos, Harry conservava uma fração de suas células oculares em perfeito estado, possibilitando uma visão precisa e facilidade para distinguir formas. Até melhor que muitos, se atreveria a dizer. Sem o sol queimando seus olhos e redundando sua vida ao patamar dificultoso. Assim que subsiste um vampiro? Com exceção da clausura que implicaria alimentação com sangue humano, retendo consigo apenas o aglomerado divertido da coisa toda.

Ame o que te ocasiona o bem.

A noite o embalava na liberdade, oportunizando que seus olhos voejem pelo universo. Harry e sua imensurável paixão pelo período enegrecido ou nebuloso. As luzes, embora cinzas, dançando sobre os corpos das pessoas. A magia da independência de não se restringir a confins, ou esgueirar-se no rastro de óculos escuros.

Por outro lado, Louis também expressava fascínio ao observar essas mesmas luzes. Sendo o encanto por cor, sua marca. Deslumbre na beleza de uma gotícula de suor homogenizando-se ao ambiente. Encanto no quão as cores tingem a vida e o dia a dia. Residente em todos os lugares, fundidas a exatamente tudo. Até no titulado sem cor, há cor.

–– Você está lindo hoje. –– confessou baixo, absorto ao nuance azulado que acarinhava sua pele branca. –– Azul fica bem em você, Harr.

–– Obrigado. –– bochechas rubras, covinhas. –– Você sempre está lindo. Sempre. Até no cinza. Cinza fica bem em você. Quer dizer, deve ficar. No sentido de qualquer cor ficar bem, cinza é uma cor. Eu só... –– riu baixo em nervosismo –– preciso praticar minhas tentativas catastróficas de flerte.

–– Oh, sim. Lisonjeado por ser seu alvo. De qualquer forma, minha noite é toda sua. Pratique. –– Louis encarou as próprias unhas numa pose superior, sussurrando ao aparentar confidenciar-lhe um grande segredo. –– “Minha noite é toda sua” claramente, sou ótimo nisso de flerte. Os melhores são os disfarçados, aprenda.

–– Yeah, humilde também. –– revirou os olhos, entrando na brincadeira. –– Poderia me ajudar então, veterano?

–– Posso compartilhar minha sabedoria com este reles mortal? Arriscarei, Zeus. –– tossiu breve, ajeitando a postura a modo de ficar totalmente de frente para Harry. –– Não aparente nervosismo, é importante. Elogie o que te agrada, seja sutil, pegue leve. Ou antes dos finalmentes, tem a abertura, prepare o terreno, sabe, aquilo de olhares e tratar a pessoa de forma especial.

Harry elevou o tronco ainda mais para perto dele. Sorrindo. –– Bonitos olhos. –– respirou calmamente, numa pausa curta. –– quando sorri, são adoráveis as ruguinhas que nascem no canto deles. -- seus dedos passaram pela bochecha, subindo para a lateral do rosto de Louis, fitando-o docemente.

–– Rugas? Não chame a outra pessoa de velho, isso não é sedutor! Porém, lhe dou um ponto extra por causa do carinho.

–– Ué, que carinho?

Louis sorriu, levantando a mão para demonstrar do que houvera falado, por querer o fazer. Afagou amavelmente o rosto de Harry, roçando o dedo na sua bochecha de jeito meigo. Styles fechou os olhos, apreciando a carícia. A cena fez Louis mordiscar o lábio inferior em atenção, vendo-o empurrar-se contra sua palma, manhoso.

–– Isso é bom... Harry gosta disso, Harry não quer que você pare.

–– Na terceira pessoa? Own, Deus. Que ursinho adorável.

Cinquenta tons de Cinza (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora