Imagines/One Shots Hanahaki Byou

Talvez Flores Combinem Com Chaves.

     Talvez, apenas talvez, eu esteja apaixonada pelo filho do Chaveiro, e talvez, apenas talvez, eu tenha quebrado uma fechadura da minha casa de propósito apenas porque talvez, apenas talvez, eu saiba que ele está ajudando o pai no trabalho.
     Pode parecer muito estranho, eu sei, mas me contaram, através das fofocas dessa cidade pequena, que ele está sofrendo de Hanahaki. Eu só quero checar se ele está bem sem parecer uma estranha.
     Às vezes eu acho que essa paixão não está indo muito bem, sinto que logo logo estarei com sérios problemas, mas o que posso fazer se o filho do Chaveiro é totalmente adorável?? Ele sempre foi o estereótipo de perfeição pra mim, um sorriso lindo, maxilar marcado, ombros largos, voz suavemente marcante. Além de que ele é extremamente educado e talentoso, infelizmente a vida ainda não lhe retribuiu toda a sua gentileza e agora só pra piorar ele nem tem sorte no amor.
    É, talvez, apenas talvez, as minhas flores já estejam crescendo por causa dele.




     Eles chegaram, meu pai abriu a porta, explicou a situação pro Chaveiro enquanto ele vinha caminhando atrás deles carregando as ferramentas do pai, solto um suspiro ao ver as bolsas abaixo dos olhos, ele me encara ao perceber que eu o olhava, mas mesmo assim não conseguia tirar meus olhos de seu rosto cansado.
    “- A minha filha vai acompanhar os senhores durante o serviço aproveitando que foi ela que me falou sobre o senhor estou atrasado para o meu trabalho. Qualquer coisa é só me ligar, a mãe dela deve chegar antes de vocês irem embora-“ Pois é, meu pai me deixou sozinha com eles.

    Os levei para a porta dos fundos para concertar a fechadura.  Eu não fui nem um pouquinho burra, na parte de trás da casa tem uma porta que tem uma fechadura antiga, do tipo que a chave é hiper complexa. Eles se acomodaram pra começar o trabalho enquanto começávamos uma conversa um pouco tímida do meu lado, contida do lado dele e animada do lado do chaveiro.
      “- Você fez um ótimo trabalho quebrando isso, haha -“ o chaveiro mencionou enquanto fazia sua arte.
     “-Com licença, você pode me informar onde é o banheiro?-” talvez meu coração tenha quase saído pela boca quando ele dirigiu sua palavra pra mim, apenas pude muito ligeiramente apontar o corredor antes de começar a tossir feito uma louca.

      Talvez eu tenha reparado que ele  apertou o passo quando passou por mim, eu o seguiria de um jeito ou de outro, eu tenho que descobrir o que está acontecendo aqui! Ele é muito precioso pra isso estar acontecendo.
      “-eu vou buscar água pra vocês, certo? Aguarde um instante-” o chaveiro literalmente me ignorou e eu fui atrás dele, pondo minhas habilidades furtivas em uso me encostei na curva do corredor esperando ouvir algum ruído, e eu ouvi, um barulho de engasgo, como se ele estivesse vomitando com muita dificuldade. O que eu negava firmemente se mostrou verdade, senti um aperto no peito e não consegui me segurar indo atrás dele no banheiro, onde achei a porta levemente aberta com ele jogado na frente do vaso sanitário vomitando pétalas, ainda tendo algumas delas ao seu redor, como se ele não tivesse se aguentado antes de alcançar o local.
     “-Então é verdade!?-” sussurrei um pouco alto demais atraindo a sua atenção, seu rosto se virou na minha direção, seu belo rosto coberto de lágrimas.
     “-Você sabia?-” confirmei lentamente, enquanto via as lágrimas caírem mais rápido de seu rosto “- então por que me trouxe aqui?? Isso é maldade!!-”
     “-Eu precisava saber se era verdade! Eu estava a muito tempo tentando....-”
    “-Estar na sua presença só piora as coisas, você não entende??-”
    “-Como assim? Eu não fiz por mal, eu só queria saber as chances de isso acontecer....-”
    “-Tanto faz, quando meu pai terminar vamos embora e eu espero nunca mais te ver-" as lágrimas corriam muito mais rápida agora, e eu estava perdida, me coração doía de uma forma inexplicável “-eu sabia que você tinha conhecimento do que eu sentia, mas não sabia que ia acompanhar pra isso!-”
    “-Olha, eu não sei o que você está pensando” comecei a me pronunciar cautelosamente, com as mãos tremendo tentando não piorar mais as coisas “ eu nem sabia que você sabia da minha existência até segundos atrás, eu ouvi dizer que você estava sofrendo e queria ver se estava bem, apenas isso! Se acalme por favor. Eu posso te ajudar.”
    “Como você pode me ajudar se eu estou nessa por sua causa? Vai me dar dinheiro pra minha cirurgia?? Haha, não preciso da sua caridade” meu coração instantaneamente fica mais leve e em meu rosto surge um sorriso calmo, eu posso fazer isso, ia fazer mesmo que ele não estivesse sofrendo por mim, mas agora eu só consigo agradecer.
      “ Eu posso te dar o meu amor, acho que isso será o suficiente, principalmente se você realmente estiver nessa por mim”
    
      Depois disso minha porta foi concertada, porém ele continuou em minha casa me ajudando a limpar o banheiro enquanto ambos tentávamos compreender que nosso amor era recíproco, mesmo que apenas nos víssemos  de longe em realidades diferentes que agora estão unidas por uma doença estranha e uma fechadura quebrada.
  Eu realmente amo o filho do Chaveiro!
   E a propósito, ele passou a me zoar por ter quebrado a fechadura só pra vê-lo e eu não deixo barato e sempre o provoco por ter vomitado meu banheiro inteiro.